domingo, setembro 30, 2007

Medida de Segurança

Correr o risco de ficar...
...Perto de vc,
Já me faz sentir segura.


Snow, desarmada.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Retrieve

Eu queria ter escrito algo.
A impressão q tenho sempre é q tenho sempre tanto a dizer/explicar e tão pouco tempo para ser entendida antes q o tempo acabe q eu faço sempre a mesma coisa errada: tento dizer tudo.
Eu não sei como evitar coisas assim. Escrever cartas, e-mails, papéis, posts e coisas para serem lidas...
Seria bom substituir tudo por encontros.
Por olhos, boca, mãos.
Mas isso não vem assim.
Ou pq eu não deixei q viessem, ou pq deixei.
Assim mesmo. Sei q lendo parece paradoxo, mas relendo tem sentido.
E eu releio. Eu reescrevo. Eu relevo.
Eu, eu, eu.
Eles, muitas vezes, nem lêem.
Eles guardam, deletam, deixam no bolso qnd não tem jeito, ou em uma pastinha/caixinha q eu já, de antemão, providencio para guardar as leituras q já existem junto das q virão.
Dos q lêem, vale separar os q tentam/conseguem entender, dos q não chegam nem perto.
Os últimos eu identifico pq não fazem referência.
Os primeiros, eu não identifico.
Há para todos o abismo da ilegibilidade das minhas letras, a confusão dos meus pensamentos e o medo q, sem querer, aparece por trás das cortinas mais q os atores...
O medo q acabe
Tudo
Antes do ponto final
Ao medo, e não aos meus amores, eu devo todas as minhas pautas. Cada página, cada palavra.
O medo insólito do dia em q eu vou, simplesmente, ficar calada. O dia em q não terei sequer um olhar pra ser compreendido, lábios para serem decifrados, nem mãos cheias de linhas... como estas minhas.
Este, q talvez tenha um pouco menos de medo, quem sabe não mereça a prolixia das minhas idéias soltas tentando formar frases.
Talvez mereça menos escritos, menos mensagens de celular, menos cartões e cartas
E eu ia escrever-lhe um e-mail agora
Mas talvez, apenas talvez,
Ele não precise entender nada.


Snow, em mais um parêntese desnecessário.
P.S. "Escervo, não pq tenho, e sim pq me falta.
Escrevo pq tenho sede e não pq tenho água."
Tá assim entre aspas pq eu tenho a impressão q já escrevi isto antes, assim, com estas mesmas letras.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Melhoras

Vi num programa uma vez q a felicidade alheia, a capacidade de se alegrar com ela é o q nos faz amigos. Já a capacidade de ajudar nos momentos tristes, a q tanto atribuímos valor é uma característica, qse um instinto.
Assim como as formigas q carregam seus mortos e os elefantes q constroem cemitérios, nós choramos a perda de uma celebridade estrangeira, sofremos com a fome alheia e nos debruçamos na janela do ônibus para ver um acidente com vítimas.
Um "ombro amigo" já é uma expressão tão comum q parece q já nasceram ligados assim em nossa língua, como "café-com-leite", qnd a palavra provém da coisa. A ajuda na hora da necessidade, q no nordeste a gente chama de "precisão"... Aqui cabe um parêntese interessante: uma vez me corrigiram sobre o uso desta palavra "precisão", ao q me advertiram substituir por "necessidade"... Mas eu sei q precisão é diferente de necessidade, então não disse nada. Não haveria como precisar, nem seria preciso.
Hj eu tive dificuldade em dizer pq parecia triste. E eu até conhecia bem as palavras dessa vez mas... pra quê?
"Um dia ganharemos $ e vai ficar tudo bem. Ou pelo menos vai parecer."
Foi a resposta mais coerente q encontrei. Pq não sou muito boa com respostas rápidas.
Então, voltando ao programa de tv (q lembrei agora se tratar do Café Filosófico da TV Cultura exibido num final de domingo), eu fiquei bastante preocupada qnd vi aquela psicóloga lá falando sobre amizade e dizendo o contrário de tudo o q eu acreditava sobre ser amigo e ajudar nas horas de tristeza, tirar os espinhos, carregar nos braços nas cenas dos momentos difíceis da vida a ponto de não deixar pegadas e tal... e eu já ia desligar pq tava achando tudo uma palhaçada qnd ela finalmente explicou q os amigos são aqueles q são capazes de se alegrar com as nossas conquistas e q o resto, até um desconhecido, até um bicho, de repente poderia fazer... seja para garantir a preservação da espécie, por mimetização ou qlq atitude q a gente classifica como solidariedade.
Mas pra ficar feliz com a sua felicidade, só sendo seu amigo mesmo.
Eu hj andei lendo umas coisas aqui e me entristeci.
Muito provavelmente por descobrir q sou bem menos amiga do q imaginava.
E por extensão tanto menos amiga qnt mais apaixonada.


SnowFlake

quarta-feira, setembro 12, 2007

E enquanto isso no espaço reservado ao dever de casa...

"Mãe, nossa criancinha está brigando na sala.
Brigou hoje, brigou ontem também."


Snow, titia q ficou em dúvida se lia um Diário de Classe ou um Boletim de Ocorrência.
Mas q logo entendeu q era coisa de professora primária, já q ocorrências... não retroagem.

Sisos

Insônia, noite chuvosa, falta total do q fazer, uma dorzinha de dentes amenizada a ácido acetilsalecílico, papel, caneta, um pouquinho de amor pra dar, esta distância enorme q me separa de vc, além de umas duas ou três coisas q vão ficar por aí soltas pra um bom psicólogo adivinhar ou pra eu contar pra um amigo qnd puder conversar e, é claro, todas as demais inferências, tão sem sentido qnt qlq hipótese bastante sensata... desconfio q uma mistura dessas coisas ou uma delas em especial é o q me leva a escrever.
E às 3 da manhã! Tem sempre q ser às 3 horas, qnd já é mais de meia a madrugada, qnd os outros já foram dormir, qnd eu já devia estar saciada, qnd os telefones todos q se prezam já se encontram na caixa, qnd não tem ninguém pra me ouvir...
O bom é q minhas insônias são qse sempre lacrimejantes, são sempre poéticas, sempre acompanhadas de um fundo romântico e eu fico aqui destilando coisas q já não latejam tanto, mas q qnd eu tinha metade da idade q tenho hj, recordo-me bem, não haveria AAS algum capaz de fazer passar...
E eu fico aqui pensando qnt mesmo custará um plano odontológico... Não aquele q eu tinha e q tinha q esperar um mês para ser atendida, para q a dentista fizesse o novo desgaste seletivo, para q só depois visse a próxima cárie da lista, mas um de verdade, Sênior, Master, Gold, Vip, pra q eu possa resolver todos os meus problemas em um dia, ou um por vez, como for, mas q resolva todos. Q restaure, periodontize, endodonte, fluorize, calcifique, ionomere, exodontize...
Quanto custará a desgraça da anestesia às 3 da madrugada, qnt me cobraria o infeliz com um alicate para extrair de mim cada polpa, enfiar uma estaca e matar cada nervo, cada raiz q doa e depois pintar com um novo esmalte cada bloco, cada coroa...?
Talvez, se eu puder arrancar todas as dores q me ferem agora, todas:
Das incisivas às molares...
E nada mais me machuque,
Quem sabe sobre mais espaço pra q a saudade
Somente a saudade,
Me corroa.


Snow, agenda de dias em branco, sem anestesia.

Gafe

Lembro com nitidez o momento em q a professora, entretida em sua aula sobre o processo de memorização do cérebro, foi interrompida pela duvida discente:
“Professora, a gente tem estudado aqui técnicas de armazenamento, evocação e tal, mas e o contrário, e se a gente não quiser lembrar... como é q faz pra esquecer?”
Neste instante seus dois enormes olhos azuis pararam no ar e ela respondeu como se tb surpresa pelo som do q dizia:
“Eu não sei.”
Claro, professora e terapeuta cognitivista q era, ela refez sua resposta depois, como alguém q se recompõe de um tropeção:
“É claro q o q a gente faz no caso de uma experiência ruim, um trauma ou uma lembrança forte q não convém lembrar com tanta intensidade – pq terminaria interferindo no restante da vida do paciente – é... tentar trabalhar esse conteúdo para q a pessoa venha a encaixá-lo e dar uma nova importância a ele (...) blá, blá, blá... e blá.”
(Esses últimos blás aí não entraram na minha exatidão mimética pq os considerei altamente dedutivos.)
O fato é q aquela aula no meio do nada marcaria uma parte da minha vida q até então talvez fosse melhor permanecer imaculada.
Eu q sempre imaginei q os pacientes procurassem tais profissionais das ciências humanas com o propósito mais de esquecer q de lembrar e q esta parte, por tão importante q fosse, seria disciplina de semestre mais avançado, para quando eu tivesse mais maturidade para compreender e algum outro pré-requisito acadêmico para cursar, descobri, assim na lata q... não há resposta, pelo menos ainda.
E eu q sempre vira a Psicologia como uma exuberante dama a desfilar alta classe sob olhares admirados, flashs e sobre saltos, imaginei q se porventura me fosse dado o presente celeste de vê-la longe de tanto gliter e com um pouco menos de maquiagem, ela se comportaria melhor ainda e passaria de humana a semideusa, sobre-humana... nua, revelando as mais belas e perfeitas formas divinas.
E foi mais ou menos no meio do segundo semestre do curso, na primeira metade do semestre passado, q a Psicologia q até então sempre me sorria, após o rompimento daquela pequena e qse insignificante alça q lhe expôs o seio em plena passarela...
perdeu,
paradoxal e inusitadamente,
parte da sua graça.


Snow, meio assim também.

terça-feira, setembro 04, 2007

Conflito de software

-Sim, e o q vc faz da vida?
-Olha, no momento tô sem trabalhar, mas eu tô procurando emprego. Eu sou programador.
-Q legal!! E vc programa em quê mesmo?
-Eu programo em Windows.
-Ah, sei...


Snow, num trecho de uma conversa com um ex-pretendente q nunca entendeu bem pq q, simplesmente, não rolou...
Acho q a gente não falava a mesma linguagem.