domingo, setembro 28, 2008

São tantas coisas...

A vida é um montão de coisas pequenas amontoadas.
(Coisas grandes também são coisas pequenas.)
Eu ando observando uns moradores de rua com suas bagagens há algum tempo...
Eu que não gosto de carregar coisas quando saio, mas sei que a quantidade de coisas que levarei dependerá sempre do tamanho da bolsa que vou escolher, fiquei pensando nos que têm que levar consigo o seu próprio cobertor-colchão, sua própria latinha-panela e a roupa... junto com o frio, a fome e a sujeira. E o cachorro.
Faz alguns meses assisti à reportagem sobre um morador de rua que passou num concurso público. Ele estudava com livros de bibliotecas públicas, em praças também públicas.
À época fiz inúmeras imagens dessa notícia tão cheia de lacunas quase inimagináveis e, confesso que só não tive inveja porque ele agora é funcionário do Banco do Brasil e eu, definitivamente, odeio contar dinheiro.
Mas eu sei que ele agora é parte do grupo dos que podem ter coisas.
O que fez com que essa história ficasse gravada em minha memória emotiva foi quando na entrevista o repórter perguntou o que ele mais queria ter das coisas que ele agora podia e de pronto ele respondeu: "Quero formar uma família.".
E eu que assistia à reportagem toda preocupada com a reação dos colegas dele na agência e das pessoas freqüentadoras e em como seria para ele conviver com essa evidência de constrangimentos e ter que ir todo esse primeiro mês, mesmo sem o dinheiro do transporte, trabalhar e voltar...( pra onde?!) tocar de roupa (?!), já estava me sentindo o mais impotente dos seres por morar em outro estado e não poder fazer nada por aquele que eu sabia que tanto precisava, percebi, assustada como se fora novidade, o quão insignificantes e pequenas são as coisas depois que a gente passa numa prova.
Recentemente um casal dentre os que considero como melhores amigos que já tive e tenho, nesse caso há quase 18 anos, esteve separado por algumas semanas. E eu acompanhei o conturbado processo quase como um dos filhos, dividida e sem tomar partido.
Mas hoje fomos à praia, como nos velhos tempos...
Durante todo o caminho da ida minha cabeça quase doía de tão cheia das tantas imagens dos momentos bons e das brigas nesse tempo todo que têm em comum. E ver como isso se misturava às imagens do momento quando no fim do dia ela reclamou por ele ter colocado a fralda suja de areia na mesma sacola que a mamadeira e de como ele aceitava os carinhos como quem recebe massagens onde está doendo. Era visível que eles estavam se perdoando.
Outra cena marcante foi quando ela comentou, longe da presença dele, e relembramos o dia em que há 12 anos atrás ele chegou em casa com uma televisão preta e branca de presente para ela. Nessa ocasião a alegria foi tanta que passaram a noite inteira assistindo a TV. Usada, comprada com uma renda de um salário mínimo, sabe-se lá em quantas parcelas...
Outra parte interessante foram os vendedores ambulantes das praias com seus amendoins, castanhas, ovos de codorna e caldos, todos afrodisíacos. Este último tinha também a versão homem-aranha, que é quase explícito mais ele explicava: “É pra subir pelas paredes e ir parar no teto!”. Compramos todos. Ora pelo marketing, ora pelo gosto. Mas cá pra nós, eu adoro essas superstições regionais/locais e acho em tudo isso uma graça indescritível.
Alugar a bóia e ficar boiando com a mãe e os maiores também foi muito divertido. (Eles têm, além de mim, mais quatro crianças.).
Foi boa a praia como a praia da minha infância.
Há, porém um link entre essa história e a do ex-mendigo do início. A principal exigência nupcial do novo contrato foi, recíproca, que ela, ocupante de um cargo de confiança, equiparada a servidora pública e, portanto funcionária do estado, deixasse o emprego. E assim foi feito.
Saiu com a roupa do corpo, sem se despedir ou assinar o destrato. Sequer esvaziar as gavetas.
No final do dia de sol, eles, que passaram a maior parte passeio sob a sombra protegendo o menorzinho, voltaram com seus pertences, sacolas, mochilas e filhos pra casa.
E eu, que passei boa parte do tempo exposta (porque não acho isso todo dia!), guardei na bolsa o meu protetor solar, cartão de crédito, soro fisiológico, bolsinha para moedas, telefone celular, chapéu, creme para pentear, cartão de meia-passagem, estojo para lentes, espelho e pente, hidratante, bronzeador, óculos de sol e toalhinha.
Fiquei pensando em como faz calor nas noites pós praia...

E voltei pra casa só. Eu e minha marquinha.

Snow, pensando em comprar um cachorro.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Três saídas

Para o Complexo de Édipo no sexo feminino:

A maternidade,
O Complexo de Masculinidade,
E a insatisfação.


Snow, by cadernos de psicanálise.

Defesa Pessoal

Engessei o pezinho direito semana passada depois de uma aula em que tive que chutar... e o meu oponente tinha barras de aço no lugar das pernas.
Depois dos remédios e repouso, ainda sinto um pouco.
O médico aconselhou água quente. O mestre, gelo.
Tomasse whisky, haveria um meio termo.
Mas eu quase não saio, eu quase não tenho amigos...
Eu dou certo valor pr’essas coisas acidentais – que podem acontecer vez em quando e nos fazer dar valor a outras coisas que acontecem sempre e que nem sempre percebemos – se são leves. Como tomar banho com a perna presa num saco isolado com durex e ter que freqüentar a lan mais próxima e ir dormir na casa da mãe, na cama do sobrinho, com o gato querendo entrar no mosquiteiro...
Alem do quê, tem um sabor de quase vitória mandar um recado via sms avisando que não irei pro treino porque to contundida. (rs)
E estar tão inevitavelmente presa a um determinado problema que os demais têm que ficar pra depois, como se fossem pequenos.
Eu gosto um pouco mais disto que de estar envolvida em grandiosos projetos dos quais faculdades, mestrados e especializações são exemplos.
Sabe essas pessoas que dizem que, no momento, estão apenas preocupadas com suas carreiras profissionais e seus estudos e não querem saber de relacionamentos?
Eu desconfio sinceramente que a causa disso tudo é um amor inconfessável e que não pôde ser substituído e por isso teve que ser engessado, imobilizado.
Dessa forma, a função dos analgésicos, paliativos e placebos é a mesma: dissipar a dor e permitir que o corpo cure sem fazer muito esforço.
Pra não romper os ligamentos.


Snow, já sem ataduras, mas ainda sob compressas. Ora frias, ora quentes...

Ilustração dispensável

- Quero te ver, posso passar aí?
- Ah, não, não posso! Tou machucada.
- Que houve? É sério?!
- Não, nada grave. Mas eu to com gesso.
- Ok, tudo bem. Melhoras. Eu entendo...

sexta-feira, setembro 19, 2008

Mais um dos outros

Não Basta Amar
(Artur da Távora)


Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar,
Aos que pensam em voltar...


Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.

É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta.

Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas.

Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.

Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.

Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.

Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.

Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.

É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor Pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!

Um bom encontro aos que procuram!

E felicidades a todos nós!

domingo, setembro 14, 2008

Quem sou eu:

Áspera, intolerante, rancorosa, vingativa.
Minha avó dizia que eu era ruim. E tinha lá suas razões.
Eu não sei continuar como se nada tivesse acontecido. Assim, simplesmente. Porque quebra. Eu quebro. Menos por ser frágil e mais por ser rígida. Inflexível.
Falta de rola. Deve ser.
Tivesse, tava tudo resolvido. Mas nasci sem. E nem gosto de Freud, mas mijar em pé me parece muito mais legal que a dor de parir.
Se bem que ela me disse que depois q nasce, passa...
Não sei bem como começou esta conversa, mas tive a impressão que era pra me ensinar... Eu que àquela época já brincava com fogo.
Pra Psicanálise, do pouco que eu sei, a gravidez é a única das três saídas que realmente resolve a mulher. As outras duas eram... hum... ter uma vida independente e uma carreira profissional bem-sucedida e... a terceira não lembro.
(Assim que rever meus cadernos eu posto como comentário. Perdoem a sacanagem de não dizer ainda, não foi premeditado.)
E não deve ser importante, de certo.
Importante foi ela ter me dito q preferisse normal à cesariana, porque está última é bastante dolorosa depois e nesse meio tempo já haverá mais alguém precisando de mim, dos meus seios fartos e doridos, prontos pra alimentar a nova vida...
Antes eu não entendia bem porque as pessoas tinha filhos assim, por acidente. Mas agora sei que, se você pensar bem, você não os tem. Criança é coisa séria. E é por pensar assim que talvez eu nunca tenha filhos.
Aliás, dependesse de mim, eu mesma não existiria. Nem eu, nem ela. Nem a mãe dela. Nem a avó de nós duas. Nem o resto da galera.
Deixava vingar só os mais recentes, os que estão nascendo por agora. Os que de alguma forma nós podemos cuidar.
Queria poder mais. Mas eu não estudei... (rs)
De um modo geral, ninguém se importa muito com ninguém. Melhor, muitos, pouco se importam até mesmo consigo.
A espécie tá aí e tal, mas como a vida de cada um é curta, então pra quê, né mesmo?
Recentemente decidi que vou ser juíza. Recentemente ando muito ressentida com o julgamento dos outros sobre outros que em nada afetam as suas vidas.
(Até agora tô tentando lembrar qual era a terceira saída e porque mesmo que eu achei que de forma alguma poderia me servir, e nada!
Engraçado. Como eu ainda não me enquadro em nenhuma das outras duas pode ser justamente nela que tenha me perdido.)
Das aulas de Psicanálise uma coisa ficou gravada em minha memória: todo mundo só vê o que quer e só ouve o que quer. Não importa o que você mostre ou o que você diga.
Isso explicaria aquela ternura por alguns dos que nos agrediram que talvez a gente admita ter sentido ao menos uma vez na vida. E aquela raiva, aquele desprezo por alguns que se deram por nós enquanto poderiam muito bem cuidar de suas miseráveis vidas.
Uma coisa que gosto nas músicas que falam sobre violência é que a subjetividade parece ser um pouco mais objetiva. Eu até queria que a dor do outro ocupasse um pouco mais de espaço na minha vida que estas que agora sinto. Todas mesquinhas e evasivas.
Queria morrer antes de todos pra não ter que ver alguns irem antes de mim... Digo isto assim, embora me preocupe com o que vão pensar, mas me acalma a leve desconfiança de que no fundo, todos desta raça são potencialmente suicidas.
Queria ir primeiro porque a dor da despedida é para mim a mais agonizante de todas... Nascesse no Oriente, fosse indígena ou espiritualista não teria este pensamento. Mas cultura é algo que nos faz humanos. Tal qual o sangue...
Eu sei que tudo o que aconteceu em minha vida foi aglomerante, agregado e liga pra o que eu sou hoje e eu gosto disso. Ao mesmo tempo em que lamento estar assim... Tão amarga e tão agressiva.
Há dois meses comprei uma dose de testosterona no mercado negro. (Um negão, meu brother, me deu a dica.). Tava a fim de engrossar essas minhas perninhas tortas e finas para com as quais já tentei muita coisa nesta vida, mas... (suspiro!), tem que ter mais persistência que problemas pra fazer algum efeito.
Não tive coragem de tomar ainda.
Uma desculpa que me dei foi o fato do meu cabelo estar caindo muito depois da escova progressiva. Daí sonhei comigo careca, com a voz grossa e o peito cabeludo...
(Relendo este último parágrafo entendi que se não postar isto imediatamente corro o risco de apagar tudo. Até no sonho eu sou má comigo! rs)
E meu cabelo tá tão lindo...
(Rafael foi o único que achou horrível. Mas talvez tenha mais gente nesse lado da torcida. As pessoas não costumam ser muito sinceras quanto a isso e, quer saber, eu acho que não precisavam ser. Porque por mais que existam motivos, eu não vejo nenhum bom motivo.)
A segunda razão pela qual não tomei ainda foi essa minha, esse meu... esses. Esses meus dois culhões que eu mantenho a sete chaves escondidos no meio das pernas, camuflados em forma de periquita.
(Rs. Vou botar uma censura nessa porra! rs. Se bem que por aqui, nunca veio nenhuma criança.)
Eu tive medo, sabe? Medo que a testosterona revelasse o homem que há em mim e que eu sei que é primitivo. É agreste, é grosso, é ignorante, é brabo. Não come reggae, vai pra cima e mete mermo sem dó. Tá nem aí pro que sobra.
Ele me assusta.
Outro dia deu um chute no saco de boxe do Goshin Jitsu que na mesma hora meu pezinho ficou todo vermelho. Dia seguinte, mal me equilibrava no salto.
O motivo prático pelo qual não tô ainda bombada é esse meu problema primário com comida que, já agendei o psicólogo em caráter de urgência. Não adiantaria nada abrir o apetite, ter fome e, por isso mesmo, sentir raiva de comer. Mas isso é papo pra outra blogada.
Tirei o link daqui do perfil do Orkut. Isso explica um pouco essa minha maior descontração por aqui. Nesses quatro anos de blogagem raríssimos vieram de lá. E eu que mantinha certa compostura a despeito dos eventuais desconhecidos, acabei por resolver o problema.
Tirei também todas as outras informações desnecessárias. Cada um só vê o que quer mesmo e, desses, alguns ainda vão fazer questão de te mostrar o que enxergam... Então, melhor não dizer nada.
Mudei a parte do relacionamento. Informei que sou casada.
Não sou. Todos sabem. Não há aliança, não há papel passado nem presente, não há relacionamento, não há nada.
Eu não sei mesmo explicar porque fiz isso. Tenho várias respostas. Nenhuma casa.
(Deve ter a ver com a tal da terceira saída que não lembro! rs. E que deve tar pulsando ainda.)
E o restante deve ter vindo por ter assistido recentemente a primeira faixa do DVD novo de Ana Carolina.
Lamento informar-lhes, mas não sou esse macho todo. Tava apenas inspirada.
Aos que ficaram com dúvidas, também não sou viada.
(No rol da minha quase meia dúzia de leitores, sei que mais da metade não lê textos grandes, então, creio que não haverá muita repercussão. Tomara!)
Quando comecei a escrever tava pensando em que diferença faz dizer que se é forte ou frágil...
Que diferença faz a gente ser um e se esforçar pra moderar o outro que também se é?
Que diferença faz o que a gente é pros outros?
...
Só faz diferença mesmo pros outros o que os outros acham que a gente é. Porque é apartir do momento em que eles começam a achar o contrário que as coisas mudam.
Já a gente, nós mesmos, a gente pode ser dar ao luxo de odiar aquela meninazinha nhe-nhe-nhe e aquela galerinha lá gente boa pá caralho.
Só a gente mesmo pra curtir aquele sacana, aquele cara lerdo, miserável, canalha.
Só a gente pra gostar daquele arrogante, amar aquele otário.
A gente não gosta ou desgosta por mérito ou demérito alheio, isso pra mim já tá mais do que comprovado.
Então, sinceramente, eu não posso ficar me stressando com essas pessoas todas.

Eu vou ficar gostosa, de cabelo grande, e vou ser juíza. Na próxima década, antes que eu morra. Vou começar agora!

Depois vejo isso dessas coisas psicológicas.


Snow, indócil.

quarta-feira, setembro 10, 2008

30 Dicas para Escrever Bem

(Professor João Pedro da UNICAMP)


1. Deve evitar ao máx. A utiliz. De abrev., etc.

2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.

5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??...então valeu!

9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.

10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.

11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem ideias próprias".

13. Frases incompletas podem causar

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação

19. Quem precisa de perguntas retóricas?

20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!

25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais
Curtas.

26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.

27. Seja incisivo e coerente, ou não.

28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação
De que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando
Em não estar falando desta maneira irritante.

29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo! ..nada de mandar
Esse trem...vixi..entendeu bichinho?

30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.


***
Snow, que nessa parte da rima... discorda com moderação.

P.S. Não me sinto a vontade pra assinar nada q não seja totalmente meu, embora acredite que nada, absolutamente nada, seja totalmente de ninguém. Mas assino sempre, pq esse espaço aqui só existe para q eu lembre o porque de alguns textos existirem.
Senão seria só mais uma coisa q se diz sendo repetida e eu teria q mudar o nome para Bytes Deletáveis.
Eu gosto de dizer coisas sobre coisas q me disseram.
Um pouco pq sou de pensamento lento, embora intenso, e tenho respostas demoradas pra pergunats curtas. E outro tanto pq, se não registrar, tenho a impressão evapora... no calor das retóricas.
Esse texto eu li pela primeira vez numa apostila pra concurso. Sem fonte, sem autor, incorporado à explicação de uma forma q achei injusta. Ficou a idéia encontrar depois e aqui está.
Embora nesses tempos de internet nem sempre é possivel dizer se a informação encontrada é a verdade ou se esta está expressa na íntegra - e confesso q não me dei ao trabalho de investigar -, ao menos uma referência, e o próprio texto. Metalinguísticamente belo.
E eu queria q a vida fosse assim de vez em quando:

Auto-explicativa.

Mais ou menos da mesma

Eu deveria ter escrito algo assim há uns onze, doze anos atrás...
Ou quando eu entrei pro Cefet e aquela camisa azul-igual me deixava tão daquela cor...
É uma pena eu não ter fotos sorrindo. Contando hoje ninguém acredita.
Eu não sei nem mais como explicar...
Mas houve uma época em que eu amanhecia lilás

Pra anoitecer verde-otimista.


Snow, num comentário pro post anterior... direto do túnel do tempo.

terça-feira, setembro 09, 2008

Amanhecer lilás

(Felipe Rosa)

E a gente tem ainda tanto sol nessas manhãs que nascem de promessa e de evolução.
A gente tem tanto sangue pra correr que deixa corada a nossa cara de tanto riso e tanta lágrima.
Até lágrima a gente tem pra lavar essa sujeira no mundo que sempre joga uns ciscos nos olhos.
A gente tem tanta vida, tanta melodia, tanto movimento.

A gente tem os melhores dias, as melhores noites e as madrugadas mais felizes e melancólicas indo de volta pra casa...


***

Snow, e um velho saudosismo.

Explicações

Eu me apaixono por valores.
Muitas vezes sem ver - porque quando vou ver já estou apaixonada.
Antes dos valores nunca há nada.
Depois vem a historinha que vou montando em mosaico, de retalhos, quase totem de tão sagrada.
O bom é que, a cada novo tema, os valores saem sempre mais fortalecidos.
E o ruim é ver como eu fico...

Cada vez mais de spe da ç ad.


Snow, comentando ao Acaso.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Insônia

Essa noite não dormiu,
Apesar do remédio.

Tinha preocupações maiores do que a dose recomendada pelo médico.


Snow, num atualíssimo. Há dois meses.

Caríssimos

"Eu estou precisando urgentemente de um abraço.
E a dor é tamanha que acho que esse tipo de tratamento deveria ser coberto pelo SUS. No meu caso, iria pra uma UTI.
Mas a você que está lendo, já não é mais permitido ofertar o remédio para este meu sofrimento. Porque o abraço que eu preciso tem que vir sem ser pedido, protocolado, requisitado. E tem que vir de graça, sem ônus, impostos, sem que seja um pequeno investimento... Não pode ser tarifado.
É paradoxo isso de não servir. Eu também acho.
Mas realmente não serve. Da mesma forma que não serve o analgésico do qual se sabe placebo. Em caso isolados, colateralmente, já foi observado até agravamentos.
Só os desabraçados podem imaginar como eu me sinto... Com esses meus dois bracinhos que me parecem imensos. Inativos, posto que não me satisfazem. Sequer tentam.
E um abraço não se encontra numa esquina. E eu não quero nada que não seja expontâneo. Nem pediria. Porque não peço nada cujo prêmio esteja além do próprio pedido... como pedir desculpas, por exemplo. Isso eu peço.
Acredito que o máximo que posso fazer é o pedido. Mas não posso pedir que me peçam, assim como também não aceitaria tal pedido.
O mínimo que peço é desculpas por não poder pedir um abraço e por não aceitar se, de alguma forma, já o houver pedido.
Abraço é dado. Lançado. Na certeza que o maior número de pontos será alcansado."

***

Engraçado, comecei esse texto ano passado, e até hoje não sei como terminá-lo.
Este último não me abraçava pra dormir.
Fechava os braços em posição de guarda como fazem os lutadores e eu ficava do meu canto, indefesa, olhando ele fechar também os olhos, a boca, o corpo, o punho... Ficava imaginando o que faria caso ele acordasse com os meus soluços. Enxugava o rosto, adormecia.
Dia desses revi aquela pegadinha manjada do abraço em que um rapaz sai com um placa escrita "Abraços Grátis" e passeia por uma avenida movimentada. No começo pensamos que ninguém atenderá ao seu chamado, mas no final a gente percebe que a soma dos que se dispuseram foi satisfatória. E ficamos com aquela sensação humana de que, apesar de tudo, valeu a pena.
Há alguns dias meu sobrinho me avistou na rua. Soltou-se das mãos que o conduziam e correu em minha direção pra me abraçar, sorrindo.
Crianças não precisam de placas. Nem as entenderiam.
Mas ontem à noite me senti como aquele homem da pegadinha, andando pelas ruas, pegando filas, esperando ônibus, sempre com a minha plaquinha...

A única diferença entre a minha vida real e a tv é que, por onde eu passava, as pessoas, eu acho, eram todas adultas.
E não sabiam ler.

***

Como esse foi um péssimo jeito de terminar um escrito, vou continuar.
Eu não ando muito bem, deve ser por isso. E sei que ninguém pode ser culpado por não ter aprendido a entender um código que não ensinei...
Vivemos diferenciando as pessoas por não saberem aquilo que aprendemos, por não terem valores semelhantes aos que temos... Somos tão egoístas que por pouco que nos damos acreditamos que deveríamos ser recompensados...
A vida não é assim. Ghandy foi assassinado, Cristo crucificado, Tiradentes foi enforcado... E eu nem sei o que foi feito de Zumbi.
Tive uma conversa difícil ontem pela manhã, um dia pesado, uma noite de pesadelos. Faz já um tempo eu tô querendo um pouco de calma, mas a calma não veio.
Esse texto entre os escritos do ano passado, tava guardando pra concluir de forma otimista, esperançosa... alegre, ao menos. Mas vou guardar agora apenas a minha plaquinha de "Abraços Grátis", ou melhor, atualizá-la para "Abraços Muito Caros", e tentar esquecer um pouco essa minha busca.
(Achar que esquecerei mesmo é querer me enganar, e eu me conheço.)

Vou esperar que alguém que possa pagar,
Um dia me pergunte quanto custa.


SnowFlake.