Boa fé
No Ceará, a religiosidade na figura carismática do padre Cícero é uma marca muito forte para a cultura regional.
A idéia do milagre, da bênção, das graças é tradição histórica e cultural e influenciou toda a região do Cariri e hoje é visitada por romeiros de todo o Nordeste e do Brasil, sendo até mesmo visitada por turistas de outros países q vão lá pra ver de perto a fé dos peregrinos que sobem o Horto para agradecer e pedir graças ao Padinho.
Não sou católica. Graças a Deus, nunca fui. Mas sempre admirei a vontade dos que saem de longe para agradecer a quem a se crê que fez algo ou pode fazer algo por sobrenatural.
Lá, a religião é tão latente que na lista de presença do encontro o número de páginas para a letra C eram o maior, para comportar a quantidade de Cíceros e Cíceras que nascem lá pelas bandas daquele sertão.
È tanto que os cearenses, quando se casam, chamam as esposas de “santa”, “minha santinha”... e isso me soou dulcíssimo.
Lembrei dos falares lá da minha gente: “meu preto”, “minha neguinha”...
São os carinhos dos aconchegos, chamegos e xodós, religiosamente, nas noites de chuva, em casa de telha de barro, sob alguns pingos salpicando o lençol, o barulho das gotas como música de fundo, o cheiro bom de terra molhada, úmida, fértil...
“...Eu vou ficar clamando a chuva
Clamando a Deus pur um truvão
Clamando a Deus que caia a chuva
Para aguar meu coração...”
(Zabumbada)
Snow
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