Inexplicavelmente - (20/07/05)

Inexplicavelmente

Adoro essa palavra. “Inexplicavelmente” dá impressão de q a coisa a ser dita já foi analisada de várias maneiras e formas e, permanece ainda um desafio e, nem um desafio sobre-humano, mas um desafio desses q pode ser solucionado a qualquer momento por alguém q se proponha a pensar sobre o assunto e consiga uma resposta plausível.
(Plausível é outra palavra q adoro, mas, inexplicavelmente, não uso muito.)
Mas vamos. Inexplicavelmente, às vezes eu não sei pq começo a escrever algo. Nem o q queria dizer mesmo. E inexplicavelmente, tb, às vezes eu sei exatamente o q queria dizer e onde queria chegar. O lance é q mais inexplicavelmente ainda, às vezes, eu não consigo dizer o queria e, às vezes, digo o q não queria.
“Quem diz o q quer, ouve o q não quer”, mas isso tb, é outra coisa q não funciona ao pé da letra.
Tenho dito pouca coisa das coisas q quero e ouvir o q não quero tb, tem sido algo bem irregular. Coisas plausíveis, são cada vez mais raras, inexplicavelmente. Bom, acho q é isso o q eu queria dizer.
Ele começou uma frase assim: “inexplicavelmente...” e, acreditem, eu nem consegui ouvir o restante. Perdi-me naquele começo tão humano e natural e tão cheio de curvas... perdi-me naquela palavra, naquele olhar buscando contextos no fundo dos olhos, naquela vontade de tentar me mostrar pq era tão “inexplicavelmente” o q queria dizer... Queria mesmo saber o resto da frase, mas só por curiosidade. Queria q o tempo voltasse, q alguém gravasse, q eu pudesse ouvir tudo novamente, o q parecia, assim falado, tão plausível...
Nem sei mesmo se gravar adiantaria, pois, quando gosto muito de uma música por causa de uma palavra ou frase e coloco a faixa pra repetir n vezes, ouço apenas a palavra ou frase q gosto. Gravar aquela frase inteira, poderia significar ouvir milhões de vezes q “inexplicavelmente”...
Bom, nem sempre as coisas precisam ser mesmo ditas no vão das coisas inexplicáveis. E, nesse vão, há as q se tornariam sem razão ao serem verbalizadas mas q, onde estão, são reais, mesmo q fantásticas.
Admiro, com gosto de pesquisador, as metáforas e acredito q existem olhares, gestos, risos, que inexplicavelmente, têm sabores e significados mais plausíveis q qlq dicionário ou grimoire de palavras mágicas. E são, bem mais palpáveis.

Snow

(Li algo no blog de André q me fez lembrar de escrever isso. Curiosos, serão bem vindos em: http://fragmentes.weblogger.terra.com.br/index.htm