quinta-feira, outubro 05, 2006

Remanescências de Sertanês procês - (23/06/05)

Remanescências de Sertanês procês


Xibungo – porra, q palavra massa! È xingamento, nem sei o q significa, mas não presta. Ninguém quer ser xibungo. Parece q é pior do q ser corno.
Bereguedê – serve pra designar qualquer coisa. Tudo pode ser um bereguêde, um objeto, uma situação, é universal.
Sem futuro – essa expressão é tudo! E quer dizer q o cabra não é nada.
Aguar – pronuncia-se a-gu-ar e significa regar, molhar, umedecer... é linda. “Aguar os óio” é o nosso clássico “marejar”... mas no sertão não tem mar.
Desalegria – essa é bonita demais. Nem dá tristeza...
Banhar – é tomar banho.
Pra cola, Acolá – essa eu aderi. Significa ali, um lugar não muito longe, mas fora do alcance da visão. Serve tb como metáfora amorosa: “e eles foram pracolá...” quer dizer q, enfim, ta rolando.
Porra – não sei bem em outros lugares, mas aqui, é palavrão mesmo. “Moça, nois num fala palavrão não. Num fala nem, cum o perdão da palavra, o nome da 'porra' ”. Tive q disfarçar a vontade de rir. Cá pra nós, q p!
Zinho, Zinha – é pra diminutivo. Qlq diminutivo. O diminutivo de “menina” por exemplo, não é “menininha” como os “inhas” e “inhos” lá da Bahia, é “meninazinha”. E assim é só colocar o “zinho(a)” no final que vira palavra de carinho.
Sevrergonha – é o “danadinho”, o “putão” baiano, o mulherengo, o q leva vantagem. Tudo q é macho que ser. E isso é difícil pra caramba de falar. Sé-vrér-gônha. Proparoxítona.

Reminiscências agora:


Homens, por exemplo, em ocasiões, solenes, é “homes” e nas demais ocasiões, “ome” – tirei o h pra não lermos q nem homepage, mas deve ter h. Mudo. Naturalmente. E as fêmeas, de qlq idade, são mulher, mulhé, muié, a depender da ocasião , e isso me mata!
Lá em Salvador, vc é “menina” até ser senhora, daí em diante, passa a ser “moça” e qnd já ta velhinha é “tia”. No caso aqui, é “véia”... Não, eu não vou envelhecer sem voltar pra minha terra! Prefiro ser tia.
Se vc não gosta de gordura, jamais peça “Panelada” no Piauí. É uma comida típica, feita de tripas, q eles adoram mas, como diz a galera daqui, é muito forte e eu, no entanto, não aconselho.
Se quiser dizer não, pare no meio: Hum, nãmm. É clássico.
Se passar por aqui, prove o suco de “Bacuri”, de “Murici”, o doce de “Gergelim”, a “Cajuada”, a “Paçoca” (essa é carne seca desfiada, bom demais), o doce de “Buriti”, a “Cajuína”, que é um refrigerante de caju sem gás q eles adoram, mas eu particularmente acho q deve ficar bom com cachaça.
Assado de Panela tb é uma comida massa do Piauí, e “aimpim” frito, aqui, é “macaxeira”, há quem chame de “mandioca”, seja lá o q for... vale a pena.
“Atolado” é o baião de dois (baião de dois é arroz com feijão misturados) misturados com queijo qualho q, nossa! vc só pára de comer qnd já ta todo atolado mesmo. Mas é gostoso q só!
Creme de Galinha é tipo um vatapá (consistência do purê) só q, ao invés de camarão é feito com frango.
Sobre essa ave, se for assado é “frango”, já cozida, é “galinha”, e por aí vai.
Por enquanto é só, mas são tantos detalhes q, só vendo, só ouvindo e, muitas coisas, só vindo pra ver de perto e sentir os sabores dessa gente simpática dos cantos do Brasil.

Snow

Um comentário:

Snow disse...

"Interessante dicionário."
- Chalom
- 25/06/2005 09:37:08