quarta-feira, março 19, 2008

Começo

Tomara q o dia acabe
Q a lua chegue
Q escureça
Q as horas voem
Tomara q eu te encontre...

E q depois o tempo pare.


Snow, num clichezinho bom...three months ago.

Hot

Comprei um produdo novo pra nós,
Um gelzinho q esquenta em contato com a pele.
Pra qnd o inverno chegar...


SnowFlake

Ciclo

Uma vez por mês sou como uma lua de quatro fases, em apenas uma.
Mansa. Irritada. Agressiva. Frágil...
Tímida e durona.
Sensível.

Uma vez por mês é esse bombardeio de anseios, desejos, frustrações, angústias...

Uma vez por mês vulnerável.
Suscetível.

Uma vez por mês eu queria chegar em casa e ficar sozinha.
Pra soluçar todas essas lágrimas q escondo.

Uma vez por mês eu fico redondinha.
Fico querendo o mar, o céu, as nuvens...
Uma vez por mês, eu fico assim, por alguns dias...

Nascendo e me pondo.


Snow, no seu mundo.

Rodapé

Freqüentemente tenho q interromper a leitura pq meu pensamento não acompanha.
Eu até q tento, mas sempre acabo me perdendo no meio.
E assim o parágrafo fica lá,
Falando sobre coisas diferentes
Dos teus braços, dos teus beijos, do teu peito...

E deve ser por isso q eu continuo não entendo qse nada do q leio.


Snow, revendo anotações na véspera.

Atenção!

Pintei os cabelos de vermelho e sei q há muita diferença pq qnd me olho no espelho não estão mais lá os fios louros, nem os negros, e o meu semblante também incorporou a tinta... mas ainda assim não me vejo mudada.
Mudar é um processo complexo. Eu tenho mudado uma coisinha ou outra mas sempre me acho tão a mesma q, vez em qnd tenho certeza q... não mudou nada.
As pessoas mudam. As outras, todas. E é por isso q eu tb, qnd vou ver já mudei um pouco com essa mudança toda.
As pessoas de minha vida são como as tintas do meu cabelo q mudam a minha cara... Elas mexem na minha naturalidade sem alterar a raiz. E no fundo eu sou de uma cor q não existe. A pintura é uma tentativa de dar forma pra mostrar movimento...
Mas eu sou parada.
Vermelho-vinho na parte q era loura, vermelho-roxo na parte mais escura e vermelho-sangue na q era castanho-clara.
Houve uma época q mudava de e-mail, de telefone, casa. Hj eu mudo a cor, o comprimento, o penteado.
No fundo eu queria mesmo era mudar por dentro...
Pintar o coração de verde, mas no momento,
Tal qual sinal q faz a gente ficar enfrente à faixa
A esperança continua lá... só q agora na versão vermelha...

Fechada.


Snow red power, Tomate, Rebelde...
Recentemente me chamaram de ruivinha... balancei a cabeça em negativa, mas dois ou três passos depois, dei risada.

SMS de um P.S.

A blusa que eu usava qnd te abracei
Guardou um pouco do cheiro q vestia o teu peito...
Já não posso lavá-la, ao invés,
Cobri com ela a fronha do travesseiro sobre o qual me deito
E isso me dá a sensação que é a vc quem abraço qnd adormeço,
E q é sob o ninar dos teus lábios
Q repousa o meu beijo.


Snow, digitando pra deletar.

terça-feira, março 04, 2008

Algo q achei lindo

Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.


(Pablo Neruda)


Snow love Neruda.

Trecho

Eu era um jovem louro e saudável quando adentrei a baía de Guanabara, errei pelas ruas do Rio de Janeiro e conheci Teresa. Ao ouvir cantar Teresa, caí de amores pelo seu idioma, e após três meses embatucado, senti que tinha a história do alemão na ponta dos dedos. A escrita me saía espontânea, num ritmo que não era o meu, e foi na batata da perna de Teresa que escrevi as primeiras palavras na língua nativa. No princípio ela até gostou, ficou lisonjeada quando lhe disse que estava escrevendo um livro nela.
Depois deu pra ter ciúmes, deu pra me recusar seu corpo, disse que eu só a procurava a fim de escrever nela, e o livro já ia pelo sétimo capítulo quando ela me abandonou.
Sem ela, perdi o fio do novelo, voltei ao prefácio, meu conhecimento da língua regrediu, pensei até em largar tudo e ir embora para Hamburgo. Passava os dias catatônico diante de uma folha de papel em branco, eu tinha me viciado em Teresa. Experimentei escrever alguma coisa em mim mesmo, mas não era tão bom, então fui a Copacabana procurar as putas. Pagava pra escrever nelas e talvez lhes pagasse além do devido, pois elas simulavam orgasmos que me roubavam toda a concentração. Toquei na casa de Teresa, estava casada, chorei, ela me deu a mão, permitiu que eu escrevesse umas breves palavras enquanto o marido não vinha. Passei a assediar as estudantes, que às vezes me deixavam escrever nas suas blusas, depois na dobra do braço, onde sentiam cócegas, depois na saia, nas coxas. E elas mostravam esses escritos às colegas, que muito os apreciavam, e subiam ao meu apartamento e me pediam que escrevesse o livro na cara delas, no pescoço, depois despiam a blusa e me ofereciam os seios, a barriga e as costas. E davam a ler meus escritos a novas colegas, que subiam ao meu apartamento e me imploravam para arrancar as suas calcinhas, e o negro das minhas letras reluzia em suas nádegas rosadas. Moças entravam e saíam da minha vida, e o meu livro se dispersava por aí, cada capítulo a voar para um lado. Foi quando apareceu aquela que se deitou na minha cama e me ensinou a escrever de trás pra diante. Zelosa dos meus escritos, só ela os sabia ler, mirando-se no espelho, e de noite apagava o que de dia fora escrito, para que eu jamais cessasse de escrever meu livro nela. E engravidou de mim, e na sua barriga o livro foi ganhando novas formas, e foram dias e noites sem pausa, sem comer um sanduíche, trancado no quartinho da agência, até que eu cunhasse, no limite das forças, a frase final: e a mulher amada, cujo leite eu já sorvera, me fez beber da água com que havia lavado sua blusa.

(Chico Buarque, trecho do livro "Budapeste")


Snow, recebido por e-mail de um amigo... q quer me incentivar a ser escritora.