sábado, abril 25, 2009

Bug's life

Um gafanhoto audacioso perde a cabeça e pica a esperança.
Esta assusta-se afônica, mas para surpresa de si mesma, maripousa-se no olhar que a corteja.
O cinzento não sabe ainda que ela é de escorpião.
Tão pouco suspeita da sua fama de viúva-negra.
Sabe apenas que esperança não é barata. Mas, sem que possa conter o formigamento, pede-lhe o telefone! (Ainda que com a pulga atrás da orelha.)
A esperança grilada diz o número errado.
Porém, arrepende-se. Esperança escaravelha, já não é mais uma joaninha-ninguém verde-adolescente.
O gafanhoto, antes zangão, louva-deus de tão contente. E como há muito não fazia, logo mais passará no barbeiro. Ele gosta tanto do cabelo encaracolado dela...
Ela teme que ele seja um carrapato - embora desconfie que tá mais pra lesma.
O gafanhoto acredita que acertou na mosca.

A esperança borboleta-se.


Snow, que queria ser um mosquitinho...

segunda-feira, abril 20, 2009

Polar

Chegou a época do tempo frio, da casa fria, das águas. E é inevitável não escrever sobre o frio sob o frio.
Sinto que estou cada vez mais fria que o frio que sinto.
“Bobagem” - diria aquele que pudesse chegar mais perto. - Mas eu já estou bem distante.
Nem o “esquente” na estação de ginástica montada às pressas pra preencher o espaço e o tempo vazios fazem lá essa diferença que imaginei que faria. É verdade, a diferença só vem com o tempo... E maldito seja esse tempo frio!
É nessa época também que me recordo do quanto fico trêmula com o vento. E o quanto me custa lavar os cabelos, os pratos, as roupas...
Curiosamente lembrei sobre a explicação que me deu certa vez a vizinha quando lhe questionei porque envolvia com tantos panos o aparelho de som e a tv: “É o seguinte, quando a minha televisão pifou e eu levei na assistência, o técnico me disse que era problema de 'solda fria'”. Entendi que ela os enrolava assim pra aquecer a solda...
É... aquecimento e enrolação têm lá seus pontos em comum. Pensando bem, tudo a ver.
Houve quem rejeitasse o lençol pra se acostumar com o frio...
Quem, de tão quente, ligava o ar na potência máxima...
Enrolados que não esquentavam com nada.
Frios que preferiram não enrolar...
Tantos invernos, jardins, infernos, afins...
Procurando por uma palavra específica encontrei sem querer numa caixa antiga um e-mail esquecido. Bateu aquele velho frio na espinha.
Quando do canto dos olhos já despontava um filete quente que escorreria na face derretida, finalmente a vista alcançou a assinatura daquela carta curta, fruto de uma espera comprida, sem prova, sem papel, sem envelope, sem selo...

No final do texto dirigido a uma certa Snow, se despedia com um singelo “beijo, Gelo”.


Snow, brrrr!!!

sábado, abril 18, 2009

Re-visão

Fiz exame de coração ontem
E descobri
Que aqueles batimentos todos que escrevi
Nos versos
Nas madrugadas de tédio
Nas solidões
Nada afetaram

Não me curaram
Nem me fizeram adoecer
Foram ineficazes
Em sua forma de ser

Engraçado...
Ele ficou por tanto tempo parado
E nas minhas veias só circulava você

(...)

Como ainda consigo viver?


Snow e Rafa(eu), por MSN.

ECG

Fiz exame de coração ontem.
Aqueles batimentos ali, no papel, não me disseram nada...
Pegarei o laudo na quarta:
Edifícil Vila Moreira, 5º andar.
Meu coração agora fica por aí,

Sem parada.


SnowFlake

terça-feira, abril 14, 2009

Alta

Gosto de admirar a Psicologia vestida de seda e renda ir lentamente se despindo dos conceitos e ficar à meia-luz... Quase pura, quase pouca...
Ela me olha e é sob este encanto que sorrio...
Não sei se gosta de mim
Ou se o faz apenas para seu bel prazer
Mas é bom vê-la se mover
Sobre certos posicionamentos
Em geral rígidos
Mas que habilmente sabe desmanchar
Em líquidos...

Gosto de fazer carinho na Psicologia
Tocar de leve seus lábios, a pele...
Encostar minha alma cansada
À sua almazinha nua
Me acomodar no seu seio
Até adormecer...
Faça Sol ou faça Lua.

Sei que passaria com ela assim todos os dias de minha vida
Principalmente pela facilidade com que ela vem se sou eu quem chamo
Não posso negar o quanto é cômodo...

Mas acotece que não a amo.


Snow, encontrado no caderno do quarto semestre, fevereiro de 2009.

segunda-feira, abril 13, 2009

U tópico!

Corrijam-me , se eu tiver errado. Tendo em vista a quantidade de inscritos e o valor das inscrições de concursos, seria possível criar nosso próprio concurso. Não se trata de um concurso sem número de vagas e sem remuneração não. Pelo contrário, seria possível remunerção estável e, muito melhor, sem carga horária de expediente pra cumprir!! Levando em consideração o menor rendimento bancário que é o da poupança e gira em torno de 0,5%, o juros do montante arrecadado com o valor das inscrições daria pra cobrir perfeitamente a remuneração de certo número de candidatos classificados, retirando o custo com a elaboração do concurso.
Por exemplo, reunindo-nos em 150.000 candidatos, num valor de inscrição de 50 reais, teríamos uma receita de 7.500.000, sete milhões e quinhentos mil reais. O gasto com pessoal envolvido no trabalho de realização do concurso e aluguel de imóveis não ultrapassaria 200.000, duzentos mil reais. Significa que teríamos , em sobra 7.500.000 – 200.000=7.300.000, sete milhões e trezentos mil. Na poupança, teríamos rendimento mensal liquido de , no mínimo, 0,5%(7.300.000)=36.500, trinta e seis mil e quinhentos. Daria para oferecer 36 vagas de mil reais ou 18 de dois mil ou 9 de quatro mil reais mensais. Isso sem trabalhar um dia e sem impedimento de exercer outra profissão.
Se daria certo?- sim, basta nos pronunciarmos num processo democrático e requisitar ao Ministério Público, Federal ou Estadual, conforme destinação do concurso, revisão de todas as fases do processo do nosso concurso para garantir que os elaboradores da prova e os envolvidos no processo estejam agindo em acordo com o determinado, SEM FRAUDE!! Chega de ladroagem no País.
Sou Servidor Público, quem sabe assim não fica mais fácil de atentarem para o fato de que a remuneração do servidor está em desacordo com a realidade financeira.

TÓPICO: REVOLUÇÃO: NOSSO PRÓPIO CONCURSO

(Postado por Rjfera, no tópico do link do título.)


Snow, Brasil a forum.

sexta-feira, abril 10, 2009

Empate

Certa noite o sono e o desejo resolveram duelar.
Este por suas fantasias, aquele por seus sonhos.
E como, paradoxalmente, não se poderia esperar
(Porque essas coisas ninguém sabe como),
Armados apenas de olhos fechados e de beijos,
Assim sem mais nem menos,

Deu sono.


SnowFlake.

quinta-feira, abril 09, 2009

Se os corpos mentem, que pensar das mentes?

Será que somos nós quem controlamos nosso pensamento?
Ou será o nosso pensamento que nos controla?
O humano tem pensamentos?
Ou o pensamento nos faz humanos?
Será que é porque eu quero?
Eu que já pensei tanto em não querer...
Que passei muito tempo pensando,
Pensando...
Em
Não
Querer...
Sei que até poderia não querer. Mas não sei se posso não pensar.
Uma forma de enganar o pensamento, adormecê-lo ao menos, é fazer coisas.
Fazer ajuda a pensar menos. Porque sobra menos tempo. Pensar exige tempo.
Fazer uma coisa após a outra evita que um único pensamento apenas povoe a mente todo o tempo. Porque a coisa que está sendo feita exige memória, usa o pensamento que sobra, força o pensamento, chama sua atenção. E embora nem sempre possua a consistência necessária para que seja gravada como memória permanente, enquanto está acontecendo requisita o corpo e a mente a fim emular-se, ao menos.
Mas não impede a latência do pensamento contrário.
O pensamento impresso na pele é quase hardware.
Nada impede latência alguma.
E pensamento é a latência da latência.
Aí então não bastaria fazer uma nova coisa somente, porque seria fazer uma coisa pensando em outra. Seria preciso fazer várias coisas cujo objetivo é dar um nó no pensamento. Travar. Obrigar a saturação. Forçar o reinicio. Já que não se pode formatar...
Pensar é essência, é o que os gregos chamavam “alma”.
Como no Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças - que por sinal achei um filme confuso e ruim, apesar da idéia ser boa - pensar em não pensar é provar por absurdo a própria impossibilidade. A única coisa que ainda deixou este filme em minha memória foi a possibilidade remota dele ter sido “planejado” pra ser ruim. Para que numa metamensagem fosse possível entender que esquecer não é o ideal. Nem mesmo num filme.
Assim, supondo que todas as pessoas “normais” controlem seus pensamentos e que todas as pessoas “loucas” não controlem seus atos, e sendo o pensamento a substância mais incontrolável do elemento humano, eu deduzo com toda liberdade da incautez, que somos todos loucos tentado parecer normais. Que a loucura é o que há de mais natural. E que pensar diferente é insensatez.
Talvez eu enlouqueça.
Não sou de fazer loucuras, me acho centrada demais. Pensante demais. Controlada demais.
E isso tudo quem olha de longe vê. Mas quem chega perto se confunde.
Porque não raro confio em alguém a ponto de mostrar as nuances, a analogia dos meus atos digitais. E em tendo acesso às minhas circunstâncias oscilantes demais, me perdem de vista.
Engraçado que seja justamente por causa destas turbulentas circunstâncias que me considere tão inflexível. Como um barco que apesar das tempestades não naufragou ainda.
Isso de “vou deixar a vida me levar, vou esquecer de mim...” não róla comigo. Talvez porque não exista esse “lugar qualquer que não exista o pensamento...”, enfim.
Me ensinaram que é possível ressignificar. E me parece ser a única saída para o pensamento, a lembrança, a memória. Mas que pra isso é preciso querer. Quando a coisa por si só não se altera ou quando a mudança desta não provoca qualquer mudança na percepção do indivíduo.
É isso, tudo que eu penso é que não quero. Eu nunca quis, eu não queria... Eu não posso querer, eu não quereria. Em todos os tempos, modos, pessoas...
Mas talvez eu queira um dia.
Talvez aconteça como a sobreposição do tempo é: natural.

Ou talvez a alma, como muitos acreditam, seja imortal.


Snow, sobre o que não tem explicação.

quarta-feira, abril 08, 2009

Controle remoto

"Aê, olha essa imagem aê! Eu quero essa imagem! Vejam!!! Esse cidadão que tá chutando ele aí é um policial."

(...)

Pessoal do MP, galera dos DHs, se liguem! Tudo tem que ter limites. Eu não só não consigo mais ligar a tv como também já ando assustada quando passo perto de uma ligada.


Snow, restaurante fuleirinho (só podia), hora em que fui almoçar, alguém acha de ligar...


P.S. Outro dia, mesmo restaurante, mesmo horário e programa, passaram a imagem do corpo de um rapaz sendo resgatado de um lugar onde estava caído. O corpo arrastado, o rosto arranhando no chão.
Se ainda tivesse vivo a gente pensava: "Não, o cara a qualquer momento vai levantar, vai dar um murro nessa galera, vai se defender, vai processar esse pessoal todo!".

Mas acontece que tava morto...

Curiosidades sobre Cerveja

1. A CERVEJA MATA ?
Sim. Sobretudo se a pessoa for atingida por uma caixa de cerveja com garrafas cheias.
Anos atrás, um rapaz, ao passar pela rua, foi atingido por uma caixa de cerveja que caiu de um caminhão levando-o a morte instantânea.
Além disso, casos de infarto do miocárdio em idosos teriam sido associados as propagandas de cervejas com modelos boazudas.



2. O USO CONTINUO DO ÁLCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS ?
Não. O álcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas.



3. CERVEJA CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA ?
Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem uísque.



4. MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO ?
Sim. Está provado que na blitz a polícia nunca pede o teste do bafômetro pras gestantes. E se elas tiverem que fazer o teste de andar em linha reta, sempre podem atribuir o desequilíbrio ao peso da barriga.



5. CERVEJA PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS ?
Não. Uma experiência foi feita com mais de 500 motoristas: foi dada uma caixa de cerveja para cada um beber e, em seguida, foram colocados um por um diante do espelho. Em nenhum dos casos, os reflexos foram alterados.



6. A BEBIDA ENVELHECE ?
Sim. A bebida envelhece muito rápido. Para se ter uma idéia, se você deixar uma garrafa ou lata de cerveja aberta ela perderá o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.



7. A CERVEJA ATRAPALHA NO RENDIMENTO ESCOLAR ?
Não, pelo contrário. Alguns donos de faculdade estão aumentando suas rendas com a venda de cerveja nas cantinas e bares na esquina.



8. O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES ?
Inúmeras pesquisas vinham sendo feitas por laboratórios de renome e todas indicam, em primeiríssimo lugar, o garçom.



9. CERVEJA ENGORDA ?
Não. Quem engorda é você.



10. A CERVEJA CAUSA DIMINUIÇÃO DA MEMÓRIA ?
Que eu me lembre, não.



(Snow encontrou esse texto passeando no link do título. :))