sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Pequenos reflexos dos programas jornalísticos policiais da televisão de Salvador da atualidade do horário do inicío da tarde

- Minha tia, Zanza disse que ia dar UM MURRO nas costas do filho dela que ele ia ficar TODO TUBERCULOSO!
Eu pensei: isso não é mais um murro, é um PIPOCO de DOZE!!!
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- Minha tia, por quê a senhora não coloca no seu celular: "SOCORRO! MEU DEUS! EU NÃO QUERO MORRERRRRR!!!!!!!!"
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- Minha tia, a senhora sabe que o sistema é BRUTO?!
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Snow, :|

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Mini manual de perguntas e respostas

- Titia, por quê a gente não pode ir agora?
- Porque tá chovendo.
- E por quê a gente não pega o guarda-chuva?
- Porque o violão não pode tomar chuva.
- Titia, quando a senhora comprou o violão a senhora comprou também o saco do violão?
- Comprei.
- Então por quê a senhora não bota o violão no saco dele e a gente pega o guarda-chuva?
- Essa é uma boa idéia. Mas eu não sei mas aonde tá e mesmo que achasse, eu acho que o violão não pode tomar chuva nem na capa, nem no saco e nem na sombrinha.
- Mas então a gente vai ter que ficar aqui esperando a chuva passar?!?
- CLARO! Ou você quer que A CHUVA espere A GENTE passar!?!

***

- Titia, por quê o cachorro não pára de balançar o rabo?
- Primeiro porque o cachorro TEM rabo.
E depois porque o rabo não pode balançar o cachorro.
Mas, principalmente, porque se o cachorro não balançar o rabo então o rabo já balança sozinho, aí pra evitar isso o cachorro balança ele logo.

***

- Titia, o que significa "suspeitei desde o princípio"?
- Significa que você tá assistindo o DVD do Chapolin que eu lhe dei.
E significa que desde o princípio ele suspeitou.

***

- Titia, olha esse monstro aqui parece com um dinossauro!
- Porque ele é um monstrossauro.
- E titia, olha esse cavalo aqui é bonito!
- Tô vendo, é bonito mesmo.
...
- Você pensou que eu ia dizer que era um cavalossauro, não é?
- :)
- Mas eu não disse.

***

- Titia, por que a senhora não trabalha num circo?
- !

***

Moral da história: Se você não pode com a criança, junte-se a ela.



Snow, de bolso.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009



Uma saudade viva encontra uma esperança morta
A saudade acende, a esperança está fria
A saudade sente, a esperança é vazia
A saudade quer dançar, quer abraço, música, beijo
Saudade tira uma canção ao violão, remexe uma fotos, sorri...
A saudade escreve um poema
E chora...
Ela é tão grande e parece tão pequena
Diante daquela que já não espera...
Então a saudade sozinha se toca
E tenta reanimar a outra
Inerte, sem ação
A saudade é corpo, alma, coração
Já a esperança não sente mais nada
Nem alegria e nem dor

Saudade acha que vai viver pra sempre...

A esperança sabe que morreu de amor.


SnowFlake

domingo, fevereiro 15, 2009

Encantos e Axé



Aterrissei bem no meio da Lavagem de Itapuã depois de pegar um ônibus errado.
Aliás, o ônibus nem era errado, apenas eu que errei em não saber que naquele dia não deveria ter feito aquele caminho.
Porém já tava ali e não iria voltar, resolvi seguir. Melhor, ir de encontro a, já que teria q andar no sentido contrário ao cortejo. Até aí tudo bem, só não imaginava era que o caminho demoraria um hora e meia do lugar aonde o ônibus retornou até o próximo ponto! Normal, já tô aqui mesmo, bora lá!
Comprei logo uma florzinha dessas que todo mudo resolveu usar pra enfeitar a cabeça. Já que era pra ir, o jeito era entrar no clima.
Andar pelo meio da pista sem tráfego de veículos foi uma experiência que nunca imaginei ter. Ainda mais com a rua assim, meio vazia, meio cheia, meio enfeitada, meio seca... Como devem ter sido todas as festas antes que soubesse que eram assim.
SAMU, bombeiros, salva-vidas, posto médico, PM, foi só o deu pra ver no inicio. “Normal, sempre me falaram tão mal dessa festa que a mínima violência que imaginei que rolaria foi o esquartejamento”. - Pensava ao me desviar dos primeiros quase-bêbados.
“Tira essa calça, mãe, vá! Tire essa calça, mainha!” - Claro q não olhei pra cara do cidadão, mas que deu vontade de obedecer, cá pra nós, segredo! Não pelo pedido pouco sutil, mas pelo sol de lascar na minha cabeça e eu com aquela calça-armadura-comprada-pra-guerra que mais parece uma fortaleza... Mas decidi não fazer como os italianos no aeroporto da Bahia. E olha que eu realmente tava na praia!
Me distraí um pouco com o Malê Debalê... Não tenho dúvida alguma que o coração da minha alma bate no ritmo dos tambores de percussão. E o meu corpo acompanha como pode. Minha almazinha retumbante, tirando o pé do chão.
Linda a coreografia dos adolescentes! Me arrepiei com os menininhos em fila do projeto social deles... Educar é preciso.
Vi um cara fazendo chapéus de palha e parei pra comprar uma esperança... Dois reais a coisinha verde que vim protegendo de tudo e de todos todo o resto do caminho como a um amuleto... Esperança cor-de-capim breve vai ficar cor-de-folha-seca... Breve será como um gafanhoto daninho e só eu saberei q já foi uma linda coisa da natureza, cor-de-verde-vida.
Esperança pra curar o medo.
Uma curiosidade foi o bloco “Somos Iguais”, o único que percebi com cordas. Corda pra quê se não tinha gente o suficiente pra misturar?! Será porque só somos iguais por dentro?!... Não sei, não bateu, não entendi.
Aliás, vontade insandescida de tomar uma latinha! Mas precisava segurar a onda. Tava sozinha, numa situação nova e precisava chegar do outro lado e viva. Resisti.
“As Donzelas “ era o nome de um caminhão enfeitado de palhas com dois homens vestidos de baby-doll vendendo churrasco em cima. Uma delas tinha um parzão de coxas tão desinibidas que me peguei pensando na carne... (Me senti uma verdadeira bicha.)
Aqui tudo é tão mar e tão festa que muitas vezes as duas coisas acontecem misturadas. Era o caso. Gringas desfilando de biquíni ou de blusinha transparente de sol e aqueles chapeuzinhos coloridos, que já é quase uma epidemia, e nativas costas-nuas e shortinhos enfiados característicos. Tudo muito bronze, muito dendê, muito “viva a putaria!”.
Pouca gente na praia, digo, na areia e na água. Na rua, muitas senhoras vestidas de baianas com seus jarros de água-de-cheiro e flores cantando hinos tradicionais, hinos sagrados, hinos de outros carnavais... Deu vontade de acompanhar muitas vezes. Deu vontade demais...
Mas meu ponto ficava a dois quilômetros ainda, em sentido contrário.
Mas a diante, uns 30 a 35 negões muito bem em forma, todos de sunga, com atabaques, timbais e pandeiros faziam uma roda de samba num som muito massa. Vontade de contratá-los pra um show lá em casa... Ai, ai! Um só já bastava! Só os vi de costas. Ia dizer q não deixaram nada a desejar, mas... deixaram. Ah, como deixaram!...
Outros elogiaram meu cabelo, tentaram me seguir, me chamaram de magrela, sorriram pra mim...

Gostei. Gostei de estar de tênis e não de salto. De ter tomado minha latinha no fim. De ter encontrado o posto da SET e do STPS no final e saber q já o ponto de ônibus deveria estar perto dali. Gostei de não ter ido pra ficar e de não ter que ficar até o fim. De estar sozinha, de ver que existem tantos humanos, que alguns eu gosto de ver como são, enfim. Gostei de ver o mar do lado direito, de ter visto de dentro que não é tão violento. Gostei de ver o riso, gostei de ter sido por engano, por acaso, no susto. Andei sorrindo quase todo o trajeto, como passista que ganhou na última hora a fantasia... Gostei porque não esperava, mas estava feliz. As coisas estava se resolvendo, era festa, era verão, era carnaval na minha terra...
Gostei tanto que certamente se não estiver trabalhando nesta data ano seguinte, quero ir com todos, no sentido certo da alegria...

Gostei de ver de perto. Gostei de mim.


Snow... É bom!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Por outro lado...



Hoje comprei uma porção de jambos
E os comi.
Assim, tal qual criança de quem,
Da boca,
Não se pode mais tirar o doce...


Snow, cor de fruta.

Sobre fardas e becas

Não faz mais diferença as circunstancias.
A humanidade se perde em motivos, motivações, interesses...
Os interesses se envolvem em outros interesses, se entrelaçam. Quanto menos informação, melhor. Quanto menos a ponderar, melhor. Quanto menos se tiver que ouvir, melhor.
Não é só vc, não, são todos. Todos ao seu redor.
Cada um na sua, cada qual no seu cada quem.
Quem se interessa pelos agravantes? Atenuantes? Ninguém.
É o seguinte, se vc pode pagar, então tá tudo beleza. Se não pode, vc não existe. Não faz sequer diferença.
Como é q sobrevive a esperança numa atmosfera dessa?
O pior é q a turma do “no stress”, a mim, parece pior. Conheço criaturas q são capazes de tornar em caos todo o grupo, só pra manter a sua filosofia particular de "não esquentar". Há quem não faça nada além de fazer tudo o possível pra não ter que fazer nada, que pensar em nada, que decidir nada, que entender nada... Com esses eu nem me preocupo, porque em breve não terão mais acesso a mim. Mas lamento. É uma pena q a lama esteja em todo lugar.
Sobre o curso, eu não gostei do ambiente em que estudo. Da maioria dele. Do sistema.
E olha q eu faço um curso, senão de alma, o mais perto possível do contato com o outro, ao menos num nível científico, acadêmico!
Estou certa que não encontrarei pessoas melhores no mundo das leis e do Direito, por uma questão de probabilidade também. Até porquê, pessoas assim, não se pode procurar.
Mas não é por isso, não é também pelas coisas do espírito que vou. Mas por coisas que descartei durante muito tempo, me afastei, exclui, deixei pra lá.
Status, por exemplo.
Dinheiro.
Poder.
Poder existir, poder ser, poder falar.
E será assim mesmo, sabe? Preta, nordestina, mulher, de origem humilde, não sei sambar, não sairei na playboy... Juíza.
Alguma coisa q não posso mais conter me condiciona com tanta força que sinto-me empurrada, compelida, impulsionada a ir e fazer e ser.
Eu, pelo menos, ainda pondero as circunstancias. Eu ainda vejo o humano por trás da culpa, da escolha, do fato.
O que, aliás, há muito q não fazem comigo, antes de julgar. Há muito que tenho andado invisível.
Escolher ser o q serei é também abrir mão de esperar q me entedam, que me ouçam ao menos ou que simplesmente me vejam.
Não é que deixei de acreditar nos meus valores. Só desisti de querer encontrá-los em outros seres.

Eu sei, eu bem sei, que uma pessoa não é a profissão que exerce nem o cargo que ocupa. Mas acontece que estão todos surdos e eu já gritei tanto que, de tão rouca, fiquei muda.


Snow, nua.