quarta-feira, novembro 15, 2006

28

Cheguei a dizer que esta quarta-feira seria de cinzas - e confesso q acreditei q passaria em branco...
Mas passou em preto.

E como se não bastasse, ainda com gosto de chocolate, flauta doce, violão, dó maior e fá!

Snow, com uma velinha a mais.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Desfaz de contas

Naquele dia não quis o elevador.
Era pouco apertar o botão de chamar, entrar, apertar o botão de descer, sair...
Preferiu os 264 degraus dos 24 lances de escada daqueles 11 andares.
Começou a contar os passos até o ponto de ônibus, mas perdeu as contas entre as marcas dos desenhos na calçada... esperou um, deixou passar o segundo, foi no terceiro depois de já não sei qnt tempo.
Viajou 45 minutos até a estação, esperou mais trinta pela segunda condução numa fila com 43 pessoas a sua frente. Se tudo desse certo, seria a última passageira sentada...
Não deu. Fora a primeira em pé.
Mas sentou-se dois pontos depois e se levantou no nono depois deste.
Seu bairro, sua rua, sua casa, sua cama... 340 metros, 17 postes de eletricidade - 2 sem lâmpada - e uma tonelada para cada pé, 20 quilos por braço, sendo 10 em cada mão.
Dormiu por 8 horas seguidas naquela noite, q mais pareceram 30.
Era o quarto ou quinto março daquele ano e, um março inteiro, independente da quantidade de domingos q tenha ou de quantos invernos exista por estação, é mais ou menos o tempo q dura uma solidão.

Snow, num texto do livro: "Calendário Afetivo e outras Datas", inacabado.

terça-feira, novembro 07, 2006

Paradeiros

Perguntaram-me recentemente, se eu perdi a esperança.
Respondi, num riso sem dentes, q a esperança eu sabia bem aonde está.
Mas já o desespero, aquele velho grilo lá da juventude...
Esse aí eu não sei mais por onde foi parar.

Snow
P.S. Esse texto é verde, olhando bem, dá pra ver q é.

De como (de)crescem as crianças

* 2 anos, 3 meses e uns dias*

- Olha! Q bichinho é esse? - *pegando um brinquedo entre tantos da caixa*
- Popota! Popota!
- Muito bem, meu amor! Vc acertou! É um hipopótamo!

* 3 anos, 2 meses, vários dias*

- Olha! Esse bichinho aqui: popota. Qual a cor dele?
- É um HIPOPÓTAMO, titia. E é amarelo.
- !

* 6 anos, 5 meses e fumaça*

- Olha! Esse bichin...
- Titia, a senhora sabia q os hipopotámos pesam 3 toneladas, vivem até 40 anos e eles, junto com as girafas, dormem em pé? A senhora sabia, titia, q os jacarés são os primos dos crocodilos e q as formiguinhas aguentam carregar 50 vezes o seu peso?
- :/

Snow, q desconfia... q passou da validade.

domingo, novembro 05, 2006

Se for dirigir, não leia.

***

-Olha, eu vou lhe dizer uma coisa: eu posso não entender muito bem desse negócio de me dar bem com as pessoas, sabe? Mas de humilhar, eu entendo!
-É... eu posso não saber qse nada sobre ser amada... Mas de dar, meu amigo...
--Rs!

*Levando em conta q a primeira garrafa tava quente e a segunda Skol veio congelada... o saldo é zero. (Menos o 4 q... sem condições!)*

***

Moral:
"Antes de sair pra beber, decida primeiro se pretende comer."

Reflexões sobre a moral:
Sim, pq existe diferença entre Tomar uma e Dar uma.

P.S. O título poderia ter sido: "Diálogo de fundo de copo. Ináldivel a olhos nus" mas resolvi deixar um aviso aos navegantes.

Snow... ic!

sexta-feira, novembro 03, 2006

Ano qse novo, vida...

Após quatro meses reeditando o antigo e falecido Inquietações, (que se foi com o glorioso saldo de "Volume Total de Hits: 1210", numa média de 4.53 hits/dia, 92,3% de "Ótimo", 0% de "Bom" e o resto vcs façam a conta aí - não sei onde ele achou isso! - num total de... bom, soubesse ainda algo de algorítimos faria agora um contador de dias pra ver qnts foram do dia 20/06/04 até o dia de hj em q eu o apaguei, mas enfim, prefiro um contador de estrelas!), aqui estou neste espaço virtual qse novinho em folha...
E retomando o uso de minhas atribuições, comunico que minhas aparições aqui não serão tão assíduas qnt eu desejava, já q agora depois de tudo pronto ando sem tempo... e sem $ pra cybers, lans e afins também. (Novidade!)
Mas devo dizer-lhes q nesses quatro meses aconteceram posts... e q alguns foram registrados em folhas avulsas e outros, deixados ao vento, nos caminhos por onde vieram.
Vez por outra, vou postá-los como se fossem novos, reparem não - é essa minha mania de guardar coisas.
À partir de hj as postagens terão a data do dia, tal qual deve ser com todas as pessoas do mundo. E em caso contrário eu citarei a data do atraso... (Há posts com atraso q não acabam mais!).
Por hora vou gastar meu tempo livre estudando pra coisas q, disseram-me, dão futuro. Estarei ocupando minhas sinápses em Direito, Matemática, Português...
E aí, nesse meio tempo, entre contas, acentos e artigos de lei, se me vier um pensamento im/produtivo, eu o transformo escrito de papel.
Depois prometo q venho aqui e publico ele pra vcs!

Snow, dando um sinal de vida entre os escombros de mais uma poeira eletrônica.

P.S. Ainda não aprendi a colorir, alinhar, nem ajeitar as coisas por aqui. Acostumem-se aos novos tons-pastéis.
Bjs!

Vida de Inseto - (23/07/06)

Vida de Inseto


Lembro com perfeição de detalhes da noite em q, ainda criança, vi entrar pelo meu quarto escuro a figura iluminada de um vaga-lume.
Forçada a dormir à luz apagada, e já com o meu medo antigo de fantasma e o trauma então recente de barata, aquele ser não tem idéia do qnt me pareceu fantástico.
Desejei ardentemente q ele então fizesse curvas no céu do quarto, q voasse em zig-zag pelo telhado, q fizesse algo mais parecido com o q já tinha ouvido em historias e visto em desenhos animados, mas... nada! Ele permaneceu no canto da parede, acendendo e apagando com o seu movimento aparente, parado, aparentemente.
Mas nesse momento sublime q durou uns poucos segundos, percebi q a luz piscante voltava na direção donde viera e passava novamente pela brecha da telha.
E ali, toda enroladinha, com dois olhões negros de fora do lençol, acho q foi esta a primeira vez em q desejei, com todas as minhas forças infantis mágicas, ser borboleta.

SnowFlake, verde, com as perninhas justapostas em forma de folhas.

Pequena Distemia - (23/07/06)

Pequena Distemia


Coitados de vcs qnd eu aprender todos os termos técnicos a q me proponho!
Haverá, a está época, uma migração em massa dos meus eventuais gatos pingados para os dicionários, por motivo irrefutável deles parecem menos chatos.
Aos q ficarem, congratular-vos-ei com honras ao mérito por meio de um comentário em vossas homenagens pela bravura e pela coragem (ou pela indulgência e piedade).
A essa altura, é provável q eu sofra mais q o q sofro nesta hora em q escrevo, qnd eu souber com toda a certeza q, por mais q se adjetive, se substantive uma palavra, ainda será pouco pra qualificar, substanciar um sentimento.

Snow, com uma leve tristeza

Fantasma - (19/07/06)

Fantasma

Nunca tive a idéia de procurar no obtuário pelo nome dele.
Nem sequer imaginei se preferiria vê-lo cerrar os olhinhos e empalidecer a bela face em meus braços...
Talvez por morrer de medo de saber q nosso amor, mesmo q para mim imortal, nunca seria lembrado numa frase de seu epitáfio.

Nem mereceria qlq mensão em sua lápide...

Snow

P.S. Nascido para um comentário no: www.noitesdeinsonia.blogger.com.br

Espetáculo - (19/07/06)

Espetáculo

Palvras mágicas descem dos meus olhos
E procuram por ouvidos mágicos
(Q na verdade são lábios.)
No escuro, ninguém mais ouve o q sussuro.
A platéia dorme, enquanto amanhece mais um dia...

Outro dia sem nada pra dizer.

Snow

Hj - (16/07/06)

Hj

Mas um domingo
Sol com pancadas de chuva
Chuva com pancadas de vento...
Gente nas ruas, pessoas indo a igrejas
Crianças fazendo lição pra segunda
A tv, q desliga automaticamente ao começar o domingo...
O telefone chama, mas não vem,
Enquanto as linhas fixas procuram bytes perdidos na rede.
Um livro, uma revista de palavras cruzadas, macarronada...
O som dos vizinhos é sempre o mais alto,
Ele anda por aí, sem saber-se ele...
E eu tentando ver q tempestade troxe tanto frio...

Domigos são dias vazios.

Snow, em resposta a um tópico intitulado "Dias de Formatação"

SÚBITO - (12/07/06)

SÚBITO
(R. Fontana)

De súbito fez um nó
Mais um de mil
E o coração, febril, despedaçado,
Estúpido, risonho e só,
Morreu de súbito
Enlouqueceu de súbito
Se embriagou de súbito
E, súbito, então, mais nunca nós.

21/06/06


Separação de bens - (12/07/06)

Separação de bens


Ah, tudo era um problema, tudo um agravante...! Qlq detalhe contava, tudo era um empecilho em potencial, nada podia ser deixado passar, qlq coisa era uma coisa do outro mundo... bah!
Esse é o mundo intelectual, prático.
Cansei. Sistematização demais!
E eu com toda essa minha empatia, dançando entre o fogo cruzado das raízes quadradas, das funções quadráticas... não, não dava!
Não era só algoritmar, equacionar, integrar... Não era só resolver, demonstrar, provar... Os limites não eram reais e o imaginário e o complexo se fundiam num espaço tridimensional... geométrico.
Planos diferentes, setas divergentes, pontos não-coincidentes, infinitos...
E eu com essa minha mania de sentir antes de pensar, de entender antes de saber, de olhar antes de observar...
E eu com esse meu jeito de ser ao invés de estar, de viver ao invés de imaginar, de transcender, de mergulhar...
E eu com esses meus olhos de água...
E eu esperando por um abraço, desejosa de cumplicidade, ávida por contato...
Fiquei olhando todos aqueles números, todas aquelas colunas e linhas matriciais...
E vi q aquilo tudo não tinha a menor graça...

Snow, sobre mudança de curso.

De como escorre a areia em uma ampulheta - (12/07/06)

De como escorre a areia em uma ampulheta


Venceu novamente o soberano tempo.
Mudou as coordenadas, mexeu os pauzinhos, moveu montanhas, mundos, moinhos...mas ganhou de novo!
Tudo toma forma novamente.
Tudo se acomodou no seu lugar e pressupõe-se q o q deveria ter ficado claro, clareado está, e o q não era importante foi obscurecido na nebulosidade das coisas q se perdem.
As coisas mudam com o tempo.
E a gente nunca sabe o q faz com q algumas coisas permaneçam e outras parem no tempo.
Não adianta sofrer pq alguma coisa se perdeu, já é tempo de outras, e assim caminha a humanidade.
E palmas à aleatoriedade!

Snow, sobre o tempo, sob o tempo...

Sábado, 21:45h - (12/07/06)

Sábado, 21:45h

- Não, eu não sou virgem.
- Como???
- Pode ser, mas não agora. Digo, faz já um tempo.
- E pq vc não me contou antes?!
- Quê? Olha, tenho 26 anos, vc não acha mesmo q... ora!
- Tudo bem.
- Então vc tem qnts anos mesmo...?
- 15.
- O q? Vc tinha dito 22!
- Desculpa.
- Tudo bem, mas 15! Vc é menor! Quer dizer, apesar do tamanho... vc é até bem grandinho!, mas tamanho não é documento!
- Eh, desculpa mesmo. Mas a gente pode continuar conversando, né? Olha esse negócio de idade não tem nada a ver. A gente pode continuar a conversa... Idade não quer dizer q a pessoa não tenha cabeça. O q importa é a personalidade da pessoa, né?
- É...
- Mas vc tá com a mão aonde?

Laurinha_26 sai da sala.

Carlão_1.85 fala para Todos: Gata, cadê vc? Vamos tc! Espera. Pôxa!!!!

Snow, criando um banco de dados prum simulador de diálogos do UOL.

Resquícios - (09/07/06)

Resquícios
(R. Fontana)


Eis aqui a obra rejeitada pelo artista, com pontos imprecisos e estilo mal traçado. Eis a criatura resfolegante reclamando um pouco mais que o alimento. Eis a pequenez e a inutilidades ávidas por entrar em cena. Eis-me aqui, por qualquer razão que seja, mas... até quando?

Epílogo
(R. Fontana)

Infelizmente cada uma das pessoas que levam um pedaço de mim não sabe quanto todas as outras coisas me tomam.

Snow, e meu aqui, só os títulos.


P.S. Manuscrito fontanar, drumoniano, escrito à lápis em 04-01-05... veio parar entre os meus... pq será?

Apontamentos - (09/07/06)

Apontamentos


O sexo é uma fonte de conflitos psíquicos, disse o professor de Introdução à Filosofia q, sempre introduzia sexo aos temas.
E eu desejando q ele fizesse bastante sexo antes de corrigir minha resenha, qse monografia...
Ou q eu tivesse bastante o q fazer depois da aula... (Esse blog tem um filtro anti pornografia, nem q eu quisesse...)
Ou q ele fosse um pouco mais atraente pra q não precisasse ficar pensando bobagem, divagando e tal, na hora da aula.
Ou q eu pudesse falar melhor sobre tema tão denso...
Mas sexo é mesmo uma fonte de conflitos psíquicos.
E uma fonte de pensamentos ilícitos.
E uma fonte de atritos...
E uma fonte bem profunda...!
Sim, sexo é uma fonte.
Penso nisso, e riu.
Melhor ainda, é um gêiser.
Sexo é um gêiser de conflitos psíquicos.
Não, não, ninguém deveria brigar enquanto faz sexo. Logo sexo é uma fonte, digo, gêiser, de entendimentos psíquicos.
Psíquicos pq a gente pensa tanto sobre isso mas, melhor mesmo não seria fazer?
Sim, então ficaria:
O sexo é um gêiser/rio de entendimentos físicos.
E por extenso:
Os dois sexos fazendo sexo são um rio e um gêiser de entendimentos psicofisicoquímicos.
E o q se diz em cima disso é filosofia.

Snow, mas de q era a aula mesmo?!

Desocupaciona - (09/07/06)

Desocupacional


Alguém já me disse q sou perfeita, só me falta $.
Anotei no meu livro de ouro das mais belas frases de despedida.
Qnd a gente não gosta de alguém, tudo é motivo de briga. A gente sempre encontra uma coisa q invalida o resto.
E a gente sempre procura no outro aquilo q nos falta e sempre repudia nele nossos próprios defeitos... Sabedoria popular. Empirismo.
Já qnd a gente gosta, tudo tá bom.
Ah, não. Definitivamente não vou ser terapeuta de casais!
Engraçado. Lembrei d qnd eu queria ser dentista pros índios no Amazonas...Será q os índios têm problemas psicológicos...? Sexuais?
Não. Deixa essa questão pra minha tese de mestrado.
Às vezes eu me sinto tão psicóloga q até dói, sabia?
E não é questão de dar conselho, nem saber o q dizer, nem deixar falar, nada disso. É uma questão de entender. E entender certas coisas dói...
Tenho escrito alguns post na parede da memória.
Tenho devaneado à cerca de... do devaneio em si.
Tenho passado páginas à limpo, rasgados papeis antigos, tomado banhos demorados...
Tenho matado moscas, mosquitos, muriçocas... E deletado pessoas q nunca falaram comigo.
Tenho salvado os testemunhos q faço e recebo no orkut por medo de orkuticídios.
Esses últimos dias tenho cozinhado tanto como nunca imaginei fazê-lo em minha vida... sei lá, numa tentativa tardia e natimortamente frustrada de me tornar... prendada.
Tenho cuidado do corpo, do rosto, do resto.
Tenho olhado pros lados.
Tenho esperado visitas mágicas... tipo qnd eu sonhava em receber um dia um e-mail errado, aleatório, uma carta... Não. Não espero mais nada.
Comprei um brinco novo. Pra combinar com a calça q vou ter um dia...
Joguei fora tua correntinha dourada cujo feche se partiu em minhas mãos depois se prender no cabelo.
Joguei fora meu coração aberto, parte dos meus medos.
Joguei fora teu corpo. Inteiro.
(E seu espírito deixou de me assombrar depois de tê-lo feito.)
E estou infinitamente mais ou menos alguma coisa q faz toda a diferença, embora não saiba o q é direito.
Férias são um punhado de areia numa ampulheta de mês e meio.

Snow


P.S. Existe vida após o limite de caracters. (?)

Ah, sim, as férias! - (09/07/06)

Ah, sim, as férias!


Antes de começar, na moral, quem ainda vem aqui levante a mão, por favor.
Pronto. Certificada pelo eco q nos acomete, sinto-me mais confiante a prosseguir.
Gente, férias é isso. É q nem issaqui. Férias são um monte de dias passando com rapidez das rotações, hora por hora... Horas essas q procuro dormir boa parte pra q elas não se juntem e resolvam por unanimidade me engolir e me vomitar insana em um outro tempo qlq.
Minhas férias não têm mais Xou da Xuxa, nem Domingo no Parque, nem Viva a Noite.
O cyber aqté q fica perto, mas não tem o joguinho q eu quero... (Terá sido por isso q joguei Paciência uma hora na semana passada?!)
Na tv propagandas, reportagens, novelas... tudo me emociona.
O telefone não toca pra mim – aliás, qnts vezes mesmo o telefone toca pra gente nessa vida? E dessas, qntas vezes é alguém do outro lado pra nos dizer coisas q nos façam bem...? E esse bem q se faz... é pra quem mesmo?
Tenho sentido frio... Capotes, calças, meias, cordas, amarras...
A agenda vazia... aventuras esporádicas ocasionais aleatórias inesperadas. (Aventuras ou desventuras? Questão para Freud.)
Saudades de Freud... Terá ficado entre os livros na estante da faculdade...?
Não, não tenho saudades das aulas, ainda não. Sinto-me bem melhor sem a lista de chamada e do trabalho q dão os trabalhos.
Quem lê diários hj em dia? Quem os escreve? Esse tipo de texto não dá ibope... a menos q...
Joguei fora tuas últimas gotas de sêmen semana passada.
Gametas, sangue, suor, saliva e lágrimas.
As últimas, sem sal... adocicadas.
Joguei fora duas ou três folhas de rabiscadas. Junto com um cheiro forte de fotos q não foram tiradas.
Junto com as impressões q lavei do meu corpo, junto com um olhar q me acalentou um pouco, junto com a roupa q vc usava...
Joguei fora um poema feito a facão.
Joguei fora nosso dedo de prosa...
Os nossos olhos fechados, o teto, o chão...
Férias é momento de limpar a casa, mover os móveis, arrumar o quarto...
Joguei fora nosso porta-retratos imaginário.
Nossa imagem byteficada fora deletada.
Joguei fora a saia e a sandália q eu usava...
Pra q servem as férias senão pra q sejam escritos diários?
Au Pair. Tenho pensado em me inscrever... e ir pro Canadá. Aliás, nem sei pq não tive essa idéia antes, esse insite.
O Canadá é logo ali. Longe mesmo era o Piauí. Ah, lá era longe demais! Agora tudo é perto. E, pra falar sério, só existe mesmo um tipo de distância nessa vida: a distância entre a gente e uma pessoa específica.
Mas sou meio planta aérea.
A vida não quis q eu criasse raízes.

Snow


P.S. Continua após o limite de caracteres.

Asterisco

O quanto amei foi muito pouco
Louco!
Teria amado muito mais...


(R. Fontana)

O meu cachorro imaginário - (1°/07/06)

O meu cachorro imaginário


O meu cachorro imaginário sabe a hora em eu chego em casa, mesmo nos dias em que eu não volto.
Gosta de gatos e se dá muito bem com eles, desde que não arranhem. (E os meus gatos imaginários nem pra arranhar prestam!)
Meu cachorro imaginário é psicológico, não patológico nem assintomático.
E é até de raça. Uma raça aí misturada com outra raça que não admite pedigree, mas o meu cachorro imaginário pouco se importa.
Ele ri, brinca de fingir de morto, deita e róla pra os problemas... todos.
Não admite coleira, não serve para cão de guarda.
Não morde, tão pouco ladra.
Às vezes ele até pensa que tem raiva, mas sabe, de alguma maneira, que já foi vacinado.
Ele é sociável, se dá bem com os vizinhos, adora crianças, morre de amores por carteiros...
Dorme no sofá, põe as patas na mesa, abana o rabo quando gosta e se não gosta levanta as orelhas.
Tem faro aguçado, o meu cachorro imaginário e, vez em quando escava coisas que ele mesmo havia enterrado.
Gosta de tomar banho de mar (ao contrário da dona, sabe nadar) e não tem problemas com pulgas (exceto as que ficam atrás da orelha da mesma).
E ele até late imaginariamente quando pressente perigo.
Vez em qnd ele tb some, se esconde, eu não o encontro em parte alguma...
O meu cachorro imaginário é como eu:
Instintivo.

Snow

Epígrafe - (23/06/06)

Epígrafe


"Me perdoe, mas eu não te perdôo."


R. Fontana

Esperança - (23/06/06)

Esperança


Amanhã
Quando o Sol despertar as cores adormecidas
Será dia
E enquanto a noite
É a indistinção das coisas coloridas
O Sol
Virá pintar novamente as folhas e as flores
Trazendo um novo dia
À minha vida.

Snow

Abertura - (23/06/06)

Abertura


Senhoras e senhores, estou triste.
Não, não morreu nenhuma celebridade da qual eu era fã, nem meu time perdeu, nem nenhum dos motivos pelos quais as pessoas normais se confessam tristes ocorreu-me por esses dias e, a minha tristeza, como já se pode supor, vem de alguma das minhas tantas irrelevâncias.
Talvez um olhar triste na lanchonete tomando suco de laranja e, q não me sai da memória... talvez um orkutcídio cometido recentemente e, aparentemente sem motivo, talvez ouvir meu nome ao telefone, seco apelido, em seu formato mínimo...
Não, senhoras e senhores, eu não tenho pequenos pecados para confessar-lhes. Nem defeitos q imagine confessáveis. Perdoem a falta de coragem e da capacidade de desviar o foco, ao menos neste post, ao menos por este instante.
Senhoras e senhores, eu tive medo.
Não o medo costumeiro de barata, nem de fantasma, nem da vida ou da morte como é mais normal dizer... nada a ver com alma penada, mas...
Um medo da vontade de substituir meu nick pelo meu nome de verdade... Medo da necessidade de lembranças tristes.Medo de reconhecer q já sou indiferente á muita coisa q me afetava antes...
Senhoras e senhores, perdoem a nostalgia q já me é característica.
Perdoem a falta de temas, as teimas, os temores, as rimas fáceis, os tremas...

Assim como eu também tentarei perdoar meus desamores.

Snow.


P.S.: Sabe qnd vc imagina um lugar reservado, mas q todo mundo poderia ver, tipo aquele confessionário do BBB...? Pois é...

Recomendações - (21/06/06)

Recomendações:


Em caso de emergência,
Após puxar a alavanca,
E antes de quebrar o vidro,
Verifiquem se todos encontram-se vestidos.

Snow, lendo as instruções na embalagem.

Personagem - (21/06/06)

Personagem

Engraçado como o tempo passa, as coisas mudam, algumas se desfazem, outras se encaixam e vc... ainda continua sendo motivo das minhas pautas.
Às vezes tenho dificuldade em identificar em q linha ou palavra exatamente vc se enquadra, mas depois eu vejo q é algo q tá sempre ali, como cão q morde e não ladra.
E olha q nem sempre eu o percebo enqnt escrevo, as vezes, só qnd releio!
É engraçado. Às vezes no meio de uma frase nada a ver encontro vc lá, escondido, camuflado... Mas o q me chama atenção é o seu riso bobo, tal qual criança q ainda não conheceu pecado.
Outras, é como gato atrás da cortina com o rabinho de fora, abanando, sacudindo... denunciando o esconderijo.
Vc nunca aprendeu a se disfarçar direito mesmo.
Eu tb nunca me enganei com os seus defeitos q, alias, eram tão parecidos com os meus... tão do seu jeito.
Apesar disso, vc nunca quis se revelar inteiro.
Gostava de guardar as garras pra qnd precisasse usar ter seus ases, seus trunfos... Gostava de fingir q não tinha medo.
E eu deixava pq nunca me incomodou vê-lo blefar. Sempre me divertia com os seus brinquedos.
E é tanto q vez em qnd eu te vejo por aqui ainda, a estreitar-se, esconder-se, ou escancarado, mostrando as suas mãos amarelas... q tanto já paguei pra ver.
Engraçado como o tempo passa e algumas coisas tornam-se indiferentes, outras viram fumaça e eu, vez em qnd te encontro entre os meus escritos, como se o conhecesse de muitas e muitas histórias, vivências... Como se em alguma época tivéssemos sido amantes, amigos, íntimos...
Mas engraçado ainda é perceber q não foi dessa maneira, q eu não te conheço de verdade, nunca se quer nos vimos... Vc não existe!
E fui eu mesma quem inventou tudo isso.

Snow, catártica.

Letreiro Luminoso - (21/06/06)

Letreiro Luminoso


Motel barato, tudo colorido, piscando.
Em resposta à campainha tocada, o atendente, nada discreto, grita do alto da escada:
“É LUXO OU SUPER LUXO?”
“Luxo” – responde a voz grave lá de baixo.
“É, pra gente f!, motel tem q ser luxo mesmo!” – pensa a voz aguda em baixo, muda.
“Então o senhor sobe aí e aguarda na recepção q ta limpando.”
“ O senhor! O senhor! Será q ele não viu q existem duas pessoas e q o referido senhor não ousaria subir sem a moça!” – resmunga a voz aguda em pensamento.
Os dois se olham com uma cara de “ô”, entram, sentam-se num sofá e tentam não prestar muita atenção à decoração, ao atendente, nem ousam se olhar ou trocar palavras.
“304. A chave ta na porta. Vocês vão querer uma ou duas horas?”
“Duas.”- resposta da voz grave.
“Ufa” – pensamento da aguda.
Passada a primeira batalha com o atendente, o quarto:
Verificar se o chuveiro tem água quente, a acústica do ambiente, se tem sabonete e papel higiênico no recinto...
E tudo isso enquanto a tv, o controle-remoto, o ar-condicionado, o rádio e todos os botões estão, sendo testados, simultaneamente.
“Preservativos, por favor. Três.”
“O interfone está funcionando também.”- pensa a aguda, no chuveiro.
Agora a voz aguda se limita a pensar em linguagem do q não pode ser representado verbalmente. Era algo sobre o comportamento das vozes graves da cena frente a questões tão “práticas” e de como esse comportamento tem um ponto de contato com o dos vendedores em feiras livres:
“O senhor vai querer a dúzia ou só serve o cacho?”
“Deveria existir um curso pra atendente de motel! Nossa, eles deveriam ter em mente q estão lidando com um produto frágil, q não pode ser empilhado. Um produto completamente subjetivo, q tem um lado q deve ficar para cima, na maioria das vezes. Um produto relativo, denso, existencial e qse totalmente abstrato...!” - a voz aguda irrita-se com seus pensamentos. Pensa q agora não é a melhor hora pra te-los, até pq, chegados os preservativos, terá ainda q verificar a marca, ver se é confiável e, se não for, alguém terá q descer pra ir comprar...
“ E o horário! Meus Deus, será q vai dar?! Dá, sempre dá. Tentar relaxar um pouco enquanto fecha os olhos...”
“Peeeeehhhhhhhh!!!!!!!!!!!!”
“Susto da porra! A buzina q indica q o pedido ta na caixa do quarto ta muito alta essa desgraça! Matar o cão! Eles deveriam baixar esse caralho!” – indigna-se a voz aguda em pensamentos qse altos.
Mas os seus pensamentos vão novamente ficando cada vez mais baixos... Misturam-se pouco a pouco ao silencio, e tb ao barulho do q se faz na tv, aos gemidos do quarto ao lado, aos sons do salto do sapato do atendente ao descer as escadas ( q dá a impressão de estar com pressa, ou com raiva), ao pagodão da estação do outro quarto, à chuva q dá pra ouvir na vidraça... a chva q cai lá fora, ah queira Deus, tomara! Quem dera essa chuva caia toda na cabeça desse atendente qnd ele tiver q atender o próximo cliente!
Atendente maldito dos infernos! Ah, condenado!

Snow


P.S.: Texto retirado do meu futuro livro intitulado “Crônicas de Motel, uma coletânea de diversos autores”, o único q deve vender como água.

Mudança de Comportamento - (21/06/06)

Mudança de Comportamento


Tenho sentido ultimamente um ligeiro encantamento por Freud.
Imaginem vocês q ele deixou de ser aquele bicho de sete cabeças q sempre imaginei e ganhou minha afeição, senão ainda como explicação suprema do universo inconsciente (q isso eu acho, particularmente q não vai rolar), ao menos, como escritor inteligente, criativo e intrigante.
Bem verdade q, de Freud, conheço apenas umas poucas linhas, mas q já me têm servido de referência.
No mais eu ainda acredito q vou ser Behaviorista, como meu ilustríssimo (como devo chamá-lo?) colega de profissão, q me fez acreditar q existem sim coisas q a gente pode mudar – apesar de q eu tb acredito q para todas elas existe MasterCard, tudo bem, até isso eu quero mudar.
Minha professora de Observação do Comportamento, comportamentalista em sua última aula, nos deixou entre tantas, a seguinte mensagem:
“Não espalhem por aí q vocês fazem Psicologia, pois futuramente, vocês serão sempre reféns da profissão q vocês escolheram.” (Sidney Lira, 2006)
Eu já sabia disso, mas citar é bom q atribui credibilidade.
E assim, do cantinho direito da sala, com uma caneta emocional e outra imaginária, anotei a pertinente observação.
E muita coisa mudou nesses últimos 4 meses, acreditem ou não.

Snow

Herbalife - (21/06/06)

Herbalife


Postulado primeiro:
A gente percebe q o nosso círculo social mudou qnd ao invés do inconfundível “vá tomar no cu!” a gente ouve “tomara que o seu pneu fure!”.

Postulado último:
A gente percebe q a gente não mudou junto com nosso círculo social qnd ao ouvir “pneu” a gente pensa em nossas gordurinhas localizadas.

Snow, onde a única ironia mesmo é o título.

A Pino - (14/06/06)

A Pino


Sol
Sol de açoite
Sol de fim de tarde
Sol de verão
Sol de trovoada
Sol de tempestade.
Sol que despedaça no rosto
E brilha em gotas
Como Sol de granizo.
Sol que molha a vista
Que embaça a vidraça
Que não permite sombra,
Nem sombrinha,
Só guarda-sol
Sol e ventania...

Sol de trovão, de raios
-Vendem-se capas de Sol no camelô
Anunciam-se pancadas de Sol no rádio.
Um Sol que provoca deslizamentos
Enchentes e enxurradas...

E há uma nuvem densa de Sol encobrindo os meus olhos.

Snow, de qnd mudaram as estações.


P.S.
Ouvi recentemente um comediante enunciar as quatro estações do Acre: Verão, Quente, Calor e Mormaço.
Pensei em como anda o clima em minha cidade...
E aqui tá Frio, Chuvoso, Inverno e Nublado.

Carochinha - (08/06/06)

Carochinha


Uma fadinha me contou q um dia, há muito tempo atrás, havia potes de ouro no final dos arco-íris e o mundo era governado pelo poder das coisas mágicas, dos duendes e das fadas.
E dizendo isto tirou do seu chapéu uma poção de encantamento capaz de fazer desensapizar os príncipes e desadormecer as belas q andam por aí no alto de suas torres ou perdidos em bosques, com medo das bruxas e escapando delas.
A mesma fada me contou q sabia carroagenzar abóboras e cristalizar sapatos, além de fazer surgir vestidos de baile de pequeninos trapos.
Sabia desenvenenar maçãs, quebrar espelhos mágicos e desanoizar anões.
Além de q, entre o conjurar dos seus condões, fazia lobo virar gatinho e cuidar da chapeuzinho, da vovó, dos três porquinhos, vestir botas e falar - até mesmo com porquinhos... A fada sabia fazer todos os patos ficarem bonitinhos.
Falou-me ainda a tal fadinha, q a Alice encontraria Peter e os dois viajariam pra um lugar mágico de Oz, onde o Gancho brincaria de capitão pirata com o Coelhinho Veloz, a Sininho e o Homem de Lata.
A fada me contou um dia, q a Rapunzel desceria pela escada, o dragão não a esperava, e a fera ficaria bela, tal qual um conto de fada.
O Barba-Azul da história, de repente esverdeceria. Pinóquio viraria um menino de verdade, pra brincar com o Joãozinho e a Maria e no quintal deles, nasceria um pé de feijão (sem gigantes comedores de criancinhas), onde todo ouro do mundo, seriam ovos de galinha.
Me contou também a fada, q um dia o Bicho-Papão, o Conde Drácula e a Cuca encontrariam o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa e os cinco, junto com o Lobisosmem, controlariam a cúpula pra transformar todas as bruxas em Ninjas Jedy, Ninfas e Iaras.
Essa fadinha verde-esperançosa contou-me toda essa historinha de dentro de um álbum, imaginário, de fotografia.
Tinha então 14 anos, guardava-se em meu formato e vestia a minha indumentária.
E vejam vcs q ela teve ainda a audácia de me revelar q um dia desses, qlq dia desses, o príncipe e a donzela viveriam felizes para sempre... num reino não muito distante, e não menos encantado.
(A única coisa q ela não sabia é se eu ia acreditar nessa falácia.)

Snow, q relendo, pensa consigo q ser fada... é foda!

P. S. Agora eu compreendo a necessidade de alguns autores, no auge de suas oniciências, de estragar seus textos no final, pelo receio q algum desavisado, desastrosamente, o faça.

Odores - (08/06/05)

Odores


É bom saber q um cheiro, além de não abrir os olhos de ninguém, muitas vezes, os pode fechar. E q um cheiro também não pode dar idéia de quantidade, de extensão nem de distância, mas pode, mesmo não tendo intenção, ter intencionalidade. E q todo cheiro se revela por sua intensidade.
Daí vem q a melhor maneira de tirar o cheiro de um corpo é através do cheiro de outro corpo; do cheiro do corpo de outro.
Se bem, que às vezes o cheiro anterior não sai de todo. Fica por ali e, vez por outra, lembra ao olfato o qnt ele, na mescla dos cheiros q podem ser sentidos, ainda vive. O cheiro enfraquecido, não é capaz de todo o poder do seu feitiço. E assim o cheiro, q era realidade, vai virando lembrança... remota-se o q foi real no meio do q é fictício.
Se vai como perfume q o vento espalha, e sede lugar ao sentido para q o novo cheiro q chega...
Este novo, mal chega, já se estabelece, se instaura. Se alastra pelos poros da pele q o inala.
Cheiro novo tem gosto...
É mais vivo, mais forte, mais denso... qse tocável na esfera em q lhe cabe.
É cheiro de presente. Não tem passado, não pensa ainda no porvir... é cheiro do q se sente.
Cheiro forte, quente, cheiro de coisas palpáveis.
Cheiro pra sentir de olhos fechados, corpo aberto, mãos espalmadas tentando tateá-lo (sem reter, sem prender é claro!)...
É cheiro pra ouvir de coração calado.
O cheiro q chega, limpa o corpo do cheiro q estava. E o faz ao mesmo tempo q impregna seu próprio perfume, sua fragrância, suas essências...
Por ser inebriante, torna turvas as imagens pré-existentes, e agora faz parte dos cheiros saborosos, agradáveis em seu latejar contante...
E tudo isso mesmo sendo, até por ser só mais um cheiro, incapaz de clarear os horizontes.

Snow
*Lendo e relendo Condillac*

Palavras colhidas do scrap de Hilton - (08/06/06)

Palavras colhidas do scrap de Hilton


"não quero te dar nada de novo
não te prometo o paraiso
não vou te fazer feliz
nem ser o rei do seu mundo impreciso
ofereço apenas o gesto largo de quem semeia primaveras
e extases desesperados de quem anda sedento
tenho um coração aflito em buscas de quimeras
palavras de um santo,um santo violento...."

(Hilton Leal)


Snow, citando um de meus filosofadores prediletos.

Intuito - (07/06/06)

Intuito


Gritos surdos num ouvido imaginário
Choques de emoções em caminhos contrários
Tentativa de justificar escolhas feitas aleatórias
Nem desculpas, nem perguntas. Nem mesmo histórias...
Alguma coisa está fora do lugar de sempre
E há uma tendência em acentuar detalhes
O mais, de certo, não cabe.
Algumas coisas ainda podem ser repensadas
- Mas quem irá repensar
o que já foi tão mastigado...?
Uma coisa é certa dentro desta densa névoa:
Se eu desistir... o caso se dá por encerrado.

Snow


P.S Fragmento sobrevivente encontrado entre os escombros da semana passada.

Coffee Break - (06/06/06)

Coffee Break


Semana conturbada marcada por grandes emoções oriundas, qse todas, de causas pequenas.
Inícios, entremeios, finais.
Muito pouca prosa e qse nenhum poema.
E quem se importará com minhas canetas secas? Ou com a finalidade de obtenção de créditos parciais para a conclusão do curso...?
Marco no analógico o tempo da apresentação. Falo, falo, falo - a essa altura não se tem mais saco - e o que digo pende entre as lembranças encobridoras dos inconscientes... Freud daria boas risadas. Marx, talvez se indignasse. Nietzsche daria de ombros... a platéia, provavelmente, não entenderia nada.
Um par de olhos baila desengonsadamente como se em festinha de aniversário de criança... falta pouco pra q tudo acabe. Prova, relatório, resenha, fichamento, nota, apresentação, trabalho.
É assim com todo mundo, todo dia, o tempo todo. É justo q assim o seja. (Não é?).
Descubro friamente q o q é justo não se ajusta.
Disciplina. Condicionamento. Pulsão...
Esqueço um conceito em uma prova. Droga! O disquete não salva a porra do slide, ninguém faz a sua parte, o trabalho não chega a tempo, alguém culpa todo mundo. Prova final, tensão, embate.
Congresso no final de semana. Falta de fome. Perco meus estimados quilinhos já a menos junto com uma bolsinha com a grana da semana...
O dia de amanhã é uma névoa. O meu $ não sai. EU não tenho tempo pra trabalho integral e o fracionado não vem, e nunca o inútil une-se tão bem ao desagradável como nesse caso.
Hora de rever valores, buscar significados, fazer o q eu mais gosto de fazer nessa vida: entender.
E lá se vai mais uma caneta favorita. Nada não, transplanto ela com alguma outra q falhou, se o problema foi a tinta.
Longe dali, acontece a formatura de algumas pessoas importantes na minha vida... Perto dali, consigo fazer alguém pensar em passar no vestibular... Dentro dali, procuro além dos meus motivos o que intimamente me motiva... e sobre ela revejo algumas cenas deste meu filme, nada colorido.
“Não há esse q nasceu, viveu e cresceu sem ter pensado em suicídio frente à condição humana.” E quem disse isso foi um filosofo aí q no momento não lembro o nome.
Engraçado, escrevo a palavra suicídio com receio e me entendo o pq: é q algumas pessoas qnd lêem tal, consideram quem escreveu um suicida em potencial. (E nesse momento sinto uma vontade sumária de gargalhar da cara desses otários.)
A vida de solteiro é mais fácil mesmo. Porém bem mais cara.
E a neurologia diz q a necessidade sexual humana é default... Não! Não vou enveredar por este âmbito. Ou o sexo acaba com os relacionamentos ou os relacionamentos acabam com o sexo.
Também não quero falar sobre emoções, experiências nem aprendizados. Não há córum.
Nada faz sentido!- pensaria algum existencialista de passagem q me observasse, mesmo de longe.
(Pena q existencialistas de verdade só existem por poucos instantes.)
E eu me sinto uma planta trepadeira... vegetativa, parasita... dependente total dos intemperismos climáticos.
Esta semana turbulenta marcada por papel à tinta finalmente acaba.
E eu vou pra casa a pesados passos... esgotada!

Snow


P.S. Pedi tanto aos céus por um pouco de paz q, coincidentemente até rolou uma greve de buzu na cidade por qse uma semana!
Obrigada Senhor Deus dos Rodoviários!

Bahia - (25/05/06)

Bahia

Está frio,
Bastante frio lá fora neste inverno de chuvas e ventos
E eu recordo q ano passado...
Meu inverno foi por dentro.

P.S. Bahia é titulo q não rima com este pequeno texto... pelo menos não à contento.

Snow
*Neste momento o termômentro do ar condionado do laboratório em q estou registra (desumanos) 17 graus.*

Nota - (25/05/06)

Nota


Amigos, eu tenho escrito!
Meus caros, o motivo deste é dizer-lhes q apesar da não-postagem e virtuais das teias de aranha q têm sido vistas (se é q continuam sendo vistas) por aqui ultimamente, em decorrência das ocupações às quais tenho me proposto e as q, mesmo sem querer, tenho sido acometida, tenho escrito. E muito, por assim dizer.
(Apesar de q muito é uma das palavras q não entendo e q é da mesma lista q adulto, obvio, injusto. Parêntese pra livro.)
Tenho tido quantidades q em breve, ainda q atrasados qnto ao conteúdo, o tempo e o espaço, virão à tona aqui, até pq detesto descartar inéditos, por mais ineditáveis q me pareçam, além de q afasta os leitores gatos pingados e em passant.
Outra relevância é q a maioria destes têm sido, como me relembrou recentemente um amigo q assim o poderiam, na cabeça.
Os temas têm flutuado pela minha massa cinzenta como q perdidos, e encontro-os, acrescento-lhes algo, ou subtraio – feito este q me assusta, por ser o jeito como perco boa parte dos meus textos, mas vá lá!... Ando sem tempo pra tudo o q desejo ultimamente e meus desejos foram multiplicados pelos assuntos q tenho visto e sobre os quais sou avaliada.
E por falar em tal, a coisa q menos me apraz na vida acadêmica em geral é um dos instrumentos de dominância mais antigo q já foi inventado: a lista de freqüência.
É por esse domínio q nos é imposto a presença/falta e sinto-me, por vezes, um boi sendo marcado a ferro em brasa na hora de responder à chamada. É o controlador de ponto da revolução industrial. Sem contar q, apesar da digitalidade aparente q este ‘aparelho’ sugere e do poder q confere ao avaliador, não estamos livres de suas inferências nocivas e, não menos, constrangedoras.
(Outro dia tive q repetir verbalmente uma aula q havia sido dada pq alguém inferiu q “eu estava lá, mas não estava e, portanto, merecia falta”. Repeti todos os pontos e detalhes da qual minha emoção me permitiu lembrar... e eu estava fazendo “outra atividade” durante a aula – anotar é considerado “outra atividade q não prestar atenção”, “usar régua é considerado prova cabal de impresença do usuário no recinto” e “eu não nasci ontem”, declaração legal de q o aluno tenta ludibriar o professor q “sabe” q ele não prestou atenção... - Enfim, um total disparate.)
Mas deixemos de lado os meus desabafos acadêmicos q, se fosse catalogar, seriam até irrelevantes frente às outras tantas esferas q me abrangem.
Dá até pra lembrar do dia em q, uma camelô tentou me parar para apresentar um algo e, sem q eu olhasse, foi sumariamente interrompida por uma frase do meu subconsciente “não filha, eu tou no SPC’. E continuei andando depois da declaração sem pudores – na verdade sem poderes – de tanto q me são naturais alguns temas.
Escrevi recentemente uma carta ao meu cachorro imaginário contando-lhe detalhes da falta q me faz o cuidado despendido a tais bichinhos de estimação – são estes verdadeiras válvulas neste fervente caldeirão q é o cotidiano globalizado... antes, bastava a presença, agora esta faz parte de uma idéia abstrata q desvia nossos pensamentos do caos q há por todos os lados.
Mas eu tenho escrito, acreditem, tenho registrado.

Snow
* pausa dos caracteres*


Continuação da Nota


Tenho escrito poemas. Aos quilos, pelos cotovelos e em todos os papeis q vejo.
Tenho escrito cartas a amigos distantes.
Tenho escrito pequenas frases sem nenhum efeito aparente e aumentado a lista de temas a serem aludidos um dia...
Tenho achado textos antigos... (e alguns destes ainda aparecerão neste caderno especial pra onde transfere-se os papeis q rasgo. Os meus originais...)
Tenho lido Freud, Condillac, Platão. Tenho lido Biologia, tenho lido sobre atenção, emoção, memória... lido história...
Tenho lido ética, pesquisa. Tenho confundido antiguidade com idade antiga e misturado modernidade às coisas da idade moderna... tenho assistido filmes q ‘se passam’ na idade das pedras...
Tenho tido dificuldade em arranjar motivação pra continuar indo às aulas por mais q eu ache tudo muito interessante... tenho estado cansada.
(O ser humano não foi feito pra agüentar 4 meses de aula seguidas de sol à chuva e sob a pressão q lhes é apresentada.)
Tenho resistido à alusão de desistir.
Tenho tido mais sono e dormido menos.
Tenho lido por dor mais q por prazer.
Tenho qse nada. Como posso sentir tudo isto, se não trocaria esses qse 4 meses de semi-psicóloga por mais nada do q tenha sentido antes ou do q possa imaginar q vivenciaria...?! Afirmação apaixonada, notoriamente, mas q tem lá suas bases, suas verdades.
Mas mesmo assim,tenho pego da pena sob a qual estão todos os escreventes compulsivos. Tenho escrito.
E tenho tido verdadeiro asco por vendedores da herbalife e sua estratégia multi algo e “oferecendo” o q intitulam “saúde” e “alimento” tal qual o fazem intolerantes religiosos... e tudo tem seu preço.
Bom, mas esse último parágrafo não passa de uma estratégia de marketing reverso. (Pergunte-me como.)
Mas tenho escrito,amigos, embora não possa provar qse nada.

Snow, o floquinho atarefado.

Poema de Moacir Eduão - (10/05/06)

Poema de Moacir Eduão

Contigo, as horas são mais densas,
são águas marinhas que vêm do horizonte (onde desaparecem).

Contigo, as horas são tão boas, que parecem mágoa
quando acaba.

Contigo, a sede é um suco veloz que desce na garganta.
E eu ainda me preocupo...

Contigo, nada encalha na costa,
nada é encarado como a morte nos encara.

Contigo, fazer o quê de um velho feriado?
Contigo, é mais desejo que passado.

Mas não tem nada a ver se o riso se perde,
Há uma colhedeira entre os dentes!

Contigo, o dia passa inteirinho,
e o passarinho - não passa.

***


A poesia é sua, mas é bom compartilha-la... ainda q de cá.
E uma parte de mim balaça um pouco e quer ir ao encontro dela...
E às vezes, intrusamente, me misturo.

Snow

Folhas - (09/05/06)

Folhas


E eu q gostava tanto de outonos...
Dificilmente saio de casa.
Respiro folhas secas
Que antes foram cartas úmidas
Papéis espalhados
Que antes tinham cheiro de lágrimas
Agora mergulham na insipidez deste outono...
E até a esperança,
Aquela q fora tão verde
Agora disfarsa-se de gafanhoto
E esmaece...
Neste outono sem teus tons
Onde é tudo tão difícil.


Snow, e suas coisas antigas escritas.

Eu e o outro - (09/05/06)

Eu e o outro


(título de um poema visal de André q perdeu-se recentemente, mas q ainda vive em minha memória)
Arrisquei uma tradução. Resumida, obviamente.

" E foi assim
Misturando pontos seus com os meus
Que me vi outra pessoa..."


Um minuto de silêncio pela ausência do Fragmentes.

***
Snow

Apresentação - (04/05/06)

Apresentação

Carregou na ponta dos dedos a flauta,
Na palma das mãos o texto em forma de poema
E nos olhos um algo que não dava pra ver.

Subiu no placo, tocou o instrumento,
E como soprava em sentido contrário
Não houve o som do outro lado.

A flauta, verde, não era doce, era amarga.
A esperança não tocava a flauta
E nem a flauta tocava ela.

Caminhou em voz baixa e cabeça,
Deixou cair, quebrou (-se) a flauta...
E quedou-se em sua cadeira

Cobriu-se de suas próprias asas
E desceu de dentro de si mesma
Era tudo o que representava.

E olhando a imensidão dos sons
E as palmas que contivera em mãos
Sentiu-se só e pequena...

A esperança fugiu do tema.

Snow, um floco de ruídos, sons e silêncios.

Ponteiros - (04/05/06)

Ponteiros


Com o tempo vc descobre
Que as coisas q te ensinaram em Matemática, Física e tal,
Não têm toda validade.
O tempo, por exemplo,
Além de não ter continuidade,
Também não admite tamanho,
Mas tem massa, tem peso,
E é adimensional.

Snow
*Sobre ilusões que de repente saem voando... Ignorando toda e qualquer gravidade.*

Papiro - (04/05/06)

Papiro


"Crede vois, pois, de coração no amor dos homens.
Mas desacrediteis de todo neles e no que estes lhes profetizardes em nome de tal."


(Décimo-primeiro mandamento, encontrado sob as vestes de Judas, por ter este o arrancado e subtraído dos antigos pergaminhos de Moisés.
Jesus, o Cristo, tendo conhecimento disto, não achou por bem julgar o pobre Escariotes, nem passar tal conhecimento adiante. Sabia Ele tb q a humanidade logo encontraria os meios para difundir-lo e propaga-lo por toda a extensão da palavra.)

Snow


P.S. André, relendo percebi que estou me convertendo ao seu jeito sagrado de falar sobre coisas profanas.
E bem-aventurado seja!

De pendências - (04/05/06)

De pendências


A cabeça pende do pescoço, sem sustentação.
As idéias caem de seu mundo e se espalham
Pelo chão
O corpo as procura, as segue, as segura e consegue reter ainda algumas
Entre os bolsos, um punhado na carteira, outro tanto nas mãos...
A cabeça voltará um dia ao topo, mas agora não.
Terá ela encolhido e expulsado as idéias,
Agora grandes demais para que pudesse contê-las...?
Ou, ao contrário, terá ela dilatado, com a presença de uma idéia maior, que terá sumariamente, expulsado qualquer idéia menor...?
O corpo, parado, observa as idéias que tem, as que se formam e as que não conseguiu salvar.
E espera que a cabeça as entenda, as retome...
Ou as deixe por lá.
O corpo abre então suas mãos e se abre e solta todas as idéias e se solta com elas
E mesmo liberto não se concentra, não se contenta.
A cabeça observa o corpo, alheia, patética.
E enquanto o mundo das coisas continua dando voltas,
O mundo das idéias se vê, suspenso, insustento...
Perdidas todas as idéias que não são deste mundo,
O mundo das idéias já nem pensa que pensa.

Ele depende da cabeça.

Snow, relendo o futuro sob apenas uma das lentes. E certa de q a visão dos mundos está na ótica... (ca)ótica.


Imanência e Transcendência - (04/05/06)

Imanência e Transcendência


Relendo os três últimos textos percebi certa semelhança, quase na morfologia, de tanto que a achei na funcionalidade de seus temas.
Notei que têm como referência algo que está acima, embora possa estar dentro, de nossas cabeças: o céu. Seja em sua forma atmosférica, cósmica ou no pequeno céu das borboletas... e confesso q isto me deu uma qse absoluta necessidade de escrever sobre pés e a relação deles com a terra... e nada disso me agrada. Nem a necessidade, nem "ter" que realiza-la.
Me parece mais algum insumo, sabe? Alguma rebarba conseqüente da sistematização a que sou acometida diariamente em minha vidinha de iniciação acadêmica.
Vejam vcs q está qse psicóloga de apenas dois meses de vida e poemante desde nascença, me vi, esta semana, sobrepondo o verbete “estímulo” ao invés de "inspiração", em um poema! Não! Rasguei-o imediatamente e sem pena. (Digo rasguei pq prefiro que meus escritos sejam off line, embora alguns digitais sejam inevitáveis).
Diante da nossa, em especial desta minha, incapacidade de me perceber envolvida em um esquema a tal ponto de trocar, ainda que por pouco tempo, minhas tendências, minhas vivências, por evidências, me senti pequena...
Mas vejam q, mesmo tendo um deslize em minha função poética, curiosamente, os meus pés e o céu têm vivido ultimamente, uma relação interessante de interdependência:
Outro dia, do nada, enquanto andava na rua, me imaginei fazendo o mesmo, só que de ponta-cabeça! Não pude deixar de rir de mais esse devaneio sem contexto.
Os meus pés parecem habitar o céu das coisas sobrenaturais às vezes e, deve ser por isso que eles nem sempre cabem nos textos.

Snow, deixando pegadas num chão de estrelas


P.S. Texto de 28/04/06. Era pra ter sido postado antes do outro aí em baixo.
P.S.1. Eu tb não sei de onde vem essa minha mania de explicar as coisas.
P.S.2. Nem sei pq q eu, ao invés de explicar, não as rasgo.

Invenções - (29/04/06)

Invenções

E por falar nisso, ouvi uma vez em Feira de Santana, na Bahia, um simpatissíssimo velhologismo para a expressão de cair.
E no lugar de dizer q ele caiu, ele disse "picou-se no chão"... rs.
E cair de riso parceu-me poesia.

Snow

Constelação - (25/04/06)

Constelação


Tá vendo esse céu
Cheio de estrelas...?
Diz uma lenda
Que ali,
Há muito tempo atrás,
Havia um teto.

Snow
(Cometário de um texto de André... faz um tempão. Faltava só o nome pra criar independência.)

Impulso - (25/04/06)

Impulso


Da última vez em q fui embora, foi pq vi um pequeno buraquinho, uma fresta, e estreitei-me por ele.
Meu corpo frágil forçou e espremeu-se até q a abertura se alargou e ele desprendeu-se.
E eu então corri para a frente como em desespero e com todas as minhas forças e medos até q pude sentir, além de uma agitação no corpo, uma força que me orientava. E como no lugar de braços eu percebi minhas asas, então me vi, depois de algum tempo, q já estava bem longe dali, e q eu voava...
Deixei pra trás algumas das minhas penas e me senti mais leve. Ficou por lá também casa e comida e eu... agora planava sobre a vida.
Pousei no primeiro lugar q me pareceu seguro e, como meus lábios eram bicos e eu sabia cantar, saiu de mim um som agudo. Antigo, forte, profundo, e q sempre estivera comigo, como q esperando até poder se manifestar.
Foi aí q avistei um lugarzinho diferente num galho mais alto... macio, quente e, era lá q eu queria estar. Ainda havia muito o q fazer, mas poderia vir a ser meu ninho, eu poderia construí-lo, limpar, cuidar, ficar... morar.
Ao anoitecer, qnd a lua veio me fazer companhia, eu já descansava sobre minhas asinhas, embora meio cansada, doída, machucada (pelo peso das penas q eu não estava acostumada a carregar), e os meus olhinhos doridos de tanto ver grades por todos os lados, puderam sentir q o mundo existia, e q estava ainda mais belo do q eu, trancada, jamais imaginaria.
A minha vidinha do talvez nunca, tornou-se a vida do agora.
E depois da primeira noite de sono, ao contrário do q acontece aos humanos, que aprendem ao dormir, eu me esqueci.
E não lembro mais o caminho da gaiola.

Snow

Um qse hai-Cai para um qse março - (25/04/06)

Um qse hai-Cai para um qse março


Minha língua sente falta da seu gosto
Meu olfato sente falta da sua respiração
E vez em qnd caem pedaços de mim, pelos olhos,
No chão.

Snow, que consegue pecar pelo execesso e pela ausência.

P.S. Texto encontrado em cadernos do ano passado, nem sei de q época mesmo, mas posso supor...

Eur(eka)! - (25/04/06)

Eur(eka!


Há dias vinha me queixando comigo mesma de uma alteração no meu cheiro.
A mudança foi sutil, mas não pra mim, que sou o ser humano mais próximo do meu corpo e o mais exímio conhecedor do mesmo.
A princípio tomei algumas medidas básicas, aumentando o número de banhos, q passaram de 2 sofríveis (considere-se q em Salvador, ta fazendo frio ultimamente), para 3 necessários. E, como isto se mostrasse insuficiente, este número fora aumentando para 4. Porém, qnd cheguei ao ápice do 5° banho no mesmo dia eu pude perceber, nitidamente, q havia algo errado, e era preciso então medidas mais drásticas.
A primeira coisa q fiz foi trocar o perfume do óleo de banho. Nada.
Substituí ambos por um hidratante. Também nada.
Mudei de marca, depois cortei os quatro produtos. O quadro não se alterava.
Radicalizei. Exagerei na bucha esfoliante, alternei entre os meus dois perfumes favoritos, mudei a temperatura da água, troquei de desodorante... Nada mais adiantava.
E como esse processo já perdurava havia dias, me propus a buscar soluções cada vez mais filosóficas em paralelo com os métodos que podiam ser testados. A essa altura eu ja estava disposta a procurar ajuda profissional. Bastava apenas decidir qual!
Pensei num dermatologista, apesar de me parecer algo mais endocrinológico. Talvez até fosse uma questão mais esotérica, resolvida facilmente com aromaterapia, ou fosse um caso mais sério, pra um psicólogo comportamentalista, ou um neurologista visto q se tratava de um fenômeno nunca dantes vivenciado com tanta atenção por minhas glândulas olfativas.
Seria pelo fato de eu ter chegado a um limiar tão grave de não fazer exercícios físicos e, em conseqüência disto, minhas toxinas, todas, estariam resolvidas a rebelar-se pelos meus poros numa tentativa de me coagir?
Ou eu estaria me manifestando como hiper-heterosexual a ponto de repelir até mesmo a mim?
Seria algum produto químico na água capaz de alterar meu feromônio?
Pensei em ligar pra Embasa, mas, pensando bem, se o caso fosse com a água, melhor seria procurar na Igreja pelo tal banho do descarrego... Dizem q o s habitantes do Hades têm mal cheiro... Podia ser coisa do Demônio!
Mas, depois de umas noites de sono, eis q um dos meus neuromoduladores consegue, enfim, após sua sinapse, me dar a informação q eu tanto ansiava e estavera ali o tempo todo. Eis o meu insight:
Havia adquirido, recentemente, um produto q por algum tempo me parecia o produto dos meus sonhos - desses q a gente vê, ouve falar, sabe q alguém já usou e começa a desejar como a solução mágica pros nossos problemas. Foi assim com este q adquiri cuja complexa composição conseguia combinar ao mesmo tempo essência, esfoliante, emoliente, propriedades fitoterapicas, medicinais, embelezantes, descongestionantes, de limpeza, firmeza, vitalidade, brilho, frescor e hidratante! Comprei, pela bagatela de $12,50, um sabonete!
Ah, não, não só um sabonete. Mas um extraordinário sabonete com um único detalhe pequeno... O fato de eu não ter gostado do cheiro!
Depois desta espetacular descoberta do q alterou o meu comportamento por qse duas semanas eu me senti, finalmente, satisfeita e aliviada.
Materialista do jeito q sou, não o joguei fora. Também considerei injusta a possibilidade de descarta-lo por apenas um de seus atributos , mas de qlq forma, corri até a bodega mais próxima e adquiri, por 25 vezes menos o preço q ele custou, um (indesprezável) Rexona.
E assim pude continuar usando minha maravilha cosmética do mundo moderno. Mas somente se antes do banho!

ShowerSnow, ClearFlake.

Deusa da Ilusão - (22/04/06)

Deusa da Ilusão
(Lulu santos)

Jezabel, princesa de Babel de Babilônia e Xanadu
Meu Xangrilá és tu tesouro do Eldorado
Sou teu guerreiro de Esparta teu guardião
Selena que me ilumina o céu e organiza os oceanos
É teu meu tempo e mais é tua a minha história é teu meu reino da memória
Ó Feiticeira de Judah que me incendeia e faz voar
Sereia do meu mar astronave do meu ar
Edelweiss do Himalaia tu és maia, tu és má
Tu és a deusa da ilusão e eu te amo...

Snow...
*Linda, né? É assim q me sinto agora.*

Enquanto isso, no reservado... - (21/04/06)

Enquanto isso, no reservado...


-E então, quando poderemos desvendar nossos mistérios?
-Quando nossos horários se encaixarem poderemos fazer o mesmo.
- Meus horários estão loucos pra se encaixar nos seus. E eu, em vc.

***


Trecho do Uol q deve ir um dia pro meu livro hipotético: Coletânea de Diálogos Impossíveis, onde o cartesiano e o platônico se encontraram com um ar de Nietzsche.
Nesse caso aí, não pela criatividade do objetivo, mas pela construção do raciocínio dos envolvidos (Penélope Charmosa e Dick Vigarista), até que eles mereceriam saber quem estava por trás dos seus nicks.
Cenas dos próximos capítulos.

Snow, folheando cadernos antigos.

Limiar - (21/04/06)

Limiar


Existe uma insistência humana em saber o que vem depois do depois que, qse sempre pode ser verificada, embora, qse nunca possa ser comprovada.
È assim com o prazer.
Como qnd a pele coça e o dedo toca e o corpo gosta.
O corpo gosta, o corpo gosta, o corpo gosta, a unha toca, um objeto mais pontiagudo esfrega, fricciona, fura, fere, dói, sangra... E pára!
A pele reage e se rompe à tentativa do corpo de extrapolar o seu limite.
O corpo não conhece o limite da pele. O corpo não conhece o limite do corpo.
O corpo quer mais, o corpo dá mais, a pele não agüenta mais....
A pele parte por ser celulada, epiderme, matéria. E sede espaço pro seu cerne...
O contrário também é verdade, qnd a dor vira prazer. E vira?
Ora, se o tumor existe e a espinha dói e o tocar o estimula e a mão o procura e toca, e aperta e futuca e espreme e a dor aumenta e cresce e arde e lateja e aperta e apóia com força e ... ahm!
O dedo força e deseja romper. Quer mais e já nem quer saber. E chora e grita e pressiona e a pele reage e explode e expele, e sede e fere... E sara!
A dor é sanada com a ferida ainda aberta... Anestesiada.
E o corpo fica querendo não ser corpo, e sim alma.
E fica a pele não querendo ser pele, e sim coração.
E a alma tem seus limites. E o coração também os tem.
E o corpo que coça, que sente cócegas, o corpo que espreme, esfrega é o mesmo corpo que ama... o mesmo que queda...
E depois dos limites do prazer, vem o sofrer.
E depois da dor, vem o conforto.
E nessa busca do corpo pelo limite do corpo, este descobre, muitas vezes friamente, que o limite do que está vivo, infelizmente, é o que está morto.

Snow, no verso de um texto de filosofia, pensando sobre certos furacões com nome masculino.

Memória Funcional - (21/04/06)

Memória Funcional


Houve o tempo em que as linhas eram repletas de palavras e, das páginas cheias, elas escorriam pelos rodapés, margens e cabeçalhos até não poderem mais e se alastrarem por outras páginas, enchendo os finais de semana, os feriados prolongados e os meses do ano inteiro de signos, termos, verbetes, expressões, vocábulos...
Depois veio tempo em que eu não escrevia.
E o peso de um dia invadia o outro dia, sufocava, incomodava, esmagava... Parei de abrir a agenda. Não rabiscava, não redigia, não compunha, não grafava, não anotava nada.
Hoje eu registro os compromissos, as coisas ‘importantes’; provas, trabalhos, médico, telefones, e-mails, endereços, aniversários...
E, onde se lia em colorido:
“Hoje estou um pouco triste.”
“O dia de hj concorre, por muito, a dia mais feliz do mês!”
“Ah, meu Deus, estou tão confusa! Desse jeito vou acabar dando mancada...”
Se lê:
“Dentista”
“Pagar telefone”
“Prova de Segunda Chamada”
Em cor de tinta de caneta Bic falhada...

Snow

Descompleto - (18/04/06)

Descompleto


Pego a senha, entro na fila, são 16:03h.
Preciso resolver a um problema no caixa. Umas 45 pessoas na frente, 5 atendentes e a lei dos 15 minutos.
16:08h. Paro em frente a um par de olhos verdes que estava o tempo todo ali e o par de olhos verdes fita descuidadamente o detalhe de minha blusa, coincidentemente verde.
(E eu que raramente uso verde por respeitar a aparição mágica das esperanças, respiro. Não deve ser comigo!)
O par de olhos verde se vira e a fila anda. (Dessas filas em zig-zag onde cabem, com algum aperto, aproximadamente 10 pares de olhos em cada vai, e mais outros 10 olhares em cada vem.). Respiro novamente. Se a velocidade continuar com essa méedia de 3 minutos para cada cliente, nos encontraremos novamente daqui a 6, aproximadamente.
Aumentam mais 3 caixas para atendimento. Terá sido por causa da senha eletrônica que eu pequei? Ou terá a ver com o horário avançado que já passa das 16?
16:10h. Estamos novamente frente-a-frente. Dessa vez eu olho pra baixo, discretamente e permito que o par de olhos verdes passeie como queira... até que a posição da fila muda, coisa de menos de um minuto.
16:16. Estamos na linha de chegada, embora ainda faltem algumas pessoas até a nossa vez.
Ele olha pra frente, procura algo nos bolsos, mexe na carteira, tem uma caneta nas mãos, eu penso no telefone, ele se vira pra mim e, sem esperar, um objeto interrompe meus pensamentos e cai no chão!
Trata-se de um pacotinho. Quadrado, estreito, símbolo peculiar que eu logo reconheço e, ofuscantemente, verde!
Ele pega rapidamente e volta à posição inicial.
Eu olho pra algum outro lado. A essa altura dos fatos, já sou uma pessoa inteiramente verde. Sou o próprio verdejar.
Toca o sinal. Caixa 01. É a vez dele.
Toca novamente. Caixa 03. É a minha vez.
Resolvo tudo, saio antes, rapidamente sem nem pra trás olhar.
O banco milagrosamente cumpriu a lei dos 15 minutos.
E eu contnuo achando, veementemente, que menta não. Menta não dá!

Snow, hierografando num envelope de depósito.

Hai-Cai Metabotrópico - (18/04/06)

Hai-Cai Metabotrópico

É preciso um tempo de aprendizagem para quase todo aprendizado
A única excessão a isso é quanto a memoria emocional
Esta, vai no ato!

Snow
*Numa transcrição idêntica a de um caderno de um caderno de Neurociências, compilado em sala.*

Idéias Enroladas - (18/04/06)

Idéias Enroladas


-Tô pensando em cortar os cabelos. Curtinhos.
-Mas vc não acabou de alongá-los?
-É...
-Não gostou? Está bonito assim.
-Gostei, mas é que...
-Quando vc cortou curto da ultima vez tava muito bonito também.
-Sei. Eu tb achei, mas...
-Então? Não entendo pq vc não se contenta!

***


O diálogo ficou fumaçando sem nada dizer.

***


Há os que amem ( até o para sempre amém) e terminem.
Os que queiram pra tudo, menos namorar.
Os que amem, adorem, queiram pra tudo, mas prefiram "outra coisa".
...
Boa parte dos homens que conheço não têm cabelos compridos.
(E há ainda entre estes os que estão perdendo cabelos pro tempo ultimamente.).
...
Será que se fosse aos homens, culturalmente/abertamente, consentido trocar de cabelos tanto quanto quisessem eles entenderiam melhor esse 'detalhe' das mulheres...?
Será que estes mesmos individuos se dariam conta do quanto são felizes (ou infelizes) devido a essa troca que reside nos fios de cada um delas...?
E, será que nesse troca-troca, elas finalmente entenderiam porque, apesar delas se camalionarem tanto nestas novas peles, eles ainda preferem trocar... de mulheres?

***


E enquanto elas trocam de roupa, de batom, de xampu, de corpo e de cor...
Eles mudam de idéia.
De gosto...
E trocam de amor.

Snow, sobre cabeças humanas.

Big Brother - (11/04/06)

Big Brother


E enquanto a esperança toma banho no jardim de casa,
Um grilo marrom observa imagens editadas de sua janela particular
E pensa que influecia, no reservado,
Em mais uma de suas tentativas de eliminá-la.

SnowFlake, sobre o admirável mundo novo.

Mundos e Fundos - (11/04/06)

Mundos e Fundos


Ao cheiro das coisas esquecidas
Misturou-se o seu perfume
Como roupas guardadas num armário dos fundos.
Lembro-me que era bom, mas é só...
O seu odor agora adormece esperando pelo mofo dos anos, da distância e dos acontecimentos mais profundos...
Impregnados de bolor.
E, ao contrario do que acontece ao corpo quando a alma se retira,
Você ainda vagueia por aí sem que eu te sinta,
Mas já o cheiro, espírito que te trazia a vida,
Esse virou pó de memórias inconsultáveis...
E cinza.

Snow, gris.

Opinologia - (11/04/06)

Opinologia


Óbvio, nítido, claro, evidente, transparente – nada disso existe!
Nada disso é fato.
Melhor, tudo o que depende do julgamento de outro para ser validado, só por essa vertente, já é arbitrário.
Não há lógica sem que para isso sejam dadas todas as condições, os respectivos valores e ao que estes estão associados, as coordenadas.
O que existe mesmo é o que é comum, o contextualizado. E comum é o que é normal. E normal é o que pode ser encontrado em maior ocorrência (As coisas são assim, texto sobre as diferenças).
É comum hoje em dias ver gente querendo esfregar sua inteligência na cara dos outros como se isso fosse o natural.
Não, não é bem assim. Tudo é relativo, já dizia Einstein.
Se eu acreditasse que pra tudo haveria apenas duas respostas válidas, pra quem então pensar, se a escolha aleatória já garantiria por se 50% de chance de acertar...?
Mas até o que hoje se chama alta tecnologia não passa na verdade da soma de inúmeros componentes analógicos, visto que a natureza não é digital. (Robson Caetano em O Computador de Papel.). O natural não é o digital.
O erro é o elemento mais simples de todos desde a composição inicial do paraíso. E o que pode haver de tão mal nisso?
Errar é fator de crescimento mesmo no campo da Ciência, que é a forma de conhecimento que se propõe a ser o mais exata possível.
Sensibilidade é perceber o erro não como obstáculo, mas, sobretudo, como componente natural, flexível, moldável.
(Aliás, mesmo o erro e o acerto só podem ser vistos se dentro de uma esfera em comum pré-estabelecida, definida, atribuída seja de uma maneira racional ou sorteada.).
Óbvio, nítido, transparente, claro, lógico, evidente e demais derivados seja da forma ou da semântica, são os verbetes que mais odeio de todo o dicionário, isso se pronunciados sem as devidas definições ou o cuidado do diálogo.
Prezo pela conversa sadia (e sadia é diferente de sádica), onde o outro é respeitado dentro dos seus pontos de vista, e isto por ser mais um outro que fala.
E absurdo é trocar todo o elemento humano, vivo e pulsante, por meras convencionalidades.

Snow, sobre o desvio padrão.

De como se elucida um relacionamento moderno - (11/04/06)

De como se elucida um relacionamento moderno


Primeiro é um precedente aberto a gosto e a contra-gosto por pura comodidade.
Depois, um desrespeito sem a mínima intenção de ser mal interpretado.
Aí vêem as justificativas que vão sendo dadas, as satisfações que vão sendo tomadas, as personagens, as farsas que ficam entre as que podem e as que não podem ser reveladas.
E é um fechar de olhos aqui pra não ver um algo lá, um desapercebido ali pra não dar o que falar... e um tal de não-disse-que-me-disse, um tal de disse-que-não-me-disse, de não-disse-que-não-disse, um tal de deixa pra lá e de deixa estar que misturam mal estar e bem estar. Tanto faz ir quanto ficar...
Até que a relação se rompe!
Inicialmente com luvas de pelica.
Depois com alguma forçação de barra e, por fim a golpes de machado.
Pronto! Eis aí um relacionamento aberto. Agora é só provar!
Chegar tarde, não dizer pra onde vai, não voltar.
Desmarcar, não ir, estar mas não estar, faltar e nem avisar.
Ser grosseiro, desrespeitoso, egoísta, alheio, descuidar...
Já nessa fase tudo é permitido. Desde um não querer a outro não sentir prazer.
Tudo dá pra rolar. Desde uma conversa ofensiva, uma tentativa de humilhar, à busca de respostas em outras situações, outros braços, outro lugar.
Se o outro percebe ou não, não fará diferença se não der pra notar.
O ciúme fica mais intenso, mas de tão emocional, já não tem argumentos.
A dor, por sua vez, de tão descentralizada, já nem dói mais.
As lágrimas vêem, mas não molham o rosto.
A realidade fica distorcida através do olhar.
Não se fala mais em confiança.
Os apelidos carinhosos dão lugar a nomes próprios pronunciados com algum custar em todas as suas letras.
A doçura sede espaço para a aspereza.
Coisas simples tomam o lugar de um abraço: o travesseiro, o mouse, o celular...
A essa altura ninguém fala mais em terminar.
Terminar o quê?
Pra quê?
Com o quê?
De que forma?
Quantos casais não sonham por aí com essa tão idealizada liberdade...?
Eis um mundo novo. Uma relação sem travas, sem amarras, com todas as permissões... E é, simplesmente, o que há!

Enquanto isso, há muitos e muitos tempos num reino distante, um pequeno anfíbio espera pela dama que lhe irá beijar.

Snow, cozida a vapor.

Filosofia e Observação do Comportamento à luz de um Devaneio - (11/04/06)

Filosofia e Observação do Comportamento à luz de um Devaneio


Do canto da sala, a menina de saia, puxava os cachos do menino do lado que sorria calado.
Do outro lado, um menino outro, observava a mesma menina com um olhar desanimado.
Na frente, ao centro, o professor, compenetrado, seguia o raciocínio sem ser questionado.
Pra menina outra, atrás do segundo, o teto, as paredes, janelas, a sala e enfim, o mundo...
Nenhum desses elementos passava de eventos sócio-ambientais do cenário.

Snow, lendo Étienne de Condillac.

Budas - (06/04/06)

budas
(Felipe Rosa)

Quem faz amor - não fode!
Sabe pouco do prazer
Quem bebe diet - não engorda!
E nunca vi nenhum emagrecer
Quem pede sem alcool - muito sóbrio!
Não entende "enebriante"
Quem nunca experimentou - e diz que não gosta!
Come depois e arrota antes
Quem nunca mentiu - só pode ser mentira!
Não sabe mais o que é verdade
Quem nunca teve lombras - eu não confio!
Arrepende-se e ve que é tarde
Quem realmente vive, morre a cada dia
lenta e deliciosamente!

***


Duas ou três palavras me bastam pra gostar muito de um texto. Esse, tanto pelo q diz, quanto pelo q elucida, passou da conta.
Me sinto bem qnd sei q já existe algo q eu gostaria de dizer.

Snow, encantada.

Cinemática - (27/03/06)

Cinemática


Aprendi, de uma das leis da Física, q qnd vc iguala duas equações de espaço, isso "força" os corpos a se encontrarem em algum instante.
E, dada a distância entre eles, para as demais incógnitas, acredite, tudo passa a ser uma questão de tempo.

Snow, tomando um So+vt.

Bomba - (27/03/06)

Bomba

Rasgo o peito, meto a mão, arranco o meu coração e o entrego em suas mãos.
Junto com ele, um conjunto de instruções, necessárias para me manter viva:
“Não jogue fora.
Não destrua.
Não o abandone.”
Mas enquanto meu coração batia e pulsava em suas mãos frias, percebi o momento q, me ouvindo dizer, seu sorriso entristecia.
Meu coração em minha frente, enfraquecido, sangrou.
E começou a bater com menos força...
Fui me sentindo fraquejar.
Faltou-me o ar.
Seu semblante triste, olhava as mãos e o q via nelas como se não pudesse fazer nada... talvez apenas chorar.
“Era só cuidar” - pensei em dizer.
Mas isso pareceu muito. Tanto de ouvir, qnt de falar.
E foi em suas mãos, esvaindo-se, definhando, debatendo-se no lugar de pulsar...
Que eu vi o meu coração parar.

Snow

Bomba - (27/03/06)

Bomba

Rasgo o peito, meto a mão, arranco o meu coração e o entrego em suas mãos.
Junto com ele, um conjunto de instruções, necessárias para me manter viva:
“Não jogue fora.
Não destrua.
Não o abandone.”
Mas enquanto meu coração batia e pulsava em suas mãos frias, percebi o momento q, me ouvindo dizer, seu sorriso entristecia.
Meu coração em minha frente, enfraquecido, sangrou.
E começou a bater com menos força...
Fui me sentindo fraquejar.
Faltou-me o ar.
Seu semblante triste, olhava as mãos e o q via nelas como se não pudesse fazer nada... talvez apenas chorar.
“Era só cuidar” - pensei em dizer.
Mas isso pareceu muito. Tanto de ouvir, qnt de falar.
E foi em suas mãos, esvaindo-se, definhando, debatendo-se no lugar de pulsar...
Que eu vi o meu coração parar.

Snow

Alexitimia - (27/03/06)

Alexitimia


A busca pelas rimas me inocenta da imprecisão dos significados.
O não-dito fica pelo não-dito mesmo entre o q se fala e o q é calado.
E o q poderia ser exato dissolve-se nas entrelinhas do abstrato.
Um grito de dor é gozo ao mesmo tempo. E divide espaço com um riso.
Abstenho-me das precisões, mas já nem é preciso.
Olho o q eu disse e já nem sei o q deveria ter sido dito.
E qnd isso ocorre sei q o texto seguiu seu próprio caminho.
Decifrá-lo agora, é qse tão complexo qnt esconder algo nele e, em alguns casos, impossível.
Coisas ditas sob um descrever...
E assim descanso sobre o meu escrito subjetivo.
Por não ter mais nada a dizer.

Snow, just it.


P.S.Alexitimia é a palavra grega para “a inexistência de palavras para emoções”. Dito isto, faz sentido. Pelo menos pela construção da palavra.

Escala - (26/03/06)

Escala


Primeira noite de outono e eu acordo de madrugada, tremendo.
Tal qual cachorro magro, na chuva, os meus ossinhos do queixo batendo.
(Não fosse verdade, eu tirava essa frase pitoresca e pobre. Mas deixa, foi assim mesmo.)
Encolho-me, puxo o lençol, espero um momento.
Não basta. Visto um casaco de lã, vou à cozinha, esquento o café, tomo-o qse fervendo.
Melhoro. Ambiento-me. Já posso tirar o casaco, mas ainda não me sinto quente o suficiente pra fazer o mesmo com as meias.
Por um instante me lembro da nossa diferença térmica e isso me parece assustador!
Penso nos teus músculos, tecido adiposo e na substância efervescente q percorre agora sob a pele, tuas veias.
E sei q em algum lugar desta cidade, o ar condicionado ligado e mesmo o ventilador, nada disto te basta.
E vc sente calor.

Snow

Épico - (24/03/06 - 26/03/06)

Épico

Às vezes me atento na tentativa (vã) de exaurir um pensamento desconcertante, mas é interessante como nessa hora, nada se expurga da mente, né? Nada extingue, nada apaga como com o shift+del. No máximo, é possível mandar para a lixeira e tentar retomar a vida normal antes do abrir da caixa de diálogos na mente nos mostrar novamente aquele pensamento “indesejado”, bem à nossa frente.
Haverá um aspirador de pó pra memória?
Há melhor q isto, é verdade: o tempo. Senhor soberano q faz os significados irem tomando outros significados até ficarem insignificantes... Mas tempo demanda tempo, e eu queria pra já!
E aí me pego rabiscando mais uma página virtual para fechar a tal caixa , remover o arquivo “infectado” e formatar a partição em q ele se encontra alojado.
E basta virar a página pra descobrir, assombrada, entre os feitos da poesia educativa helênica, q o maldito migrou de partição e infectou uma nova página!
Recomeça o processo.
Dessa vez, s/ scan.
Tento deletar tudo, enquanto, do papel, Homero me olha desconfiado.
Como a máquina em questão sou eu ( minhas emoções, meus sentimentos, vivências subjetivas e práticas), o grau de dificuldade da retirada desse “tumor” vai aumentando conforme o lugar onde ele ataca.
Assim, quando a mente o rejeita, ele rapidamente migra para as pernas e elas se vêem inquietas. Até q é apagado novamente. Mas depois disto, eu consigo sentir seu cheiro, pq ele já passou ao nariz... ah, infeliz! O perfume do pensamento invade novamente a cabeça e a caixa d diálogo outra vez... Deixa. Trato deste traste mais tarde.
Retomo a leitura.
Página virada, Homero perde a paciência e grita. Ouço calada. Aborrecida. Ele está certo mesmo milênios depois da Ilíada.
O corpo é submisso à alma. O corpo, o corpo... Homero!
Retomo a formatação fracionada.
E então parece tarde. O virótico migra p/ a boca e daí à pele há d ser um pulo. Engulo-o antes q escorra pelos poros... Como se pudesse! Já não sei até onde o controlo.
Me debato com o texto, xingo a Odisséia, rejeito-o a tapas e ele sorri... como se houvera ganho a batalha com o meu sistema de defesa.
Suada, exausta, as mãos na cabeça, faço um apelo enquanto qse choro:
-Ah, maldito pensamento, desista! Eu o imploro...!
Deito.
Deixo q ele permeie novamente as minhas idéias, se aposse das minhas senhas, se implante e execute suas funções de desestruturalização do meu tão vulnerável sistema.
Sinto-o controlar os meus pés numa tentativa d me fazer cócegas.
A boca responde com um indisfarçável ar de riso.
E nesse instante o pensamento se apossa de mim e me usa como apenas corpo, alojamento pra q ele, supremo, reine sobre minha subjugada e humilhada autonomia. Onde estará a minha alma...? O corpo está submisso.
A essa altura Homero já não dá mais ouvidos a palavras minhas. Balança a cabeça negativamente e se retira. Já ñ crê em mais nada q eu o diga.

Snow, falando grego.


P. S. Dividi o texto em dois pq, qse três horas depois de tentar reduzi-lo, percebi q devido a cortes, havia ficado ridículo. Um dia eu juro q pago o theblog e ganho o direito de postar mais de 4000 caracteres. Espero q daqui até lá, eu ainda consiga reconhecer os elementos q caracterizam um texto e os q o desmentem.

(continuação do texto anterior)

A Saga


Eu sussurro, e não mais grito.
Em mais uma tentativa frustrada de retomar o controle, resolvo interrogar ao pensamento a sua causa:
- Por que já q tens tanta força assim sobre mim, não passas de mero pensamento e torna-te real? Pq, algo com esta intensidade, se permite estar restrito apenas à esfera do invisível, negando-se a compartilhar com mais alguém e assim vir a ser fato, realidade, plausível...?
E o maldito pensamento gargalha do meu não-juízo.
Consegui o q queria o desgraçado! Enlouqueceu-me.
Então, percebendo q isto não pode ser negado, dá maneira mais dolorosa possível, ele se concentra todo em meu peito e, numa arrancada só, sai pelos meus olhos em correnteza e me deixa... Desorientada.
Limpo o rosto, viro o travesseiro, retomo lentamente a consciência do meu quarto e dos meus estudos e espero, do mais profundo, q o pensamento esteja se sentindo saciado para q, ao menos assim, demore-se mais a abrir novas janelas na minha área d trabalho. Já não suportaria tais diálogos...
No texto, Homero, aqui e ali, borrado por minhas cristalinas expressões humanas, roga aos deuses q esta tempestade passe. Que os ventos mudem ou q eu me adapte. Me acostume, me eduque, me contenha!
Ou, q os supremos aumentem as horas dos meus dias e noites, e q eu tenha tempo suficiente para entregar esta famigerada resenha!

Snow, duas horas mais tarde. Heroicamente.

Um anel - (20/03/06)

Um anel


"A minha existência invalida os meus conceitos.”
(SnowFlake)


*Sobre a tatuagem elaborada em naquim imaginário, no meu tornozelo direito, em letras élficas, tipo as da inscrição da trilogia de Tolkien, com a única diferença q estas aqui, na presença do fogo, pouco a pouco, somem.
Resolvi fazer outra nem sei ao certo o pq, mas talvez pra validar o antigo dito do senso comum de q, quem faz uma, vicia.*

P.S. Tinta fresca.

Snow, subcutânea.

Incomodada - (20/03/06)

Incomodada

É verdade, o filho do meu vizinho da frente comprou uma bateria!
Pensam q seja uma bateria de carro, de celular, bateria no sentido de pilha ou alimentador eletro/eletrônico? Redondamente enganados. O filho do meu vizinho cismou q agora é metaleiro.
E os ensaios ocorrem na laje, em frente ao basculante da minha cozinha q, por sua vez, fica em frente ao do quarto.
Outra coisa importante sobre os ensaios são os horários. Sempre ocorrem à noite, assim q eu chego da faculdade e qnd eu ainda to repassando os textos. E, tem pela manhã tb, qnd eu invento de acordar tarde q agora, foi-se o tempo (acordo qse sempre às cinco horas), sendo q, eventualmente há algum evento ensaiativo tb no meio da manhã ou no meio da tarde, com o detalhe apenas de q, nos finais de semana, esses horários fixos podem ser descumpridos e perdurar pelo tempo q houver, isso independente, claro, da hora em q houverem iniciado.
O filho do meu vizinho da frente gosta de rock pesado. E não gosta nem um pouco da baqueta. Por sua vez, a bateria inteira tb parece q não gosta muito dele.
Eu, q ocupo a triste estatística de ser a única estudante da minha rua inteira e tive a infelicidade de ser uma das vizinhas mais próximas dele, estou pensando em me mudar.
Pensam q é só por isso? Não. Agora os meus outros vizinhos todos declararam guerra contra o mais novo mais zoadento do pedaço. Como? Simplesmente eles usam seus aparelhos de sons, seus carros e suas gargantas como arma e é dessa forma q metralham toda a área sem dó.
Por conta disso, telefone, televisão, rádio ou conversa com os familiares lá em casa estão suspensos temporariamente. Estamos racionando os sons produzidos frente a essa agressividade decibélica q se tornou o ambiente do nosso lar.
E é dessa maneira q eu produzo agora os textos desse lugar aqui, as resenhas, as leituras, as cartas de amor, os poemas e afins da minha vida acadêmica.
A bateria do filho do meu vizinho, na atualidade, é a maior diferença de potencial de toda a minha capacidade cognitiva.

Snow, tum, ts, tum-tum, ts, tum-tum, ts...

*Auto-descrição de uma amiga no Orkut* - (17/03/06)

*Auto-descrição de uma amiga no Orkut*


Eu sou assim: azul; cabelo verde; olhos vermelhos(e não é a erva);...2,31m; 125,73kg;...E, com toda a energia que esse meu corpinho me proporciona, eu faço: nado sincronizado, ballet, sumô, yoga, aeróbica, swing baiano(e o que é melhor, SOTEROPOLITANO), dentre outras atividades que ainda são poucas p/ mim.
Estou trabalhando numa pesquisa sobre a saga das abelhas africanas que, alegando não suportarem mais o karma de terem nascido num lugar tão calorento e com precárias condições de vida do seu continente de origem, migraram p/ a América(EUA, numa carona com Débora Secca. oh! Secco) na esperança de um papelzinho(cada uma delas não ocupa muito espaço mesmo não é?) no Meu 1º Amor III. Enfim, estudo muito interessante esse.
Sou linda, inteligente, maravilhosa, meiga, doce, mais doce que o doce de batata doce, tão doce que até o açúcar refinado e o leite condensado perdem p/ mim. Ui! Sai daqui abelha!!!
Continuando... Ham? Quem é aquela lá em cima? Ah! Sou eu. Hehe! P/ vcs que realmente me conhecem, mas ainda assim continuaram lendo com toda paciência toda essa baboseira, eu não vejo necessidade de falar “about me”.

Snow


*Está entre as minhas preferidas. (E olha q eu leio muitas!). Resolvi guardar aqui antes q ela apague, como vai acabar fazendo um dia. Aqui, eu vou poder reler mais tarde.
fonte:
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=14520847001913889135

Por Absurdo - (15/03/06)

Por Absurdo


Quando vc faz algo com intenção de agradar alguém e esse alguém se agrada disso, é como se vc tivesse acertado numa escolha, que teve sua margem de erro, mas deu certo.

Quando vc gosta de alguém e percebe q esse alguém tb gosta de vc, é como se isso justificasse quaisquer das suas ações qnt a isso.

Quando vc tenta se afastar de alguém e vê q esse alguém tb se afasta de vc, eis o argumento q invalida os dois primeiros... q antes até pareciam postulados.

Snow, testando hipóteses.

Tributo ao Psicólogo - (13/03/06)

Tributo ao Psicólogo


" De repente, você encontra alguém, que muda sua vida e passa a fazer parte dela.
Que te olha nos olhos quando você fala.
Que ouve suas tristezas e neuroses com paciência, compreendendo e respeitando seus sentimentos
Alguém, que te diz verdades que você não quer ouvir, mesmo sabendo que você pode odiá-lo por isso.
E nesse mundo de céticos, alguém que crê nesta coisa misteriosa, desacreditada e quase impossível, que, estabelecer um vínculo é possível, e que a confiança existe.
Alguém que faz você acreditar que realmente vale a pena estar no mundo.
Alguém que o convença que há uma porta destrancada esperando apenas que você vá abri-la.
Quando tudo esta triste e parece escuro e vazio, ergue você e faz com que o mundo de repente pareça-lhe brilhante e cheio de possibilidades.
Alguém que está com você, em tempos difíceis, em tempos tristes, e de desequilíbrio.
Se você se perde no caminho, ele o guia e apóia e te dá forças pra seguir em frente.
Alguém que aperta a sua mão e, seja qual for a situação, sempre lhe assegura que tudo há de fazer bem.
De repente você encontra alguém, que te mostra que se aprende errando.
Que crescer, não é só fazer aniversário.
Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro.
Que amigos a gente conquista, mostrando o que somos.
Que verdadeiros amigos, sempre ficam com você até o fim.
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela.
Que quando se pensa saber de tudo, ainda não aprendeu nada.
Que amar significa se dar por inteiro.
Que um dia só, pode ser mais importante que muitos anos.
Que ouvir uma palavra de carinho, faz bem a saúde e que dar carinho também faz.
Que o julgamento alheio não é importante.
Que se pode conversar com estrelas.
Que se pode confessar com a Lua.
Que se pode viajar além do infinito.
Que sonhar é preciso.
Que se deve ser criança a vida toda.
Que realmente o que importa é o equilíbrio interior.
Que falar o que se pensa é necessário.
Alguém que te mostra que não se pode morrer, pra se aprender a viver.
E esse alguém, se resume em uma palavra;

PSICÓLOGO"

(Adaptação livre de diversos textos por Talita Carvalho e Taísa Guerra - alunas do 4o. ano de psicologia)

Snow,
Da revista eletrônica:http://www.revistapsicologia.com.br/revista41/index.htm

Corações psicodélicos - (09/03/06)

Corações psicodélicos
(Lobão - Bernardo Vilhena - Júlio)


Ainda me lembro
Daquele beijo
Spank punk violento
Iluminando o céu cinzento
Eu quero você inteira

Gosto muito do seu jeito
Qualquer nota bossa nova
Bossa nova qualquer nota
Eu quero você na veia

A vida passa na tv
E o meu caso é com você
Fico louco sem saber
O por quê

Sim pro sol, sim pra lua
Eu quero você toda nua
Sim pra tudo que você quiser

Gosto muito do seu jeito
Rock'n roll meio nonsense
Rock'n roll meio nonsense
Pra acabar com essa inocência
E o complexo de decência
No meio do salão

E a vida passa na tv
E o meu caso é com você
Fico louco sem saber
Por quê
Sim pro sol, sim pra lua
Eu quero você toda nua
Sim pra tudo que você quiser

Hoje é festa
Na floresta
Toda tribo ateia som
Toda a taba ateia som
Só tomando água de coco
Infeliz de quem tá triste
No meio dessa confusão


Snow
*A música q tava nas resposta do Orkut semana passada. Alguém me perguntou qual era, outro me perguntou se eu gostava por causa da melodia ou da letra... taqui.
Eu gosto de tudo nela, mas nem por causa da melodia ou do poema. Gosto por causa de umas três ou quatro palavras. Apenas.*

O que vc aprendeu no seu último relacionamento - (09/03/06)

O que vc aprendeu no seu último relacionamento


Bem, vamos à listinha:
Aprendi q algumas relações param no primeiro momento, o do fascínio, o do vislumbre, o da poção mágica do encantamento...
Aprendi q eu prefiro as coisas do segundo momento.
Aprendi q eu gosto mesmo é da estria, do arroto, e do erro. Q prefiro o real à qlq outro modelo.
Aprendi q uma relação perde as chances de progredir no instante inicial em q uma das partes acredita q “conhece” a outra. É aí q começa o fim.
Aprendi q qnd a gente entra numa relação buscando uma âncora, um gancho para nos alçar, isto é um grande indício de mal tempo... E é provável q, já nas primeiras tempestades, a gente naufrague junto com nossas perspectivas. Aprendi q mesmo nesse afundar, ou ficar à deriva, pode haver aprendizado. Tanto do q vai, qnt do q fica.
Aprendi q eu gosto da verdade e q a mentira é uma tentativa frustrada de adiar o inevitável. É perder tempo, pois a confiança vem da verdade e isso demanda tempo. No caso, o tempo ganho.
Aprendi q eu sou analógica e gosto disso.
Aprendi q eu gosto mais de mim q eu imaginava.
Q eu gosto do meu jeito de sorrir.
Aprendi, e de uma maneira muito dura, a diferença entre insegurança e situação insegura.
Aprendi q uma relação é pra os outros, os q estão fora, do tamanho do respeito q os envolvidos, os q estão dentro, conferem a ela e, q é pra estes do tamanho do q eles esperam dela. E aprendi q nesse ponto as coisas estão costuradas por uma linha qse invisível, mas q, através do toque, pode ser sentida.
Aprendi q à cada idade é dada os seus próprios anseios e q se estes não forem vividos, haverá sempre um atraso ou uma supressão dos mesmos. Aprendi q, apesar disso parecer nítido, o ser humano é um bicho em dissincronia com o tempo. Assim, há garotinhas q passarão a vida inteira coletando ‘provas’ de q já amadureceram. Há homens feitos, q envelhecerão sonhando em dançar com a rainha do milho, e mulheres q chegaram à idade adulta sonhando com meninos q lhes dêem bonecas e ursinhos de pelúcia.
Aprendi q ser a outra das conjeturações de alguém é pior q ser traída, trocada, q estar numa situação de segundo plano, programa, diversão, step ou plano B. Até pq, nesse caso, não há planos. Nem pode haver.
Aprendi q as coisas sempre podem mudar e q não existe ‘não ter saída’. No caso da saída ser a própria saída ela pode ser confundida, até por parecer óbvio. Bom, sempre dá pra mudar. Tudo.
Aprendi q, por melhor q tenha sido o passado, o melhor mesmo é o futuro e este, é construído no presente.
Aprendi q uma relação tem q ser leve, espontânea, natural. E q as relações de conquista, mantidas a ferro e fogo, trazidas a rédeas curtas, não servem pra mim. Aprendi q eu não gosto nem de passar perto, mesmo como expectadora, de um relacionamento assim.
Aprendi q eu gosto das coisas q existem. E q as coisas q não existem só devem durar o tempo q as permita continuar sendo irreal, tal qual os sonhos bons ao acordar...
Aprendi q, se uma coisas q não existe tentar ultrapassar a fina película q a separa do acreditável, alguma coisa tem q mudar. Nem q seja a realidade.
Aprendi q eu não gosto de ficar. Não mais do q o tempo em q começam as perguntas sobre q tipo de relação se leva.
Aprendi q as coisas q começam indo, acabam ficando, ou melhor, ficam acabando.

Snow, 3.287 caracteres.


Continuando a tal lista...

Aprendi q as projeções, além de serem o q se vê em quem tá longe, são tb o q não se vê em quem tá perto. E isso não significa q existam no primeiro caso, ou q não existam no segundo.
Aprendi q eu não gosto do medo, no seu sentido de timidez, insegurança, e da postura reclusiva.
Aprendi q assumir uma relação significa estar disposto a impor-se por esta. E qnd uma coisa dá errado neste quesito aqui, é bom q ambos estejam cientes do q cada coisa pesa.
Aprendi q importa pouco o q se apresenta a mim ou aos outros, diante do qnt importa o q eu percebo do q se apresenta.
Aprendi q eu gosto mesmo é de puxar pro peito e chamar de meu.
Aprendi q qnd não dá pra fazer isso é pq já ta na hora de sentar pra fazer uma lista como essa.
Aprendi q os meus aprendizados são meus e q estes são verificados apenas dentro do eu q eu conheço. E q qlq coisa q eu não lembro ou q parece q não se esclareceu, eu não quero saber mais. Basta. Já deu.
Aprendi q eu sou alegre, inteligente e bonita.
Aos 27 anos e, como na música dos Racionais, "contrariando a estatística", aprendi q a época da capa, já passou e q a do sumário, tb já teve sua vez. Agora, independente da quantidade das obras q já foram reunidas, é tempo do corpo do trabalho e, embora não me preocupe ainda sobre q caminhos trilhará até a época das conclusões, está na hora da história começar a ser escrita.
Aprendi q, por mais q possa durar um relacionamento, esse tempo é pequeno diante do tempo q dura a vida das pessoas envolvidas. E isso se aplica tanto às vivências anteriores qnt às histórias q ainda não foram acontecidas.
Aprendi q nas próximas, ainda haverão outros aprendizados, outras descobertas, e outras tantas coisas outras.
Aprendi q as coisas feitas pelo acaso são mesmo as mais lindas.
Aprendi q não se exáuri a vida.
E aprendi q, daqui a algum tempo, é provável q pra cada palavra ou idéia aqui, eu tenha uma nova escrita.

Snow, sintética e analítica.


P.S.Esse texto nasceu de uma pergunta de um dos questionários do Orkut q, ao invés de fazer um resumo, preferi fazer uma pesquisa.
Tb pq aqui, sinto-me ligeiramente mais protegida pelo lay out imaginário da ficção e pelo olhar poético dos q eventualmente lêem.
E além disso agora tenho um olhar diferente do q tinha antes sobres essas perguntas e resposta. Penso na sabedoria de milênios atrás q já dizia, “TUDO É VAIDADE”.

Desrespeito - (09/03/06)

Desrespeito


Fato é qnd alguém pisa no seu pé.
Versão é qnd vc escorrega.
No meio de tantas visões distintas, um conselho meu pra ser usado comigo, caso julgue necessário:
Se tiver pensando em me pedir desculpas, esqueça. Nem precisa.
Mas se tiver achando q precisa ouvir q ta desculpado, pode vir.
Venha q eu te digo o q vc quer ouvir. Mas e daí?
O pé q sentiu a dor, só vai sarar com o tempo.
O tempo depende da profundidade do machucado, das condições do tratamento, do medicamento aplicado.
E depois de passada a dor, de sarado o ferimento, a cicatriz ainda fica.
Algumas vão sair mais tarde, outras ficam apenas durante a regeneração do corte. É pra q a gente se lembre, sabe?
Costumo dizer q 'desculpo', sempre, a quem pede. Deve fazer bem. E dizer não custa muito.
Por isso, desculpe mesmo se tirei sua ilusão de q agindo assim vc poderia se sentir menos culpado e eu, menos ofendida...
Eu também queria q fosse só assim mas, infelizmente, algumas marcas vão ficar mesmo, pro resto da vida.
O q aconteceu foi q não aconteceu nada. Foi um delírio, q passou longe de ser compartilhado pela minha realidade.
O ruim foi q se deu entre pessoas q, apesar de eu pensar o contrário, eu não as conhecia.
Pessoas q nunca vão me conhecer. Como, no futuro do pretérito, eu gostaria.
(Gostaria q tivesse sido e não gostaria q pudesse ser. Até pq não foi. Não é. Não há mais nenhum meio disso vir a acontecer.)
É desses textos q não vou passar adiante a especificidade. Fica aqui, só preu saber.

Snow, sobre a máscara.