Dor de cotovelo
E se eu fosse recreditar, começaria pela senhora, ó Lua cheia.
Não, não está vestida de noiva. Antes, iluminada pelo calor e luz alheia.
A senhora, ilustríssima, que nos parece tão distinta, não possui rota própria. Apenas, sob a órbita de um planeta gravita.
E não és assim tão bela. Tua luz solitária, que a faz tão sublime rainha, é apenas o resultado da ausência de concorrência estelar para ofuscar-te, além do fato de estar sempre tão próxima dos olhares.
Chegaste perto demais para apreciar e, agora, não podes mais se afastar...
Ao mesmo tempo, estais tão distante, que não permite que São Jorge apeie do seu cavalo e, para a Terra volte, deixando-te o dragão.
Não fosse a ti, a noite seria escura e sem brilho. Portanto brincas com isto, se fazendo esconder por três ciclos e só no último, te mostrares assim, soberana, imponente, realeza...
Não. Não pode ser bondade! É malvadeza.
E eu que tanto dancei pra ti, agora vejo que n verdade, a luz vinha de mim.
Eu, que poderia ter cantando a outro astro e para ele entregue minhas fogueiras, meus enfeites, meus altares, minhas rendas... fui tua.
Era tua, doce Lua, mesmo quando não foste verdadeira. Mesmo quando não te entregava inteira...
E eu teria sido tua, bela Lua. Sempre tua companheira.
Snow
(Ano passado, 56 março por aí.)
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