Final dos Tempos
R. Fontana, 1°/03/05
Agora se foi de uma vez
Tudo aquilo que resguardava
As crianças em nós.
Brincar de perder tempo,
De ser inconseqüente,
Andar sem destino,
Sem hora pra voltar,
Foram os últimos resquícios da nossa infância.
A gente cresceu
E já na cabe mais no nosso espaço
Porque a vida não cresceu com a gente,
E a gente precisa ir
Em busca de novos medos,
Novas esperanças,
E alem de novas lembranças,
Novidades sobre nós;
E acreditar que tudo sempre expande
Fingir que o mundo é bem grande
Ate ficar maior que ele.
Aí, já sabe,
Tem que escova bem os dentes,
Limpar atrás da relha,
O olhar antes de atravessar;
Lembrar de usar camisinha,
Moderar na cervejinha,
E passar no vestibular...
Agora a gente tem destino
E às vezes é tão longe
Que a gente tem que pensar
E vive sem saber pra que se cresce tanto
E por que se tenta tanto
Caber em algum lugar.
Mas é só mais uma viagem
E num instante a gente vai chegar
E num instante tudo vai passa
E quando pensar que não, a gente acabou.
Se tudo der certo, a gente volta de avião.
(Para ler no ônibus - deixei pra postar qnd eu voltasse...)
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