sexta-feira, novembro 03, 2006

Opinologia - (11/04/06)

Opinologia


Óbvio, nítido, claro, evidente, transparente – nada disso existe!
Nada disso é fato.
Melhor, tudo o que depende do julgamento de outro para ser validado, só por essa vertente, já é arbitrário.
Não há lógica sem que para isso sejam dadas todas as condições, os respectivos valores e ao que estes estão associados, as coordenadas.
O que existe mesmo é o que é comum, o contextualizado. E comum é o que é normal. E normal é o que pode ser encontrado em maior ocorrência (As coisas são assim, texto sobre as diferenças).
É comum hoje em dias ver gente querendo esfregar sua inteligência na cara dos outros como se isso fosse o natural.
Não, não é bem assim. Tudo é relativo, já dizia Einstein.
Se eu acreditasse que pra tudo haveria apenas duas respostas válidas, pra quem então pensar, se a escolha aleatória já garantiria por se 50% de chance de acertar...?
Mas até o que hoje se chama alta tecnologia não passa na verdade da soma de inúmeros componentes analógicos, visto que a natureza não é digital. (Robson Caetano em O Computador de Papel.). O natural não é o digital.
O erro é o elemento mais simples de todos desde a composição inicial do paraíso. E o que pode haver de tão mal nisso?
Errar é fator de crescimento mesmo no campo da Ciência, que é a forma de conhecimento que se propõe a ser o mais exata possível.
Sensibilidade é perceber o erro não como obstáculo, mas, sobretudo, como componente natural, flexível, moldável.
(Aliás, mesmo o erro e o acerto só podem ser vistos se dentro de uma esfera em comum pré-estabelecida, definida, atribuída seja de uma maneira racional ou sorteada.).
Óbvio, nítido, transparente, claro, lógico, evidente e demais derivados seja da forma ou da semântica, são os verbetes que mais odeio de todo o dicionário, isso se pronunciados sem as devidas definições ou o cuidado do diálogo.
Prezo pela conversa sadia (e sadia é diferente de sádica), onde o outro é respeitado dentro dos seus pontos de vista, e isto por ser mais um outro que fala.
E absurdo é trocar todo o elemento humano, vivo e pulsante, por meras convencionalidades.

Snow, sobre o desvio padrão.

Nenhum comentário: