Pai
Sobre a mesa de seis cadeiras, uma chave.
Fazia tempo q não via uma mesa com seis lugares. A de minha casa na infância tinha quatro e a gente se revezava em horários diferentes.
E de lá pra cá foram tantas casas q a mesa foi ficando meio reduzida a cadeiras. Tendo depois perdido seus pés para o chão até perder-se em algum lugar de minha memória o horário reservado às refeições.
A duas, talvez, três casas atrás, tínhamos uma mesa de 4 cadeiras. Mas aí já morávamos em casas separadas e éramos pouco demais para enchê-las.
Cada um em seu canto.
E a mesa, q nunca chegou a ser de centro, hj é porta cesto de frutas de cera... q a ninguém mais alimenta.
Qnt à chave, esta já nem sei mais o q fecha. Já nem sei mais se ainda abre.
Lembrei-me dela junto com uma voz grave:
“Deixe a chave sobre a mesa!”
A voz q já não fala.
O corpo q já não senta à mesa.
A dor q já não cala.
A vela q nunca foi acesa.
E ele se foi anos depois, há algum tempo atrás.
Dezesseis anos depois de trocarmos nossos últimos olhares.
Snow, entre nós.
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