domingo, dezembro 17, 2006

Prvisão dos Tempos

Quem nos olhará com olhar de descoberta?
Foi-se o tempo!
Somos previsíveis, isto é certo.
Fecho o portão e percebo q meu vizinho formula em secreto um conceito sobre a q horas eu chego, levando em consideração a roupa q visto e o penteado q uso, já q o perfume é o mesmo.
Chego cedo - tentativa vã de desapontá-lo, mas qual?
Ele me vê e sorri na alusão de q aquela coincidência podia se dar a qualquer momento.
Pego o telefone, disco um número, conto pra um amigo q eu fui mal numa prova. Ele muda de assunto, desconversa, marcamos um encontro - q não vai rolar - num convite pra uma festa...
Eu sabia q ele tb já sabia desta.
Alguns passos, algumas pessoas, alguns fatos passados e fico sabendo de um maluco da rua direta q foi linchado - tentou tirar a roupa no bairro vizinho, e a galera não tolerou a doideira dele -; de um evangélico q tomou um corno e perdeu a cabeça; de um assalto num comércio na hora de fechar; da segunda gravidez indesejada de uma amiga de longa data; de um outro nordestino querendo ir pra São Paulo trabalhar; de um engano num telefonema à cobrar;... cá pra nós, tudo isso podia rolar.
Tudo bem q, até q se prove, são apenas suspeitas, mas q é assim todo mundo sabe.
Uma mulher conta pra um conhecido na rua sobre o falecimento da mãe dela.
O ouvinte, sequer lamenta.
Mas uma entrevista de emprego/estágio/trabalho/rolo/quebra-galho.
Mas um dia q passa, mas uma noite sem dormir, mas um acordar de madrugada, mas um começo, mas uma esperança morta, mas um fim.
Queria pensar sobre este assunto até exaurir todas as suas possibilidades, até não ter mais em q pensar, até esgotar... mas quem dera!
Tá tudo tão claro.
É tudo tão raso.
Não há profundidades a explorar.
O telefone toca novamente e dessa vez não é engano... A Telemar.
Eu já esperava.
Minha sorte do dia diz q eu vou "viajar pra muito longe"...
O Orkut viaja!
Não sabendo ele q meu Salvador Card tá cancelado, pq eu tranquei o kct! lá, enfim... até o Orkut q, convenhamos, não sabe de nada, às vezes acerta.
Há quem diga q chega perto...
Por falar em piada, a entrevistadora me diz pra eu aguardar um contato dela em casa... rs.
Só não disse umas duas a ela pra não parecer mal educada. Mas vc acreditou?
Ela q espere sentada!
Podia ter dado certo aquele lance lá... bem q podia!
Mas não dava.
Um amigo me pergunta se vou fazer o novo concurso.
Digo-lhe q quero muito fazer, mas q talvez não o faça.
Ele pode não responder pq parece estar off line.
Uma amiga me chama pra visitá-la.
Digo q não sei se vou.
Ela me olha e sorri como quem prediz... "relaxe".
Alguém atravessa a rua correndo em minha direção, me abraça, diz pr'eu aparecer, q quer muito me ver, q tá com saudade...
Nisso meu buzu chega, eu entro, meio rindo, meio balançando a cabeça...
"Quer me ver, né? Tô ligada...".
Uma brother se oferece pra olhar uma informação importante pra mim pq ela tem acesso fácil.
Me diz q vai ver.
Eu, não vejo nada.
Meu sobrinho cai da escada, fura o dedo, corta o pé, quebra a cara toda ralada - não, isso ainda não aconteceu, mas é o destino de criança sapeca.
Eu não digo é nada!
Um motoqueiro passa por mim velozmente e depois olha pra trás...
Quem sabe o vento esvoaçasse a minha saia!
E ele pensa q só ele pensou isso...
Tivesse um poste na frente, eu ainda dava risada!
Continuo meu caminho e penso q existem muitas formas de uma pessoa tomar no cu nesta vida.
Conto quantas ainda falta.
Houve o tempo em q tudo era um mistério... contando, nem parece verdade.
Depois de um tempo o antigo, o moderno, o novo, o velho... tudo parece perder a graça.
A sensação de acreditar é o q nos faz viver. Acredito mais nisto à cada dia q passa.
De resto, já não creio nem desacredito.
Há muito q não se acrescenta nada.

Snow (ultra)passada

P.S. Esse texto seria verde, mas só pra tirar de tempo mesmo.

Nenhum comentário: