quarta-feira, janeiro 17, 2007

Madrugada

E deu vontade de ir embora àquela hora...
Sabe lá Deus q horas eram, pareceu 3 - depois de duas é, qse sempre, três... Vontade de ir pra casa.
A própria casa, o quarto, a disposição em sintonia das suas coisas soltas...
As palavras foram poucas. Bem q quis falar, mas frases não fariam sentido algum. Aliás, ultimamente, até o silêncio já tem sonoridade demais.
Morasse sozinha, teria voltado pra casa.
Tivesse a chave, teria saído dali.
Não fosse tão tarde, quem sabe até tivesse dormido...
Mas não pregou o olho.
O corpo, comparsa culposo do seu delito/delírio, se preguntava ainda trêmulo, se era mesmo preciso...
Nem ria, nem chorava, pra falar a verdade, já nem sabia mais se respirava.
A angústia, a mesma angústia dos dias apertava o peito magro, sem frio, sem calor e, qse sem lágrimas...
Remédio pra tirar uma coisa da cabeça é deixar q outra entre, isso sabia bem.
Procedimento técnico, fazer o q fosse preciso, tomar a pípula com água.
Não q curasse a doença, nem q fosse sarar a ferida ou mesmo passar a dor. Com o tempo se vê q os tratamentos mais caros não resolvem mesmo nada... com sorte, a gente anestesia.


Nisso, encontra uma caneta ao acaso, uma folha de papel solto e tenta, uma poesia:

"E na profusão espasmática
Daquele tempo q acontecia
E q tornava aquele ínfimo tempo,
Menos igual
A todas as outras noites e dias,
Já era um tempo a menos
Nas areias da ampulheta da vida...

E ela escorria."

Deu sono, mas já tinha amanhecido.


Snow, sobre coisas.

Um comentário:

Imaginação On-Line disse...

Escreve muito bem!

"O prazo de validade de um poema em minha mente é de 3,5 segundos se o tema for distal e 2,5 se o mesmo for proximal.
Depois disto ele é automaticamente digerido pela minha massa encefálica... literofágica.

Meu pensamento é canibal!"


bem pensado!

voltarei mais vezes...