sábado, fevereiro 10, 2007

Acidez

Ela menstruou.
Ou, pelo menos foi assim q finalmente conseguiu classificar o sangramento q adquiriu consistência e coloração compatível à visita mensal do fluxo - embora em tempo distinto do esperado por este.
O q isto quereria dizer ela só saberia na semana seguinte, quando completariam 15 dias - prazo mínimo pra alguma alteração ser detectada pelo Beta HCG.
Até lá, ainda esperaria o seu bb de então 10 dias... Um amor. Uma mórula.
Decidiu q não faria mais testes de farmácia por ocasião de uma anterior consepção psicológica q teve e q resultou das listrinhas serem azuis...
É verdade q já o amava. Há muito q o gestava, embalava. E ela quis.
Naquela noite o chamou e ele veio.
Com isto não contava.
Não imaginou q ele ouviria o seu chamado... q só fora feito em pensamento.
E ele quis.
Mas isto ela só soube depois...
Por hora, não pôde evitar esse querer dos dois.
Na verdade, não houve antes na história um outro momento em q ele quisera... E foi por isto q ela seguiu a regra.
Tomou, dia seguinte, a pílula.
Isso ela não queria.
Não queria, não queria, mas fez.
Era razão demais pra ser coração... Ainda q só daquela vez.
E doeu.
Doeu a água, doeu a dose, doeu a cabeça, doeu a alma inteira.
Ela mesma se desfez colateralmente em dor ao primeiro sinal de q o medicamento havia feito efeito.
Dia seguinte ao dia seguinte, chorou por não ter vomitado o remédio.
Dia seguinte a este, ainda segurou no colo, amamentou, acalantou e ninou o seu pequeno...
Mas na noite deste mesmo dia, viu q talvez ele não suportaria o bombardeio q o minúsculo comprimido provocaria ao seu primeiro berço...
A mamãe chorou em vermelho.

Se isto traria conseqüencias mais boas q ruins, não sabia.
Estava transitóriamente sem condições de valorar sobre a concepção da vida... Reação adversa do controle q tinha e do controle q não tinha.
E ela sangrou oca...
Como se no lugar do amor,
Lhe houvera aberto uma ferida.


Snow, Piaget, Maria, Freud e mais alguns mitos uterinos.

Um comentário:

Anônimo disse...

"percebi que no dia seguinte era como se um esquecimento cobrisse a ultima noite, como se a minha pequena, pra ser minha, dependesse de minha memória, ou da falta dela. As horas passaram lentamente mas eu não olhava para o relógio, havia deixado o tempo de lado, em um momento perdido no espaço chorei, choramos... lagrimas sem motivo, um choro oco, que só uma mãe pode entender