domingo, fevereiro 04, 2007

Buteco

De repente desembaçou-se sobre mim o medo q tenho de ver q... já não me interesso mais.
E ele veio sob a forma de lágrimas limpando os olhos como um colírio.
Ainda choro molhado.
Ainda usos lenços de papel.
Ainda enxugo o rosto e sorrio.
"De certa forma há na exteriorização do choro uma tentativa humana de pensar q o mundo ainda se importa..." ouvi naquela mesa de bar.
O ritual de estar triste q sigo involuntariamente, outro dia, me surpreendeu sorrindo.
Rindo de mim? Não. Rindo de sua própria umidade latente. Rindo por achar q aquilo tudo, simplesmente, não existe.
E vi naqueles olhos próximos q enxergavam como pelo olho de um furacão, q as pessoas iam seguindo seus cursos em seus leitos... margeados por si mesmos, se chocando nas pedras, passando por estas, fluindo... como se aquele caminho houvesse sido mesmo escolhido.
Revendo, sorrio.
Um riso negativo e banal.
O mesmo olhar, agora distante, dizia q pessoas não são rios.
Elas estão lá, nasceram por lá.
Crianças brincam marginais observadas por seus pais para q não entrem ainda. Para q não se afoguem com a densidade e a força daquelas águas.
Já quem já é adulto, nada.
E a correnteza os arrasta, os arremessa, os esmaga... E as pessoas continuam lá.
Cansados, nadam a favor e se afastam de si mesmos pra se misturar aos cursos, aos leitos, aos sulcos, às pedras, às quedas, aos flúidos...
Tentativa de tornar-se parte. Mesclar-se à paisagem...

Falávamos de alguém q era feliz. Com uma leve tristeza aos domingos de tarde mas, essencialmente, feliz...
E ouvimos bem aquele breve silêncio estancar por um segundo a necessidade de falar mal. Vontade coletiva de pedir mais uma, acender outro, dar mais um trago...
Pausa em nossas mentes pra queimar aquelas divagações de um mundo tão complexo e tão redutivelmente, ridiculamente, vago... e escroto, cara.

Escroto pra caralho!



Snow, Nietzschenianos e uma viagem de um mês, Stirnerianos e uma carta de amor prolixa de outra viagem pra longe, e uma frase de kafka... a frase do post abaixo na qual... poiseh.

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