Escrevi uma mensagem tão bonita que deu medo de mandar. Ele acharia q não merece. E meu medo era que ele quisesse que eu também achasse.
Eu acho que as musas não mereciam os poemas clássicos. Nem as divas. E eu não me arriscaria a dizer isso na cara do Da Vinci, mas a gente sabe que... nem mesmo a Monaliza.
Com o tempo a gente aprende que a inspiração é mesmo algo particular. Publicá-la é a tentativa de homenagear alguém que talvez não esteja nem aí... Nem lá, dentro de nós, para aonde entramos para compor.
Outro dia vi meus sentimentos de perto. Olhei para eles arregalada, assustada com a sua grandeza, sua força, sua formação... Meus sentimentos sou eu, desde agora até a infância. Amalgamada de emoções que vou contendo e expectativas, regada a risos e lágrimas. Do outro, tem na realidade tão pouco, que chego a pensar que é vão declará-los. Dá vontade de dizer, como já disse “Eu te amo, mas não é bem isso. Não é por você, eu amo por mim.” Porque eu amo mesmo, e é assim.
Não sei bem se por maldição ou milagre, mas eu não sei não amar.
Não é que você não fez nada para merecer, meu amor, é que você não vai fazer. Não pode. Não lhe compete. O meu coração é meu e eu nem sei até que ponto, mas o que eu sinto está em mim, me compondo. Como a dor. Como a alegria...
Você pode até me bater ou me contar uma história engraçada, mas isso não é condição suficiente pra que eu reaja. Pra que eu sinta amor ou ódio.
Engraçado, relendo, parece óbvio. Parece também que eu controlo tudo o que eu sinto, mas acho que é bem o contrário. Nem você, objeto dos meus sentimentos, nem eu controlamos nada. E é tudo muito frágil.
Eu, no máximo, direciono. Você, no máximo, induz. Nós, no máximo, tentamos.
Eu já disse, já escrevi, já cantei tanta coisa nessa vida que hoje sei mesmo que já não faço quase nada.
Mas tudo o que você vê nos meus olhos e nos meus gestos enquanto eu fico calada é pra você...
Mesmo que não seja por sua causa.
Snowflake.
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
...e até hj eu espero o texto de Chico.
Postar um comentário