quarta-feira, setembro 27, 2006

"Como quem ouve uma sinfonia" - 09/04/05


Eis no silêncio um dos poucos componentes do sagrado.
E no sagrado, um dos muitos significados do sentir.
No sentir, a amálgama dos conjuntos de viver.
A vontade é a força capaz de mover-se em todas as direções no universo desses elementos.
E “a vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim”.
Lutamos contra o nosso natural todos os dias. Contra o sono, o apetite, os instintos...
Contraceptivos da naturalidade.
E nem pela felicidade, mais pra aumentar o padrão de vida, manter, resolver ($) problemas... Tudo isso pra que, futuramente, nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas, como tão sabiamente ouvi num brinde uma vez.
No fim da batalha, desfilaremos com nossos carrões com ar condicionado e sonharemos com a cura para as lesões por efeito repetitivo... Teremos enfim, nosso sucesso.
Chega a ser inacreditável que na gama de elementos que há pra serem vividos e explorados nos concedamos tão pouco tempo para desfrutar e saborear a fidelidade aos nossos sentimentos.
“Nós somos medo e desejo”.
E no fim da guerra, quem sabe, teremos um minuto de silêncio.
“Tem certas coisas, que eu não sei dizer”.
(...)

*As frases entre aspas são dá linda musiquinha abaixo. Mais uma ironia.

Certas Coisas
Lulu Santos


Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Mas somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Mas somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
E digo.

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