quarta-feira, setembro 06, 2006

Considerações Finais (04/11/04)


A última grosseria não foi menor que as outras tantas.
O último dos olhares de raiva doeu mais que os outros milhares.
Da última vez em que pensei em ir embora compreendi muitas das outras tentativas.
As últimas gotas secas eram quentes demais pra minha face.
O último abraço talvez, do último pedido de desculpas, quase precedeu o último beijo.
Este último, por não ter vindo, solidificou o momento último.
Ultimamente, muita coisa mudou.
A última carta de amor, por exemplo, não será escrita.
Em seu lugar vai este post. Mecânico, plástico, frio.
- A tecnologia permitiu mais esse adeus virtual.
Sem a marca das lágrimas, apenas aqui deduzidas.
Cicatrizes.
Reação do corpo às últimas feridas.
O último sorriso será para esta tela, quando, enfim, puder ver sobre ela o último byte sobre isto aqui escrito.
Estarei, certamente, longe.
Bem longe de ter me arrependido.

Partir Andar
Composição: Zélia Duncan/Herbert Vianna

Partir andar, eis que chega
Essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim
Sobre o mar sobre a calçada
E nada mais me prende aqui
Dinheiros, grades ou palavras
Partir Andar, Eis que chega
Não há como deter a alvorada
Pra dizer, um bilhete sobre a mesa
Para se mandar, o pé na estrada
Tantas mentiras e no fim
Faltava sempre uma palavra
Faltava quase sempre um sim
Agora já não falta nada
Eu não quis, te fazer infeliz
Não quis.... Por tanto não querer, talvez fiz...
Partir andar, eis que chega
Essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim
Sobre o mar sobre a calçada
E nada mais te prende aqui
Agora já não falta nada...
Não falta nada...





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