domingo, outubro 08, 2006

Carne de Sol - (08/09/05)

Carne de Sol


E assim tô eu lá no ponto de ônibus, em frente ao balão, em plenas duas da tarde - com sensação térmica que, só quem já passou por aqui tem noção -, não dava pra sentar pra esperar o buzu (aliás, acho que foi aqui que surgiu aquela musiquinha infantil “Chicotinho Queimado”), normal, mas de repente, ouço um barulho de alto-falante vindo não sei de onde e procuro ao redor até que me deparo com a cena, no mínimo curiosa:
Eis que surge, de trás da igrejinha, um maluco de roupa colorida, boné colorido, pneus coloridos, vários logotipos por todo o banquinho, guidom e quadro e dois absurdos alto-falantes na frente seguidos de duas consideráveis caixas-de-som onde deveria ser o banco do carona. Um inusitado meio-de-transporte meio meio-de-comunicação nunca dantes imaginado por mim: uma bicicleta-de-som!
E eu que já vi muita Kombi-de-som, Brasília-de-som, fusca-de-som, trio elétrico, sei que esse multi-funcional veículo merecia a frase “só na Bahia!”.
Em pé em cima do banco, buscando a sombra ao menos na cabeça já que, o abrigo de concreto, não é suficiente, observava ele, pedalando vagarosamente, cara de quem conhece essa rotina.
O termômetro desumano que olhamos ao mesmo tempo, marcava 42° quando o buzu chegou e ele me deu tchau.
Rimos um do outro.
Apostaria a merecida macaxeira que me esperarava no Bode Assado, de que pensamos, naquele momento, a mesma coisa:
“Que dinheirinho suado!”

Snow, quando oiou a terra ardeno

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