sexta-feira, novembro 03, 2006

De pendências - (04/05/06)

De pendências


A cabeça pende do pescoço, sem sustentação.
As idéias caem de seu mundo e se espalham
Pelo chão
O corpo as procura, as segue, as segura e consegue reter ainda algumas
Entre os bolsos, um punhado na carteira, outro tanto nas mãos...
A cabeça voltará um dia ao topo, mas agora não.
Terá ela encolhido e expulsado as idéias,
Agora grandes demais para que pudesse contê-las...?
Ou, ao contrário, terá ela dilatado, com a presença de uma idéia maior, que terá sumariamente, expulsado qualquer idéia menor...?
O corpo, parado, observa as idéias que tem, as que se formam e as que não conseguiu salvar.
E espera que a cabeça as entenda, as retome...
Ou as deixe por lá.
O corpo abre então suas mãos e se abre e solta todas as idéias e se solta com elas
E mesmo liberto não se concentra, não se contenta.
A cabeça observa o corpo, alheia, patética.
E enquanto o mundo das coisas continua dando voltas,
O mundo das idéias se vê, suspenso, insustento...
Perdidas todas as idéias que não são deste mundo,
O mundo das idéias já nem pensa que pensa.

Ele depende da cabeça.

Snow, relendo o futuro sob apenas uma das lentes. E certa de q a visão dos mundos está na ótica... (ca)ótica.


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