sexta-feira, novembro 03, 2006

Nota - (25/05/06)

Nota


Amigos, eu tenho escrito!
Meus caros, o motivo deste é dizer-lhes q apesar da não-postagem e virtuais das teias de aranha q têm sido vistas (se é q continuam sendo vistas) por aqui ultimamente, em decorrência das ocupações às quais tenho me proposto e as q, mesmo sem querer, tenho sido acometida, tenho escrito. E muito, por assim dizer.
(Apesar de q muito é uma das palavras q não entendo e q é da mesma lista q adulto, obvio, injusto. Parêntese pra livro.)
Tenho tido quantidades q em breve, ainda q atrasados qnto ao conteúdo, o tempo e o espaço, virão à tona aqui, até pq detesto descartar inéditos, por mais ineditáveis q me pareçam, além de q afasta os leitores gatos pingados e em passant.
Outra relevância é q a maioria destes têm sido, como me relembrou recentemente um amigo q assim o poderiam, na cabeça.
Os temas têm flutuado pela minha massa cinzenta como q perdidos, e encontro-os, acrescento-lhes algo, ou subtraio – feito este q me assusta, por ser o jeito como perco boa parte dos meus textos, mas vá lá!... Ando sem tempo pra tudo o q desejo ultimamente e meus desejos foram multiplicados pelos assuntos q tenho visto e sobre os quais sou avaliada.
E por falar em tal, a coisa q menos me apraz na vida acadêmica em geral é um dos instrumentos de dominância mais antigo q já foi inventado: a lista de freqüência.
É por esse domínio q nos é imposto a presença/falta e sinto-me, por vezes, um boi sendo marcado a ferro em brasa na hora de responder à chamada. É o controlador de ponto da revolução industrial. Sem contar q, apesar da digitalidade aparente q este ‘aparelho’ sugere e do poder q confere ao avaliador, não estamos livres de suas inferências nocivas e, não menos, constrangedoras.
(Outro dia tive q repetir verbalmente uma aula q havia sido dada pq alguém inferiu q “eu estava lá, mas não estava e, portanto, merecia falta”. Repeti todos os pontos e detalhes da qual minha emoção me permitiu lembrar... e eu estava fazendo “outra atividade” durante a aula – anotar é considerado “outra atividade q não prestar atenção”, “usar régua é considerado prova cabal de impresença do usuário no recinto” e “eu não nasci ontem”, declaração legal de q o aluno tenta ludibriar o professor q “sabe” q ele não prestou atenção... - Enfim, um total disparate.)
Mas deixemos de lado os meus desabafos acadêmicos q, se fosse catalogar, seriam até irrelevantes frente às outras tantas esferas q me abrangem.
Dá até pra lembrar do dia em q, uma camelô tentou me parar para apresentar um algo e, sem q eu olhasse, foi sumariamente interrompida por uma frase do meu subconsciente “não filha, eu tou no SPC’. E continuei andando depois da declaração sem pudores – na verdade sem poderes – de tanto q me são naturais alguns temas.
Escrevi recentemente uma carta ao meu cachorro imaginário contando-lhe detalhes da falta q me faz o cuidado despendido a tais bichinhos de estimação – são estes verdadeiras válvulas neste fervente caldeirão q é o cotidiano globalizado... antes, bastava a presença, agora esta faz parte de uma idéia abstrata q desvia nossos pensamentos do caos q há por todos os lados.
Mas eu tenho escrito, acreditem, tenho registrado.

Snow
* pausa dos caracteres*


Continuação da Nota


Tenho escrito poemas. Aos quilos, pelos cotovelos e em todos os papeis q vejo.
Tenho escrito cartas a amigos distantes.
Tenho escrito pequenas frases sem nenhum efeito aparente e aumentado a lista de temas a serem aludidos um dia...
Tenho achado textos antigos... (e alguns destes ainda aparecerão neste caderno especial pra onde transfere-se os papeis q rasgo. Os meus originais...)
Tenho lido Freud, Condillac, Platão. Tenho lido Biologia, tenho lido sobre atenção, emoção, memória... lido história...
Tenho lido ética, pesquisa. Tenho confundido antiguidade com idade antiga e misturado modernidade às coisas da idade moderna... tenho assistido filmes q ‘se passam’ na idade das pedras...
Tenho tido dificuldade em arranjar motivação pra continuar indo às aulas por mais q eu ache tudo muito interessante... tenho estado cansada.
(O ser humano não foi feito pra agüentar 4 meses de aula seguidas de sol à chuva e sob a pressão q lhes é apresentada.)
Tenho resistido à alusão de desistir.
Tenho tido mais sono e dormido menos.
Tenho lido por dor mais q por prazer.
Tenho qse nada. Como posso sentir tudo isto, se não trocaria esses qse 4 meses de semi-psicóloga por mais nada do q tenha sentido antes ou do q possa imaginar q vivenciaria...?! Afirmação apaixonada, notoriamente, mas q tem lá suas bases, suas verdades.
Mas mesmo assim,tenho pego da pena sob a qual estão todos os escreventes compulsivos. Tenho escrito.
E tenho tido verdadeiro asco por vendedores da herbalife e sua estratégia multi algo e “oferecendo” o q intitulam “saúde” e “alimento” tal qual o fazem intolerantes religiosos... e tudo tem seu preço.
Bom, mas esse último parágrafo não passa de uma estratégia de marketing reverso. (Pergunte-me como.)
Mas tenho escrito,amigos, embora não possa provar qse nada.

Snow, o floquinho atarefado.

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