sexta-feira, novembro 03, 2006

Odores - (08/06/05)

Odores


É bom saber q um cheiro, além de não abrir os olhos de ninguém, muitas vezes, os pode fechar. E q um cheiro também não pode dar idéia de quantidade, de extensão nem de distância, mas pode, mesmo não tendo intenção, ter intencionalidade. E q todo cheiro se revela por sua intensidade.
Daí vem q a melhor maneira de tirar o cheiro de um corpo é através do cheiro de outro corpo; do cheiro do corpo de outro.
Se bem, que às vezes o cheiro anterior não sai de todo. Fica por ali e, vez por outra, lembra ao olfato o qnt ele, na mescla dos cheiros q podem ser sentidos, ainda vive. O cheiro enfraquecido, não é capaz de todo o poder do seu feitiço. E assim o cheiro, q era realidade, vai virando lembrança... remota-se o q foi real no meio do q é fictício.
Se vai como perfume q o vento espalha, e sede lugar ao sentido para q o novo cheiro q chega...
Este novo, mal chega, já se estabelece, se instaura. Se alastra pelos poros da pele q o inala.
Cheiro novo tem gosto...
É mais vivo, mais forte, mais denso... qse tocável na esfera em q lhe cabe.
É cheiro de presente. Não tem passado, não pensa ainda no porvir... é cheiro do q se sente.
Cheiro forte, quente, cheiro de coisas palpáveis.
Cheiro pra sentir de olhos fechados, corpo aberto, mãos espalmadas tentando tateá-lo (sem reter, sem prender é claro!)...
É cheiro pra ouvir de coração calado.
O cheiro q chega, limpa o corpo do cheiro q estava. E o faz ao mesmo tempo q impregna seu próprio perfume, sua fragrância, suas essências...
Por ser inebriante, torna turvas as imagens pré-existentes, e agora faz parte dos cheiros saborosos, agradáveis em seu latejar contante...
E tudo isso mesmo sendo, até por ser só mais um cheiro, incapaz de clarear os horizontes.

Snow
*Lendo e relendo Condillac*

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