terça-feira, março 20, 2007

Visita

Nem deu tempo, peguei no flagra.
Ontem à noite, já tarde, ao abrir a porta, a primeira coisa q vejo é uma esperança brincando sobre meus lençóis.
Logo-logo eu riria sozinha, de mim e da coitada. Ora, é muita petulância desse frágil serzinho verde estar aqui, a uma hora dessas, passeando no lugar dos meus sonhos! É muita ousadia dessa danada!
Cheguei a tempo de vê-la dançar em verde-balé ainda, aquela mescla entre o prender das pernas e o bater de asas...
Mas quem ela pensa q é pra chegar assim, sorrateira e vir bagunçando, deitando e rolando no meu lugar de descanço? Será q não percebeu q meus dias estão pra lá de cinza? Q, apesar de eu não ter lá uma criação de grilos, minha casa anda cheia de... lagartixas?!
Pobre esperança esmaecida... eu nem gosto de fazer essas coisas, mas num instinto irreristivel me ative atrelada à realidade: Escolhi o instrumento mais à mão, e naquele ritual qse religioso, conduzi ela porta à fora, delicadamente... a vassouradas.

Mas tarde, mais gentil e cansada, ela voltaria pelo trinco... destravando a fechadura, por conhecer dos seus segredos, por ter a chave, por não se deter em ferrolhos, cadeados e travas.

É verdade q suas idas não são de todo suaves. Mas a esperança, em visitas inesperadas, serão sempre bem-vindas.

E, diga-se depassagem, muito bem amadas.


Snow, passarinhos verdes e coisas do tipo.

2 comentários:

Felipe Rosa disse...

Você sabe que isso é um tiro certo né? Seus textos dos encontros com esperanças...

Você tem quantos desses já? Esses poderiam virar um livro só e seria muito bom. Beijos!

Snow disse...

Tenho mais de dez se não me engano, mas não chega a 20... Pra um livro de verdade deve faltar pelo menos uns 15. Anos.

Bjs

P.S.: Esse aqui foi literalmente verídico. Só fiz trancrever! rs