segunda-feira, abril 16, 2007

Embrulhada pra Viagem

Esta semana eu quis escrever. Quis muito. Quis tanto q aqui estou, não sei como, mas sei o pq.
Este tempo, por exemplo, furtivo no laboratório, num intervalo entre as aulas de Desenvolvimento e PPB... não existe. Poiseh. Eis um tempo imaginário. Mas eu precisava desse tempo - e vou continuar precisando.
Li bastante essa semana. Coisas q vou esquecer daqui há algumas semanas... Ia dizer q "li como nunca" mas pensando bem "li como sempre" é a expressão que mais se adequa.
Marx, Malinovski, Freud, Diderot, Laplanche, Piaget... nossa! Sabe qnd se lê tanto q a gente fica sem palavras...? Deve ser. E eu q sou verborrágica e mais recentemente adquiri o título de prolixa, senti por vezes o desejo incontido de escrever. Mas contive. Até pq o Sol achou de nascer nas horas mais impróprias esta semana. E eu tive q também amanhecer.
Estou dolorida de tanto ler... Meus músculos, os últimos q ainda restam, estão todos doridos. Coxa, pescoço, canela, olhos, braços, dedos, barriga e pés. Os da cabeça tb estão doendo. Sinto-me uma massa - pouca massa - de dores musculares e, por enquanto, parece q o único remédio seria uma eventual greve... (A terrível bênção das públicas. Não é o caso.)
O fato é q a minha vida acadêmica é esmagadora e muito frustrante às vezes. Passo muito tempo em ônibus e nem sempre chego. Os textos, as faltas, as notas, os trabalhos, as provas... nossa! Estou qse chegando à conclusão q é impossível a um ser humano sobreviver ao (ou às queimaduras do) terceiro grau. E, pra q isso ocorra, restam apenas poucas opções: ou ele não faz bem a faculdade, ou ele "morre" tentando fazer algo q preste, ou ele não é um ser humano. E diante dessas prerrogativas, ainda não me enquadrei.
(E olha q eu nem trabalho! Aliás, eu me espanto muito com isso tudo.)
Não q eu ache q 9 disciplinas seja pra qlq um. Não, eu não acho. Mas q eu preciso trabalhar é uma verdade científica! E a faculdade tem conseguido atrapalhar meus planos de passar num concurso.
Queria ter lido o regimento interno do tribunal lá, ter revisto a Constituição, repassado os códigos, memorizado uns artigos... e não tive tempo pras leis... Mas eu vou lá fazer. Desistir é sempre o caminho mais fácil e eu costumo preferir os mais complicados. E vai q anulem! rs
E virão outras provas. Chesf, IBGE - o famigerado -, a Câmara, o Mapa... um dia eu arrumo as malas e deixo pra trás o desemprego. Ele e as suas portas fechadas.
(Olhando pra essa conclusão, sonho de pobre é mesmo muito f!)
E eu q queria contar da delícia q é ler Diderot... Ah! Q doce carícia q é ler tamanha perspicácia, coragem, articulação, encadeamento e graça! Senti muita vontade de contar um pouco, resumir, mas não dá. É tão bom q é irresumível. Cada frase tem um valor q não pode ser substituído por abreviações, não dá pra cortar nada.
Senhoras e senhores, leiam Diderot pelo menos uma vez na vida! Sei q estamos todos atrelados aos nossos estilos e funções nessa vida, atividades acadêmicas, funções, famílias, além da dificuldade de encontrar os clássicos, além da escassez deles em bibliotecas, além do mais da nossa vida social, mas se puderem, leiam Diderot, leiam!
( O nosso Machado de Assis lia. Mas nem por ele ou por essa reles aprendiz mas pelo indescritível prazer q dá a junção da inteligência com o humor compondo a emoção.)
Essa semana eu começaria a escrever meu pequeno ensaio sobre o não-saber, q eu pretendia q virasse um tratado sobre a ignorância.
Outra coisa q queria ter escrito era sobre a "expressão", sobre o "expressar-se". Também sobre a "sedução" e por último sobre a "inconsistência"... Velhos temas sobre os quais eu tinha coisas, nem sei se novas a acrescentar, tirar. E já nem sei se ainda tenho.
Num mundo onde tenho q amarrar tudo a fontes seguras, aqui termina sendo o único espaço seguro onde eu posso citar a mim mesma.
Mas se o tempo continuar passando desta maneira eu posso estar em outra em algumas semanas.
Ou talvez não esteja mais entre nós.

Snow, atada.

5 comentários:

Milton disse...

Máximas da snow:

"Sabe qnd se lê tanto q a gente fica sem palavras..."

"Desistir é sempre o caminho mais fácil e eu costumo preferir os mais complicados"

"Plantar uma árvore, ter um filho, escrever um livro e ler Diderot"

E agora uma máxima minha:

"A benção das públicas no período de aulas é a maldição nas férias - lá vem outra"

Anônimo disse...

ufa! me deixou em estado de fada...

Snow disse...

Ora...!

Felipe Rosa disse...

Nunca li Diderot.

Snow disse...

Comece por "Jóias Indiscretas".