quarta-feira, setembro 12, 2007

Gafe

Lembro com nitidez o momento em q a professora, entretida em sua aula sobre o processo de memorização do cérebro, foi interrompida pela duvida discente:
“Professora, a gente tem estudado aqui técnicas de armazenamento, evocação e tal, mas e o contrário, e se a gente não quiser lembrar... como é q faz pra esquecer?”
Neste instante seus dois enormes olhos azuis pararam no ar e ela respondeu como se tb surpresa pelo som do q dizia:
“Eu não sei.”
Claro, professora e terapeuta cognitivista q era, ela refez sua resposta depois, como alguém q se recompõe de um tropeção:
“É claro q o q a gente faz no caso de uma experiência ruim, um trauma ou uma lembrança forte q não convém lembrar com tanta intensidade – pq terminaria interferindo no restante da vida do paciente – é... tentar trabalhar esse conteúdo para q a pessoa venha a encaixá-lo e dar uma nova importância a ele (...) blá, blá, blá... e blá.”
(Esses últimos blás aí não entraram na minha exatidão mimética pq os considerei altamente dedutivos.)
O fato é q aquela aula no meio do nada marcaria uma parte da minha vida q até então talvez fosse melhor permanecer imaculada.
Eu q sempre imaginei q os pacientes procurassem tais profissionais das ciências humanas com o propósito mais de esquecer q de lembrar e q esta parte, por tão importante q fosse, seria disciplina de semestre mais avançado, para quando eu tivesse mais maturidade para compreender e algum outro pré-requisito acadêmico para cursar, descobri, assim na lata q... não há resposta, pelo menos ainda.
E eu q sempre vira a Psicologia como uma exuberante dama a desfilar alta classe sob olhares admirados, flashs e sobre saltos, imaginei q se porventura me fosse dado o presente celeste de vê-la longe de tanto gliter e com um pouco menos de maquiagem, ela se comportaria melhor ainda e passaria de humana a semideusa, sobre-humana... nua, revelando as mais belas e perfeitas formas divinas.
E foi mais ou menos no meio do segundo semestre do curso, na primeira metade do semestre passado, q a Psicologia q até então sempre me sorria, após o rompimento daquela pequena e qse insignificante alça q lhe expôs o seio em plena passarela...
perdeu,
paradoxal e inusitadamente,
parte da sua graça.


Snow, meio assim também.

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