sexta-feira, março 27, 2009

Vidas Secas

O filme parece tão árduo quanto o livro. Quanto algumas vezes adversa é a vida.
É em preto e branco como o livro. Como algumas vezes passa a vida.
E Graciciano que era Ramos mais pareceu Espinhos...
Baleia morreu de tudo um pouco. Sobrou bem menos mérito pro tiro.
E o disparo seco, o cheiro seco, o uivo seco e o sangue negro demoraram quase o mesmo tempo na retina que os dias que levei pra ler o livro.
Depois de ir à geladeira e tentar abrir o vinho comprado tinto, de mesa, a constatação de que, sem saca-rolhas, seria impossível.
Ele fora escolhido pela cor do líquido, pela garrafa mais bonita e também por, dentre as que havia, ter sido a mais cara acessível.
Achei que o rótulo não precisaria ser bem lido. Na minha imaginação sobre vinhos a idéia de que ficam tanto melhores quanto mais envelhecidos era predominante. De forma que procurar pela validade me pareceu ridículo.
Mas houve o filme, o sol, a seca...
Pensei em trocar, mas depois de quase esbagaçar o lacre, entendi o quanto era tarde...
Madrugada. Esse não era bem o final desejado. Depois que todos vão embora, a cena parece pela metade.
O desejo pelo vinho, seco, morreu ali.

E eu queria apenas que tivesse sido suave...


Snow. Sobre safra, sobre cifra, sobre sofrer.

7 comentários:

Ilmaralina disse...

Linda construção poética minha cara!

Deu vontade de beber uma taça de vinho agora...

Beijos, saudades.

Enzo de Marco disse...

kakkaka hello snow,kkaka parabens pa proxima espero que me convide para o proximo vinho

Rafa(eu) disse...

hehe. e vai abrir?

Snow disse...

Continua fechado.
Vou dar pra alguém.
Eu sei q não gosto seco.

Rafa(eu) disse...

Oxe, bó tomar essa porra. A gente empurra a rolha pra dentro...

Snow disse...

Venha! Demorô!
É nóis, parcero!
:)))

Felipe Rosa disse...

"Baleia morreu de tudo um pouco. Sobrou bem menos mérito pro tiro."

Genial! De gênio, mesmo!