Um gafanhoto audacioso perde a cabeça e pica a esperança.
Esta assusta-se afônica, mas para surpresa de si mesma, maripousa-se no olhar que a corteja.
O cinzento não sabe ainda que ela é de escorpião.
Tão pouco suspeita da sua fama de viúva-negra.
Sabe apenas que esperança não é barata. Mas, sem que possa conter o formigamento, pede-lhe o telefone! (Ainda que com a pulga atrás da orelha.)
A esperança grilada diz o número errado.
Porém, arrepende-se. Esperança escaravelha, já não é mais uma joaninha-ninguém verde-adolescente.
O gafanhoto, antes zangão, louva-deus de tão contente. E como há muito não fazia, logo mais passará no barbeiro. Ele gosta tanto do cabelo encaracolado dela...
Ela teme que ele seja um carrapato - embora desconfie que tá mais pra lesma.
O gafanhoto acredita que acertou na mosca.
A esperança borboleta-se.
Snow, que queria ser um mosquitinho...
sábado, abril 25, 2009
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3 comentários:
Matei uma borboleta essa semana. Depois de esperar por dias q ela fosse embora. Mas não adianta esperar q ela não vai. É q nem a esperança. Por isso q eu mato.
Ele queria um vaga-lume no fim do túnel.
Mas é lagosta de outro...
Vocês são incríveis. Duplamente e poeticamente incríveis!
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