Memória Funcional
Houve o tempo em que as linhas eram repletas de palavras e, das páginas cheias, elas escorriam pelos rodapés, margens e cabeçalhos até não poderem mais e se alastrarem por outras páginas, enchendo os finais de semana, os feriados prolongados e os meses do ano inteiro de signos, termos, verbetes, expressões, vocábulos...
Depois veio tempo em que eu não escrevia.
E o peso de um dia invadia o outro dia, sufocava, incomodava, esmagava... Parei de abrir a agenda. Não rabiscava, não redigia, não compunha, não grafava, não anotava nada.
Hoje eu registro os compromissos, as coisas ‘importantes’; provas, trabalhos, médico, telefones, e-mails, endereços, aniversários...
E, onde se lia em colorido:
“Hoje estou um pouco triste.”
“O dia de hj concorre, por muito, a dia mais feliz do mês!”
“Ah, meu Deus, estou tão confusa! Desse jeito vou acabar dando mancada...”
Se lê:
“Dentista”
“Pagar telefone”
“Prova de Segunda Chamada”
Em cor de tinta de caneta Bic falhada...
Snow
Um comentário:
"...."
- 8l4ck
- 27/04/2006 12:50:42
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