segunda-feira, janeiro 08, 2007

Primeiro

Chocolate, guaraná-em-pó, leite condensado, vodka, gelo e liquidificador. Pronto: eis o famoso Capeta! O inimigo.
(Serve pra acordar, mas se o kba tomar demais, no dia seguinte dá uma dor de cabeça do cão!)
No mesmo lugar: Nevada, Daiquiri e a deliciosa, com o perdão da palavra: Xoxota!
(O cara q inventou esse drink é o cara! Maluco! Ê bicho bom! Quem toma uma, resolve tomar todas! - E olha q eu sou espada!)
Mas não foi só isso. O nome da barraca era 'Sem Miséria', dá pra acreditar? Possas! Só bagaceira.
Mas Bahia é sinônimo de trio. Trio=axé.
Axé, forró, samba, arrocha, pagode e música eletrônica.
Caranguejo, mariscada, sururu, arraia, rubalo, ostra, camarão, aratu e lambreta. E salada. E pirão. E coco. E dendê... muito dendê.
Q sundown q nada! Ali era sunup!
A carne negra brilhando do sal. O cabelo preto enrolando nas ondas. A lente escura contra o vento. Os tons de melanina misturando-se ao ritmo do mar...
E água... Muita água. E reggae... Muito reggae. E gente... muita gente.
Latinha não, garrafa. E cada vez menos espuma.
E o mar refletindo as luzes do artifício de esquecer simbolicamente o q passou.
A onda arrastando a dor...
A orla era logo ali. Logo abaixo dos pés.
Os pés ficaram sob o salto, q finalmente aprendeu a equilibra-se e a dançar e a correr e a saltar e a gostar...
Quem diria, né? Era só erguer a cabeça e andar. Não tinha nada a ver com os sapatos ou com as pernas, o equilíbrio tava na cabeça.
A fumaça Gudan enfeitando a boca. O gosto cravo-canela-menta ardendo na língua. O tribal henna q a cintura ainda ornamenta. O branco, a roupa, o barro... tudo isso fermenta.
E depois de 14 horas sob a mini-saia e sobre o salto 10, entre areia da praia, paralelepípedos, asfalto, escada, ondas, buracos e todos os ritmos daquela terra-água, a sensação era de q se podeia ter o mundo a seus pés... e como quem não quer mais q isso: voar.


Snow, Guaibim-Bahia, 2007

Um comentário:

Anônimo disse...

Invejíssima!!! Menos de usar salto.