Por piores que possam parecer as conseqüências da vida social, elas não podem superar as do isolamento.
Quem tem animal doméstico certamente já pôde perceber o que acontece se ficam privados por algumas horas do contato com seus donos, pois eles tornam-se tanto mais dóceis e afáveis quanto maior for a ansiedade e a esperança de serem afagados e acalantados. Os de maior porte parecem ainda mais patéticos. Os menorzinhos, totalmente vulneráveis.
Já se a privação é maior e a distância é aumentada em tempo, eles se tornarão tão hostis e agressivos para qualquer tentativa de aproximação que, independente de ser compreendida a intenção do dono, poderá ser respondida com violência.
É por isso que, embora saibamos que as pessoas que vivem rodeadas de pessoas são também rodeadas de problemas, não se pode julgar seus comportamentos fúteis e seus laços efêmeros como piores do que os daqueles que não têm laço social algum porque não aprenderam a não dizer o que machuca ou não sabem suportar as frivolidades do outro.
Mais árduo ainda do que ser definitivamente deste ou daquele modo é quando os dois tipos casualmente se encontram.
O raso sente-se entediado frente ao profundo.
O profundo, diante do raso, sente nojo.
Snow, da série "Diálogos da solidão com a multidão".
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