terça-feira, janeiro 06, 2009

Rechargeable Mosquito-hitting Swatter

Comprei uma raquete elétrica inseticida, dessas que os camelôs de todo o Brasil, imagino, resolveram importar de Taiwan ou de algum outro país que escreva em ideográficos.
Já havia experimentado uma vez e vi que a eficácia é realmente surpreendente, pois como consegue produzir uma tensão de saída de 2500V, o mosquito, ao encontrá-la, deixa apenas um cheiro de churrasco carbonizado no ar.
É certo que também dá uns choques na pele, se está ligada e encontra uma parte do corpo desprotegida. - Achei essa parte perigosíssimo para as crianças, embora pense que se na infância tivesse tido a felicidade de encontrar tal brinquedo, como não seriam mais radiantes as minhas tardes quando eu teria sido a mais invencível caçadora de mosquitos da galáxia!
Mas o que me motivou agora a adquiri-la foi mesmo esse verão que chegou com as suas peculiaridades da estação e que trouxe coisas que nunca tinha visto de tão perto quando ainda havia pessoas ao meu redor pela casa cuidando das coisas que eu nem notava.
Desta vez, os mosquitos vieram junto com o calor, de modo que já não posso abrir as janelas ou a porta sem ser obrigada a usar algum tipo de combate/proteção.
O ventilador existe, mas está ali no canto, na caixa ainda. Aguardando por ser instalado pelo filho do dono da casa e me lembrando com a sua impossibilidade que a casa não é exatamente minha. Nada é exatamente nosso – algum deus ou demônio já nos deve ter feito crer nisto. Mas, como esquecemos nossas crenças por algum hábito, um ou outro sempre arranja algum jeito material de nos lembrar.
Inseticidas também são muitos. Espalhados pela casa aos litros, em cada cômodo, dado o incômodo que me causam estes pequeninos seres, por vezes, invisíveis. Mas acontece que dei pra ter alergia aos que não são à base de água... E os que dizem que não têm cheiro também não me cheiram nada bem. Tentei aqueles que produzem fumaça, mas minhas roupas fedendo a incêndio no dia seguinte não compensaram não ter amanhecido toda cheia de picadas. Sem contar que a palhaçada toda não mata, só espanta os insetos que rapidamente se recolhem a guarda-roupas, gavetas e armários pra voltarem com mais fome mais tarde... Tudo fumaça.
Quando pequena, lembro de uma vez em que minha mãe comprou um desses que emitem um som inaudível aos humanos, mas que incomodam aos mosquitos, desses que são presos à tomada e a gente só troca o refil. Porém, não deu certo por dois motivos: a manutenção cara e amplitude de ação baixa. Dessa maneira, se era ligado no nosso quarto, os mosquitos atormentavam quem estivesse na sala além do que, essa exigência de sempre mais aparelhos e mais refis foi auto-eliminatória da tática.
Repelente é completamente desaconselhável pra ser usado no calor de quem prefere hidratante, mesmo os à base de água. Sem contar que o contato com os olhos que eles mandam evitar, é, por vezes, inevitável.
Por tudo isso a raquete veio bem a calhar. Exceto por um detalhe:
O momento do encontro do corpo com a tela eletrificada rompendo a rigidez dielétrica do ar produz um barulho, um tipo de “plackt” súbito, que me assusta e me vejo instantaneamente jogando tudo pra cima, ou deixando cair, ou gritando assustada, e sempre uma dessas três reações, de modo que ainda não consegui acostumar.
Tem algo a ver com a visão do poder fatal do objeto que mata.
A primeira vez que tive contato com essa sensação foi aos cinco ou seis anos, quando senti o peso da arma de meu pai, militar, voltando pra casa depois de um dia de trabalho. Aquele “deixe isso aí” determinado me fez sentir mais que o peso de uma taurus, trinta e oito, carregada. E eu deixei mesmo lá.
Há em minha cozinha um jogo de quatro facas que, por não cozinhar em grandes quantidades, mantenho na caixa ainda lacradas. Mas ontem um técnico esteve aqui pra consertar a geladeira... Foi a primeira vez que alguém estranho entrava em minha casa. E, por alguma estranha razão, eu me lembrei de guardá-las.
Os golpes fatais do Goshin também me despertam ao mesmo tempo a necessidade de aprender a neutralizar, ou atenuar. Embora no fundo eu saiba que... Pois é, tem certas coisas que a gente sabe que não dá pra ensinar.
Então a raquete está ali, do lado direito da cama, encima do criado que não fala nada, como uma bala engatilhada esperando vitimar...
Um mosquito, sabe? Uma coisinha de nada insignificante mesmo, que não fará falta alguma à natureza e cuja existência pode trazer uma série de transtornos à raça humana e contra a qual eu possuo o porte de uma, com toda a minha imodéstia infantil, poderosíssima e infalível arma...

Mas eu tenho medo de matar.


Snow. às moscas.

5 comentários:

Anônimo disse...

No início eu pensei q podia contra todos eles, ia matando um por um no encontro das mãos... fuçava o guarda roupa para espantá-los da sua moradia, girava uma peça de roupa para fazê-los aparecer e ia lá... slapt... marcas de sangue... errava muitos ataques, mas fui ficando bom... eram uns 20 por noite, mas aparentemente eles tem uma fonte infinita e tinha q me levantar para a luta à noite e comigo meus colegas de casa com os sons dos tapas... então comprei aquele veneno de põr na tomada, q tem um monte de recomendações, tipo usar a uma certa distância ou lavar a mão, q ninguém segue. Não era dos melhores, resolveu... mas ficou a saudade de matá-los, será q sou um psicopata?

Anônimo disse...

Snow, muito engraçado e interessante seu texto. Leve, como você.
Saudades, moça.
Beijo.

Enzo de Marco disse...

oi moça kd vc
sumiu além de nao ir no meu blog
to esperando u seu comentario viuuuuu
ah adorei
uma otima escrita

Anônimo disse...

Pessoas, estive lendo alguns comentários sobre os problemas enfrentados com esses desagradáveis insetos.
Perto de onde moro é uma região na qual tem mato virgem e reservas de água, lugares ideais para proliferação de mosquitos, morissocas, de forma que eles se multiplicam rapidamente o que motivou solucionar o problema de forma definitiva.
Vários métodos já foram testados, palma da mão, repelentes, fechamento de portas e janelas, ventiladores, incensos, aromatizantes, como alguns de vocês já demostraram aqui em depoimentos, mas dada a eficiência desses pequeninos em se multiplicar, tornaram todos os métodos mencionados ineficientes para afugentar os mosquitos.
Comecei a pesquisar quando descobri que quase todos os repelentes utilizam como princípio ativo uma plantinha, barata, que cresce rápido e ideal para países com clima tropical como o brasil.
Gostaria de apresentar a todos a Citronela, ou cientificamente Cymbopogon winterianus.
Essa plantinha deveria ser indicada ao prêmio oscar da paz, pelo menos pelo que fez aqui em casa, pois hoje dormimos de janelas literalmente abertas, o calor não incomoda tanto, podemos dormir, sem aquele zumbido chato no ouvido, sem o barulho incômodo do ventilador,,,, mas principalmente podemos DORMIR.
Uma mudinha é suficiente para afugentar essas pragas em cada cômodo ou lugar que traga ventilação a ele, varandas p.ex.
Comprei como a colega a raquete, mas essa é só por diversão, adoro pulverizar as morissocas nela, mas agora tenho que procurar em outros lugares, porque graças a CITRONELA não desfrutamos mais da indesejável companhia dos mosquitos.
Estou deixando abaixo um endereço, mostrando as fotos, como cultivar, lugar apropriado para que todos possam também dormir em paz longe dos mosquitos.
Abraços a todos, um bom início de semana e boa sorte.

http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A17citronela.htm

att,
jadergodinho@hotmail.com

Anônimo disse...

Querida.... meu nome verdadeiro é elínia, no twitter sou lilizinhafelix, no orkut sou lady lili ... e o meu email é eliniafelix@yahoo.com.br ... rsrs estava procurando no google como usar a raquete de matar mosquito e achei o seu blog...maravilhoso!!
gostei muito, só que continuo sem saber como usar, não entendo nada em ingles, será q vc poderia me ensinar. Moro numa cidadezinha do interior de minas e ganhei essa raquete ontem e so consegui colocar pra carregar. Se puder me retornar fico muito agadecida... beijos